segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Why R U? [Saifah x Zon] - Capítulo 7

Tradução: Robbin

Revisão: Emilio

- Equipe KunPandex Traduções.



  It’s because of love right?


Hoje eu terminei a escola mais cedo, então parei na sala do clube de música antes do horário do encontro com Ai'Saifah. Quando cheguei, sentei-me casualmente e deitei-me vagarosamente por um longo tempo.

Tento dedilhar o violão como Ai'Saifah me ensinou uma vez, mas quando eu dedilho, ainda há o som de tremor devido ao meu controle solto do acorde, o que me deixa mal-humorado como sempre.

"Como vai você?" Uma voz é ouvida junto com a aparição de Ai'Tanthai que abre a porta.

"Exatamente como você viu."

"No início, pensei que havia um cachorro em algum lugar, uivando por aqui... Acontece que é o som do seu violão, hein?"

"Bastardo!" Eu xinguei Tanthai enquanto levanto meu dedo médio para ele.

"Quanto a você, o que está fazendo?"

"Ai'Jay me pediu para vir aqui e te dar alguns lanches. Ele tem medo de que você se sinta desanimado e decida desistir desse projeto. Então, ele está tentando encontrar alguma coisa para fazer você continuar, como fazer uma oferta."

"Eu não sou criança."

"Oh, se for assim, então os lanches que eu trouxe são um desperdício. Devo levá-los de volta?"

"Já comprou, deixe-me ficar com eles." Pego os lanches do meu melhor amigo.

"Isso! Você não tem treino de futebol?"

Eu pergunto enquanto desembrulho o lanche também.

"Eu tenho, mas ele me pediu para trazer os lanches para você primeiro. Ai'Jay também quer me conhecer. Droga, me convencendo até o fim para encontrar com ele."

"Entendo."

"Bem, como vão as coisas? Você praticou por dois dias, houve algum progresso?"

"Huh, para alguém do meu nível, até que estou indo bem.”

"Então você já pode tocar, hein?"

"Como um disco arranhado. Meus dedos estão tão machucados que tem dias que eu realmente gostaria de parar de tocar."

"Você não pode desistir e não pode parar de tocar. Você já prometeu aos meus rapazes."

Quando se trata de coisas como essa, você está com pressa em cavar de volta o que foi prometido.

"Err, eu sei."

"E Saifah? Ainda não veio?"

"Não sei. Não o vi."

"Então ligue para ele."

"Eu não tenho o número dele."

Eu respondo honestamente, porque não pedi o número dele. Mesmo quando eu tenha passado o dia inteiro andando por aí para comprar uma palheta com ele, ainda esqueci de perguntar.

"Como pode ser assim? Você quer que eu te dê? Espere, eu posso te dar."

"Eu não quero o número dele."

“Você é mesmo um bastardo tão arrogante ou só quer que eu ligue para ele?"

"Não há necessidade."

"E se acontecer dele não vir?"

"Voltarei para casa, é claro."

"Você é tão teimoso! Espere, vou ligar para ele."

Bem quando Ai'Tanthai está prestes a pegar o telefone, tentando ligar para Ai'Saifah, a porta é aberta.

"Irritando seu amigo de novo, hein?" É a voz de P'Jay junto com sua expressão desagradada.

P'Jay não está se sentindo insatisfeito comigo, mas na verdade é Tanthai que o faz se sentir assim.

"Irritando, P'Jay? Eu só trouxe os lanches do jeito que você me pediu."

"Você já deu para ele, então já pode sair, não é?"

“Queria bater papo um pouco, isso também não é permitido?”

Ai'Tanthai reclama baixinho, mas ainda assim fica de pé, se levantando. O telefone que ele deveria usar para ligar para Ai'Saifah acaba sendo colocado de volta em seu bolso.

Talvez ele já tenha esquecido para quem deveria ligar a princípio.

"Então, irei treinar."

"Claro, concentre-se na prática."

"Você também, boa sorte!"

Eu aceno para meu amigo e dou um sorriso para P'Japan. Ele empurra a cabeça do meu amigo uma vez antes de liderar o caminho, saindo da sala.

