quarta-feira, 24 de março de 2021

Gen Y: Perhaps Love - Capítulo 5

 


Tradução: Nara

Revisão: Lisa.S

- Equipe KhunPandex Traduções.



“Eu não estarei mais por perto, tome conta de si mesmo.”

“Eu sinto muito que tenhamos que terminar assim, Wayu.”

“Não está mais dando certo.”

“Nós... Deveríamos terminar.”

Wayu gritou a plenos pulmões quando acordou com medo daquele sonho. Um sonho que continuava se repetindo quase toda noite. Ele não conseguia evitar, não importa quanto tempo havia se passado.

A pergunta que ele nunca teve resposta. A pergunta que ele nunca teve a chance de fazer.

Ele pressionou seu rosto com as mãos para sentir as lágrimas em suas bochechas. As lágrimas estavam sempre lá, nunca secavam, de seus olhos, nem de seu coração.

Quando ele se acostumaria com isso?

Wayu sentou quieto se afundando na escuridão solitária. Seus ombros tremiam levemente com o peso dos sentimentos difíceis. Ele estava sentado com seus joelhos dobrados próximo ao peito, seus braços ao redor de seus ombros para compensar a falta do calor gentil que ele nunca mais receberia daquela pessoa.

Ele pegou o telefone e olhou para as fotos. As imagens mostravam um rosto familiar e bonito olhando de volta para Wayu. Ele moveu seus olhos do corpo alto e o peito largo que eram o lugar que ele se apoiava. Cada foto ainda estava clara na memória de Wayu. Cada ação, cada palavra e cada toque.

Desde o primeiro dia eles estiveram juntos... Até aquele dia.

O dia que Pha desapareceu da vida de Wayu.

Uma vez ele quis deletar a memória, esquecer de tudo. Mas no final ele acabou no mesmo lugar, com o mesmo velho sentimento que ele não conseguia mudar.

Por que você foi tão mal? Antes de me abandonar, veja como você me deixou.

Por que você me enganou? Você me disse que ficaríamos juntos para sempre.

Wayu abriu o seu LINE e olhou todas as antigas mensagens no chat. Depois de ler a conversa que ele havia memorizado quase cada frase, ele não conseguiu evitar de enviar uma mensagem na sala de chat vazia. Embora ele soubesse que toda mensagem depois daquele dia nunca seria lida.

Os dedos que estavam digitando uma longa mensagem culpando Pha pararam de repente. Wayu engoliu seus sentimentos sufocantes. Ele decidiu apagar a mensagem e mudou para uma curta, mesmo que nunca chegasse ao destinatário, ela refletia melhor o que havia em sua mente naquele momento.


“Eu sinto sua falta.”

 


Depois de vários dias de espera nervosa, finalmente chegou o primeiro dia de estágio para um grupo de estudantes. Eles foram aceitos para trabalhar em um emprego de meio período para conseguir as horas de trabalho para uma nova matéria opcional na faculdade. A matéria requeria que eles ganhassem mais experiência de vida real e de trabalho fora da sala de aula.

A cafeteria era bem decorada. Bebidas e lanches eram servidos aqui. Embora os estudantes pudessem trabalhar apenas no fim de semana, o dono gentil os deu boas-vindas e a oportunidade.

Saeb dobrou seu avental e o vestiu. Ele amarrou a fita em sua cintura com prestígio.

“Saendee, você já está trabalhando aqui a duas semanas! Como isso aconteceu? O trabalho aqui é difícil?”

O garoto que foi chamado, era seu colega de faculdade. Seu verdadeiro nome era “Thridsadee” que significa “teoria”. No entanto seus amigos preferiam chamá-lo por seu apelido “Saendee”. Quando estava em silêncio, tinha uma poker face, parecendo indiferente, mas quando ele falava todos saberiam que ele era gentil e educado. Ele sempre se importava com as pessoas que o rodeavam, Saendee prestava atenção em pequenos detalhes que a maioria das pessoas tende a ignorar.

“É divertido. A maioria dos clientes são estudantes da universidade aqui perto. Agora, a parte exaustiva é o turno noturno, porque a loja acabou de abrir para o serviço 24 horas semana passada.”

“Aquela universidade, o meu irmão estuda lá. P’Kij me disse que ele viria me dar apoio à tarde.” Phai ou “Phathaitad”, outro colega de escola. Phai trocou de roupa para o uniforme da cafeteria como os outros. Comparado com seus amigos da mesma série, ele era bem pequeno. Ainda assim, seus olhos grandes e brilhantes eram seu maior atrativo.

“Eu acho que ele vai vir junto com o P’Yu, com certeza. O mundo é tão pequeno. Eu nunca imaginei que P’Wayu e P’Kij se conheciam. Ainda mais que os dois conheciam P’Mark!”

“Sim, é muita coincidência. Saendee, o que é isso?”

Phai estava olhando para uma jarra de vidro com vários papéis dobrados dentro.

“A definição de amor.”

“O que? Deixa-me ver.” Saeb mostrou apenas seu rosto e tentou ver.

“Eu pedi que o dono fizesse isso por diversão. Deixar os clientes tentarem escrever sua própria definição e colocar na jarra. Bem, se estiver interessado em ler dos outros, você também pode.”

“Que ideia! Então o que você vai fazer com essas definições de amor depois, Saendee?”

Saeb colocou uma mão dentro da jarra, brincando com os papéis. Ele pegou um para ler.


“Amor é um destino inevitável”


O rosto de Saeb mostrou que ele não concordava muito.

Ele dobrou o papel e jogou de volta na jarra. Ele sentiu que queria discordar do papel, então ele pegou um papel por perto e escreveu sua própria definição de amor.

“Eu vou escrever no meu caderno. Eu gosto de estudar amor, existem vários tipos, perspectivas e histórias.” Saendee pegou um caderno grande, branco e grosso que estava manchado de tinta. Ele deve colecionar todo seu interesse sobre amor dentro desse caderno, com certeza.

Phai assentiu enquanto pegava um papel e dobrava. A caligrafia estava torta e difícil de ler, mas com a pressão da caneta, o escritor deveria ser uma pessoa firme.


“Amor é procurar por alguém que vai fazer você entender a definição de amor”


Procurar? Por que precisa procurar?

Phai não concordava. Seu suspiro passou rapidamente, ele mal notou uma pequena seta desenhada na beira do papel. Phai jogou o papel de volta na jarra, como Saeb.

“É bom que tenhamos algo divertido para fazer enquanto trabalha. A não ser que fiquemos intimidados. Bem, eu vou ler, tipo, dois desses papéis por dia, eu acho. Saeb, vamos trabalhar.”

Phai chamou seu amigo que estava escrevendo algo. Saeb assentiu. Ele jogou o papel que ele tinha acabado de escrever dentro da jarra com precisão.

“Ok, terminei agora. O que você tem que nos ensinar, Saendee?”

Saendee começou a ensinar os dois amigos como trabalhar gradualmente. Phai e Saeb prestaram atenção em tudo. Porque aquele que escreveu a mensagem não conseguiu dobrar o papel, a mensagem dentro mostrava a grande letra de Saeb.


“O amor está acima do destino…”


Kij e Wayu foram até a cafeteria onde seus primos estavam ocupados trabalhando. Saeb, o jovem mestre da casa, estava varrendo o chão, desajeitado. Do outro lado, Phai parecia muito mais profissional em arrumar as mesas e juntar copos pela loja.

“Você dormiu ontem à noite, Yu?” Kij pediu a Saendee por uma bebida e então perguntou para o jovem pálido que estava sentado silenciosamente do lado oposto ao dele.

“Bem, eu tive um sono de cão, P’Kij. Mas eu prometi para Saeb que o visitaria hoje.” Wayu respondeu relutante. Ao se obrigar a dormir na mesma cama, às vezes ele sentia como se achasse um cheiro familiar escondido na cama. A cama macia onde uma vez ele dormiu nos braços de alguém. Cada canto, cada centímetro do quarto, havia milhares de memórias em todo lugar. Não importa se ele estivesse acordado ou quando ele fechava os olhos, ele só podia ver um rosto.