Honestamente, é engraçado ver Ai'Thai ficar com medo assim, porque normalmente, ele está se exibindo com sua própria presa, até eu pensei que não haveria ninguém que pudesse impedi-lo.

No final, ao invés de sentar para dedilhar o violão, optei por sentar para comer os lanches enquanto também jogava no meu telefone, esperando por Ai'Saifah.

Sério, o motivo pelo qual eu espero tanto tempo só por ele é, na verdade, para ver a pulseira de palheta que ele fez. E foi assim que, o sentar para esperar, se transformou em um momento de cochilo no sofá.

Não tenho certeza de quanto tempo adormeci, mas sei que acordei por causa de um barulho, como se alguém tivesse tropeçado e caído no chão.

Assim que acordo da minha sonolência, vejo Saifah olhando para mim.

"Quando você chegou?"

Eu me levanto do descanso de braço, olhando para a pessoa na minha frente, com uma das minhas mãos coçando meus olhos, como se isso fosse me ajudar a acordar mais rápido.

"Agora mesmo. Sinto muito ter acordado você." Saifah se desculpou e pegou o violão que, provavelmente, foi o objeto chutado e que, agora, estava no chão.

Quanto a mim, ainda me sinto exausto e não tenho vontade de acordar totalmente, então acabo deitando de novo.

"Você está bem?" Perguntou Saifah, enquanto se movia para se sentar no chão, ao lado do sofá em que eu estava deitado.

Ele pode pensar que estou prestes a tirar uma soneca mais uma vez.

"Estou bem." Respondi, mas meus olhos não estão totalmente despertos.

"Parece que você é uma pessoa que consegue dormir o tempo todo."

"É porque estou exausto e com sono. Na noite passada, fiquei acordado até tarde."

"O que você fez?"

"Assisti vários filmes."

"Era pornografia?"

"Eu não sou como você."

Dou um leve empurrão na cabeça de Saifah, que disse que eu assistia pornografia, embora, na verdade, ontem à noite, eu tenha me sentado para continuar escrevendo meu romance no qual apenas três linhas foram adicionadas no final da noite.

Pensei em parar de escrever como meus pais me disseram, mas, no final, não posso parar de qualquer maneira.

No momento, só posso esperar que tocar violão possa preencher minha felicidade sem nenhuma mistura de pressão sobre mim.

"Quem sabe?!"

Ele ainda tem a coragem de perguntar 'quem sabe' para mim. Eu balanço minha cabeça para ele, antes de inclinar meu corpo levemente para o lado, olhando para a pessoa que está sentada na minha frente e com seus olhos em mim.

"Que horas são?"

"Já é noite, a que horas sua van sai?"

"Nove."

Quando eu respondi, não havia nada em minha mente, mas assim que vi o sorriso malicioso nos lábios de Saifah, imediatamente senti algo frio e quente ao mesmo tempo.

"Oh! Por que você saiu mais cedo da outra vez? Eram apenas oito horas."

Pronto, sabia. Uma pessoa como Saifah investigaria meus assuntos para me provocar.

"Bem, daquela vez..."

Naquela vez o quê? Droga, não sei como responder, não tem nem como mentir para ele porque, de repente, nossos rostos estavam tão próximos que acabaram me fazendo lembrar do beijo.

Se eu der essa desculpa como resposta, certamente ele continuará a me provocando.

"N-Naquela época... eu tinha um compromisso com minha mãe, então eu tive que voltar rápido. E você? Por que está tão atrasado hoje? Eu esperei tanto tempo por você que adormeci."

Mudei de assunto, rapidamente, quando percebi que adormeci na sala de música enquanto esperava por ele desde as 18 horas.

Honestamente, decidi mudar de assunto porque não quero que Saifah pergunte mais sobre a questão de voltar para casa mais cedo.

"Sinto muito. Agora mesmo, meu professor pediu um trabalho."

"..."

"Mas, sinceramente, quando você perceber que já passa das 18 horas e eu ainda não apareci, você pode voltar para casa. Se eu não passasse por aqui, você ainda poderia estar esperando."

"Bem, eu queria esperar." Eu olho para a pessoa diante de mim, que está me encarando. "Não posso?" 