Então como Wayu poderia dormir?

“Se você não está bem, você não precisa fingir.” Kij bateu com gentileza nas costas da mão de pele fina de Wayu. Wayu engoliu a saliva. Sabia bem que Kij não falava apenas sobre sua insônia severa. Ele falava dos sentimentos internos. A dor que Wayu ainda não conseguiu superar.

Era verdade que ninguém via mais suas lágrimas. Ainda assim, em seu coração ele sabia bem, que seu coração era inundado com lágrimas toda noite.

Não muito tempo depois, Mark também entrou na cafeteria depois de estacionar. Sempre que ele via o rosto de seu melhor amigo, Wayu, ele sempre ficava zangado com a pessoa que causou aquilo. Mas toda vez que Mark começava a culpar o doutor Pha, Wayu sempre seria aquele que não aguentaria ouvir. Eles quase sempre têm uma briga seria quando ele falava mal do P’Pha.

Mark franziu suas sobrancelhas, em frustração imediatamente quando ele viu Kij falando e brincando com um funcionário bonito, o que estava colocando a xícara de café na frente de Kij. Huh… balançando a cabeça, hein? O que é isso? Ele segurou sua mão para olhar de perto.

Mark não aguentaria apenas observar daquele jeito, ele se colocou entre Phai e Kij que estavam em pé juntos.

“Se você quer ter um namorado mais novo, você pode olhar bem aqui.” Mark disse olhando para Phai com raiva em seus olhos, como se estivesse dando um aviso.

Mesmo que ele tenha dito isso de maneira suave, aquele que ouvia bem pegou as suas palavras rapidamente e respondeu de imediato.

“O que diabos você disse Mark?”

“Não, desde quando você tinha uma coisa por mais novos? Você nunca o apresentou para mim.”

“Meu nome é Phai… Eu sou o nong dele.” Phai ergueu as duas mãos para prestar respeito para Mark humildemente com um wai. Ele apresentou a si mesmo antes que houvesse mais desentendimentos. Por quê? Porque o garoto mais velho não fez o menor esforço em esconder que estava dando em cima do seu primo.

Wayu riu quando viu seu esperto amigo mudar de jeito rapidamente, tão rápido quanto um camaleão muda de cor.

“Phai. Sou o P’Mark. Como foi o trabalho? Exaustivo? Tem alguma coisa que eu possa fazer por você, apenas me diga. Nós somos todos família, o irmão do Kij é como meu irmão.”

Kij olhou para o cara que tinha acabado de colocá-lo como sua família, movendo a boca silenciosamente, xingando Mark. Kij tentou não xingar na frente das crianças menores de idade.

"P'Yu, P'Kij, P'Mark, olá!” Saeb veio correndo para dizer olá.

“Obrigado por nos visitar, vocês estão todos aqui. E quanto ao doutor Pha, ele não está aqui?”

O rosto de Mark fazia parecer que ele tinha pisado em um prego enquanto Kij, que estava bebendo café, de repente se engasgou.

“Oh, P’Kij, você precisa de água? Eu acho que esse café não deve seguir a receita.” Saeb que ainda não havia percebido, foi direto esfregar as costas de Kij enquanto Phai foi buscar para ele um copo de água.

“Talvez não… Sua camisa está manchada agora, P’Kij. O banheiro é nos fundos. Quer ir se lavar?”

Phai que voltou com a água perguntou a P’Kij se ele precisava de ajuda, sem saber que aquele que precisava de mais ajuda era Wayu. Seu rosto estava ainda mais pálido do que estava antes.

“P’Pha não está aqui...” A voz dele era tão suave que quase ninguém ouviu.

“Tudo bem então. No próximo sábado está bem também, P’Yu. Este mês eu trabalho nos sábados.” Saeb… Por favor apenas tire os olhos de Kij e veja o Wayu.

“Pha não virá nunca mais aqui, em qualquer dia. Ele me deixou… E… Ele nunca mais vai voltar.” Era realmente difícil para Wayu falar em voz alta. Ele precisou engolir seus sentimentos. “Mark leve P’Kij para lavar sua camisa. Eu estou bem, P’Kij. De verdade.”

Saeb ficou mudo de vergonha, ele estava procurando as palavras, mas nada saía. Ele perguntou a Mark com um gesto, então ele apenas balançou a cabeça. Saeb se sentiu ainda mais culpado. Quando tentou falar, Kij balançou a cabeça como um sinal para continuar em silêncio. Todos saíram da mesa silenciosamente, como se eles estivessem com medo de que o barulho fosse machucar os sentimentos de Wayu.

Naquele momento, aquele que disse a todos que estava bem, podia apenas mexer sua bebida com o canudo lentamente. Deixar seu coração absorver a verdade que ele tinha acabado de falar.

“Pha o deixou.”

Quando estavam apenas as duas pessoas no banheiro, enquanto Kij limpava a mancha marrom de sua camisa na pia, Mark de repente explodiu sua raiva.

“Pha… Merda… Ele largou a escola e depois foi embora simples assim. Ele deixou Yu desse jeito. Isso é muito egoísta.” Mark estava xingando então Kij interrompeu.

“Chega. Tenha cuidado com o que você diz. Ele é meu amigo de qualquer forma.”

“E daí? Você ainda vai protegê-lo depois de tudo isso?”

“Eu acredito que ele deve ter tido seus próprios motivos que ele não pode dizer para ninguém ainda. Eu conheço bem meu amigo, ele não é esse tipo de pessoa que você pensa que ele é.” Mark olhou desapontado para Kij. Ele esnobou com raiva e de repente levantou a voz sem perceber.

“Eu posso não estar pensando sobre isso direito, mas como você pôde ver agora, aquele meu amigo está quase ficando louco por causa do seu amigo.”

O que aconteceu entre Pha e Wayu foi triste, é verdade e ele também estava envolvido, sem escolha. No entanto, aquilo era entre duas pessoas que se amavam. Não importa quantos amigos que gostassem deles tentasse ajudar, não significaria nada.

“Então por que diabos você está com raiva de mim agora, droga Mark.”

Kij também ficou com raiva. Não porque Mark estava culpando Pha, mas porque era a primeira vez que Mark gritou com ele. Mark… Que sempre cedia a Kij, mesmo que Kij fosse mal com ele. Agora Mark parecia como se ele não se importasse nem um pouco com Kij.

“Você tem certeza de que vai falar comigo desse jeito, Mark?”

“Por que eu não posso? O que tem de bom naquele Pha? Ele é intocável né? Não se alie ao lado errado. Ou então você estará tão errado quanto aquele cara. Você não sabe?” Mark não tinha ideia que ele estava culpando outra pessoa, que não estava errada, especialmente que essa pessoa fosse Kij.

“Se você vai dizer coisas assim, não fale comigo de novo.” Kij fechou a torneira. Ele não queria mais ver nem mesmo o rosto de Mark!

“Espera, P'Kij!” Mark abraçou Kij por trás, seus braços estavam pousados nos ombros de Kij para fazê-lo ficar. Ele sentiu que as emoções de Kij estavam diferentes do que ele já havia visto. Ele só conseguia ver indiferença no rosto de Kij.

“Se eu te deixei bravo, não foi por querer.”

“Me solta.” A voz estava totalmente diferente. Estava mais suave que a voz normal de Kij e estava tão distante que seu coração doeu. Mark obedeceu imediatamente, mesmo que ele não quisesse. De coração, ele sabia que se ele continuasse insistindo, Kij não seria tão calmo. 

Hoje não era mesmo seu dia. Apenas um segundo de descuido quase arruinou sua vida.

“Você ainda vai estar zangado comigo e não vai mais falar comigo, P’Kij?”




Capítulo 6

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