Eu perguntei em um tom meio suplicante, minha intenção de fazer isso é porque na minha mente eu pensei que Ai'Saifah, provavelmente, mostraria uma expressão irritada ou talvez uma cara de culpa.

Isso é, se ele realmente fizer alguma dessas caretas, posso continuar a provocá-lo.

Porém, me enganei... porque a cara que Saifah expressa agora, não me faz reagir, a expressão que ele mostra é surpresa misturada com leve felicidade.

Ele age como uma pessoa que fica satisfeita quando eu digo que quero esperar por ele.

“Estou só brincando.” Disse rindo.

No final, fui eu quem mudou a atmosfera estranha primeiro.

"Mesmo se você não tivesse vindo aqui, se eu acordasse e não visse ninguém por perto, voltaria para casa de qualquer maneira. Não pretendia esperar por você até o amanhecer."

"Sério?"

"Sim."

"Se é assim, está bem então." Seu tom de voz de alguma forma me faz sentir culpado.

"Maldito seja o seu tom de voz."

"Por quê?"

"Isso faz eu me sentir culpado."

"Bem, você deveria..."

"Você está me provocando, certo?" Eu pergunto enquanto me posiciono para sentar.

"Sim."

"Bastardo." Falo enquanto uso as pernas para empurrá-lo para longe.

Droga, novamente ele me irritou. Posso concluir que a cada momento em sua mente, há apenas um plano de como me irritar, com certeza.

Ele apenas começa a rir.

"Ri mesmo, seu filho da mãe! A pessoa que deveria se sentir culpada aqui é, supostamente, você, que me deixou esperando por um bom tempo."

"Eu me senti culpado." Ele diz com uma voz chateada.

Eu odeio quando ele faz algo assim, porque alguém como eu, que possui um coração mole, realmente não quer ouvi-lo dizer isso.

"Desculpe."

"Sim. Apenas deixe pra lá. Você trouxe a palheta que eu pedi para ser transformada em pulseira ou não?"

"Eu..."

"Com uma cara dessas, não me diga que esqueceu?"

"Desculpe, eu realmente esqueci. Amanhã, eu vou dar para você."

"Por que você está sendo assim, Saifah?"

"Eu sinto muito."

Se desculpando repetidas vezes até eu me sentir culpado por ter exigido que você fizesse isso.

"Sim, esqueça."

Eu aceno antes de pegar meu telefone, olhando para a hora.

"Agora, são apenas oito e meia. Que tal eu ir para o seu dormitório? Estou com medo que você se esqueça de novo."

"..."

"Não posso?"

"Você pode!"

"Tem certeza que quando eu for no seu dormitório, não vou encontrar uma garota de cabelo comprido sentada e esperando por você na cama? Se for assim, eu não irei."

"Bem, talvez."

"Você é de verdade?"

"E a pessoa que você mencionou pode não ser realmente uma pessoa também."

"Seu idiota! Você acha que estou com medo?" Na realidade, isso é tão assustador!

"Você não está com medo?"

"Eu estou. Mas, não há nada parecido com isso no seu quarto, certo?"

"Não."

"Quem sabe? Talvez haja alguém físico, esperando por você no seu quarto."

"Eu não trago meninas para o meu quarto." 

"Por quê?"

"Por que eu deveria? Só de pensar que nenhuma delas é minha namorada ou amiga próxima, eu realmente não quero que haja interferência no meu lugar."

"Oh, e quanto a mim?" Ele e eu também não somos muito próximos.

"Não inclui animal de estimação." 

"Maldito!"

Ele ainda ousa rir de mim novamente.

"Eu acho que o ponto de não trazer garotas para o seu quarto é porque você ainda é virgem, não é?"

"Pense bem no que acabou de dizer. Refere-se a mim... ou a você?"

Assim que me deparo com essa pergunta, fico quieto por um instante. "Não sou eu!"

"Você tem certeza, Zon?"

Ai'Saifah fica de pé e apoia as duas mãos no sofá antes de sussurrar algo próximo ao meu ouvido.

"Só pelas mãos, você pode saber que eles são virgens na krub."

"Você é muito bom em confusão mental. Eu já te disse, não sou eu."

"..."

Ai'Saifah não responde, mas há uma linha tênue de sorriso que ele dá ao invés disso.

"Maldito!" Eu digo enquanto jogo o travesseiro em suas costas.

"Mas eu não disse nada. Apresse-se, arrume suas coisas e vamos... jovem pai virgem." 

Mesmo quando ele não disse as últimas palavras com clareza, ainda posso ler seus lábios. 

No entanto, em vez de ficar histérico, finjo não ver, e apenas vou com ele.


(****)


A chuva forte estava produzindo um som de vento assobiando, fazendo com que eu e Saifah corrêssemos juntos. Embora o prédio de Saifah esteja realmente próximo, nós dois ainda acabamos encharcados. 

"Que diabos?! Foi tão repentino. Está chovendo tanto que tudo está encharcado." Eu resmungo para mim mesmo quando o dono do quarto abre a porta, me deixando entrar.

"Exatamente. É como uma cena de um drama ou de um romance."

"Que maldito romance você quer dizer?" Eu pergunto ansiosamente para o cara na minha frente. Na minha cabeça, lembro-me do voto que fiz com Ai'Zol.

"Esta é uma ocorrência totalmente natural. Pode chover em qualquer lugar. É apenas uma chuva normal, é isso. Como pode ser igual a um romance? Como pode ser tão exagerado, Saifah?"

Não tem como ser assim. Isso é realidade. Como pode ser comparado a um romance?!

"Por que você leva tudo tão a sério?" Saifah caminha em minha direção com uma toalha. Seus olhos que estão focados em mim estão cheios de confusão.

Bem, como você pode entender isso?! Não foi você quem fez um juramento com Ai'Zol, fui eu.

"Eu estou apenas brincando."

"Brincar não é permitido."

"Por quê?"

"Não importa por quê, e quanto à minha pulseira? Eu a quero para poder voltar correndo." Eu gesticulo com uma mão, pedindo minha palheta de violão personalizada do dono do quarto.

"Por que você precisa voltar? Ainda está chovendo forte lá fora."

"Ainda é suportável. Você tem um guarda-chuva para eu pegar emprestado, certo?"

"Tenho. Mas ainda está chovendo forte, e você ainda está encharcado."

"Está tudo bem."

"Mas, se você está encharcado, você acha que o motorista iria deixar você sentar na van dele?"

"..."

"..."

"Isso mesmo. Vá tomar banho e vista roupas secas primeiro. Está encharcado, você parece um cachorrinho que caiu numa poça." Disse Saifah enquanto tentava colocar a toalha em minha mão, mas não estou perto o suficiente para recebê-la.

"Eu não quero isso. Eu quero voltar!"

"..."

Saifah não diz nada, ele apenas mostra uma expressão simples como sua resposta.

Vê-lo assim me atordoa de medo. Eu nunca experimentei tal humor com ele antes, e nunca pensei que seria tão assustador a ponto de me sentir ansioso.

"B-bem, eu não tenho nenhuma roupa sobrando. Minha boxer também está molhada. Você vai me deixar usar a sua?"

"Eu tenho roupas sobrando. Quanto a boxer, tenho uma nova no armário. E você não pode falar menos, Zon? Você está tremendo de frio... vá tomar um banho já."

"..." Eu não consegui responder.

Fico quieto e retrato um rosto desagradável até que Saifah coloca a toalha na minha cabeça e me dá uma cutucada suave.

"Vai!"

Siiiim. Eu vou. Mas será que é preciso fazer uma voz tão severa?!

Eu concordo em tomar um banho como Saifah me disse para fazer. Logo depois de terminar, saio e noto um novo conjunto de roupas na cama.

"Bem, espere só um momento. Eu vou tomar um banho também."

"Certo."

Eu aceno como uma resposta para o dono do quarto enquanto pego o conjunto de roupa, colocando. Embora seja bem grande, ainda serve. Não parece muito folgado em mim.

Depois disso, como não tenho nada para fazer, decido explorar seu quarto até ver um violão colocado no chão.

Eu pego enquanto faço meu caminho para sentar, dando algumas batidas. Não é que eu os dedilhe perfeitamente. É apenas uma batida aleatória, pois o acorde ainda dá um som de ritmo.

Então, a porta do banheiro se abre e Saifah sai com uma pequena toalha na cabeça, secando o cabelo.

"Você tomou banho por muito tempo. Achei que você já tivesse caído e batido com a cabeça no chão do banheiro. Felizmente, ainda não liguei para Poh Teck Tung[1]."

"Bem, eu não estou tomando banho como outra pessoa... e não tenho certeza se ela usou sabonete ou não?"

"Eu usei!" Eu respondo para a pessoa que está sorrindo irritantemente.

No final, eu paro de prestar atenção nele e volto a dedilhar o violão. No momento seguinte, percebi que Saifah já estava sentado ao meu lado na cama.

"O que?"

"A pulseira de palheta que você me pediu para fazer."

"Ei, isso é tão bonito!" Eu olho para a pulseira de palheta na mão de Saifah, que ele estendeu para mim antes de eu pegá-la e colocá-la no meu próprio pulso. "Obrigado!"

"Hummmm." Saifah murmura. "Por que você não tenta tocar?"

Eu faço como ele instruiu e acho que é muito mais fácil tocar dessa forma. É muito mais fácil de dedilhar do que usar apenas os dedos, mas quando tento acertar o acorde, alguns dos sons estridentes ainda podem ser ouvidos.

"Então, como está? Está tudo bem?" O dono do quarto me pergunta quando tento tocar violão por um momento.

"Ok, não. É muito melhor do que usar meus dedos para dedilhar, mas, droga, eu não consigo me lembrar bem do acorde."

"Vá devagar. Quando você pratica, vai se lembrar depois de um tempo."

"Minha memória é terrível."

"Pelo menos você sabe disso."

"E você tem uma língua solta, certo?"

Eu o olho e ajo como se estivesse prestes a bater nele até que Saifah solta uma gargalhada. No começo, tento me concentrar em tocar violão, mas então algo passa pela minha cabeça.

"Ei, que horas são agora?"

"Por volta das oito e meia, talvez, por quê?"

"A van para eu voltar para casa!" Larguei tudo imediatamente, seja o violão ou a pulseira da palheta, só não tenho tempo para pensar direito agora.

"Saifah!"

"O que?"

"Posso pegar emprestado seus chinelos e seu guarda-chuva? A maldita chuva ainda não parou."

"Sim, você pode."

"Posso pedir um saco plástico também? Quero colocar minhas roupas molhadas e meus sapatos lá."

"Claro, espere um minuto. Vou encontrar um e dar a você."

O dono do quarto então correu para ir encontrar o item que eu pedi assim que eu lhe lancei um olhar, pedindo-lhe que se apressasse. Passo menos de cinco minutos colocando todas as minhas coisas no saco plástico antes de correr para a estação de van.

Mas caramba, como você pode ver, o destino sempre adora brincar comigo!

"E agora?" Saifah que está segurando o guarda-chuva me pergunta, quando a última van já partiu e havia uma placa de aviso, dizendo que o horário de partida estava adiantado por causa da chuva.

Quanto aos ônibus, embora existam, não tenho certeza se é nesta vida, mas passam por aqui mesmo assim. Esperamos por quase quatro horas e nenhum passou por nós.

"Você provavelmente precisa de um táxi."

"Talvez, eu peça para um parar."

Eu aceno e expiro pesadamente, exausto. “O custo de pegar um táxi para voltar para minha casa não é barato na krub. Além disso, mesmo que você tenha que acenar para parar algum deles, você também precisa de sorte para que o táxi concorde em te levar ao seu destino. Minha casa não é assim tão perto. Se eu soubesse que seria assim, já teria pedido pra minha mãe me deixar ficar no dormitório, é muito melhor.”


22:35

Já se passaram duas horas desde que tentei parar um táxi neste lugar. Não é que o táxi não pare, eles param, mas apenas para alegar que o táxi está quase sem gasolina, e se a corrida poderia ser feita ou não, dizendo que é longe demais.

“O que há de errado com o destino que eles se recusam a ir?! Já faz quase duas horas que esperamos aqui. Táxis hoje em dia, quais são os problemas deles exatamente? É só chuva. Se não fosse a minha van já ter partido, eu nem pensaria em pegar um táxi. O preço é tão caro!" Reclamo por um momento, expressando minha insatisfação.

"Por que você não tenta ligar para Grab mais uma vez?"

"Eu não vou. Se eles não vierem, então que seja!" Já aceitei o fato de que o táxi não vai, mas quando liguei para o Grab, ninguém atendeu minhas ligações o que me irritou ainda mais.

Pode ser porque esta estrada tem um ponto de táxi próximo. Além disso, há notícias de que os motoristas de táxi e Grab não estão se dando bem porque eles se batem várias vezes.

No final, o lado do Grab resolveu o problema ao não pegar mais clientes por esta estrada.

"Vamos Zon. Acalme-se um pouco. Pode haver um chegando em breve."

"Hummm." Eu aceno para o cara mais alto que espera enquanto segura o guarda-chuva, protegendo nós dois.

"Sinceramente, você devia voltar para o seu quarto, Saifah. Você já está me acompanhando há muito tempo. Não quero incomodá-lo."

"Está tudo bem. Meu prédio é logo virando a esquina."

"Muito obrigado. Se não houver nenhuma carona que queira me levar, acho que vou dormir no dormitório do meu amigo. Mas, caramba, já é tarde, alguém vai atender a minha ligação?"

Lembro-me de alguns de meus amigos hospedados no dormitório, mas não sou muito próxima de nenhum deles, exceto de Ai'Tor, que é de um corpo docente diferente.

"Você acha que Ai'Tor já foi dormir?"

"O prédio da Ai'Tor fica em frente à universidade, Zon."

"Sim, ainda me lembro. Eu costumava dormir no dormitório dele."

"Eu entendo que você costumava dormir lá, mas o que eu não entendo é por que você insiste em ir lá quando meu prédio é logo aqui?"

"..." Eu me mantenho quieto, não respondendo a pessoa que está me olhando de forma questionável.

Droga, não faça essa cara, eu não posso escapar!

"Achei que já tivéssemos virado amigos."

Lá vem... mostrando drama na minha frente.

"E- eu..."

"Mas eu entendo." O tom de Saifah diminuiu mais do que o anterior. "Uma vez eu reivindiquei a garota com quem você falou e isso provavelmente fez você não querer muito ser meu amigo."

"Não é isso. Eu só não quero incomodar você."

"Está tudo bem, eu entendo totalmente."

"Você não entende."

"Eu entendo."

"Mas seu rosto está me dizendo que você não entende nada disso."

Saifah fica quieto e vira a cabeça, jogando sua visão em outro lugar até que um suspiro suave me escapa.

"Saifah."

"O que?"

"Olhe para mim."

"..."

"Agora." Eu ordeno que a pessoa mais alta olhe para mim.

No começo, ele está hesitando, mas no final, ele ainda se vira para me olhar como eu pedi a ele.

"Se o próximo táxi se recusar a me levar, então vou dormir no seu quarto esta noite... tudo bem?"

"..."

"Eu perguntei se está tudo bem?”

“Hmm, ok.” Depois que Saifah deu suas palavras, ele imediatamente evitou meus olhos mais uma vez.

Porém, agora há pouco notei que ele sorriu secretamente, o que me faz duvidar se o drama que ele fez anteriormente é mentira ou não.

Mas talvez não seja o caso, porque uma pessoa como Saifah se sentiria satisfeita e feliz com a notícia de que eu passaria a noite em seu quarto?

"Mas você deve ir comprar uma escova de dentes primeiro."

"Sim, eu sei." Saifah disse enquanto olhava para a estrada novamente. "Tem um táxi ali, por que você não tenta perguntar?"

Eu concordo e aceno para o táxi que gradualmente se aproximou de nós dois. Em meu coração eu só podia rezar para que ele me levasse embora. 

Me leve embora... por favor, me leve embora.


  It’s because of love right?

 

Notas:

[1] Poh Teck Tung é um serviço de base para coletar cadáveres.



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