quarta-feira, 23 de junho de 2021

Kinn Porsche - Capítulo 0: Começando o mal

Tradução: Bree
Revisão: Izzy
Controle de qualidade e revisão final: Nessa
- Equipe KhunPandex Traduções.
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    Capítulo 0 - Começando com o mal.


    O som de alguma coisa batendo chamou minha atenção. Eu estava com um cigarro na boca, tirando o lixo e colocando na lata verde perto do bar onde eu costumava trabalhar meio período. Olhei para o grupo de homens em torno de cinco a seis pessoas chutando alguém que deitava sob seus pés, apertei minha mochila antes de desviar minha atenção, tragando o cigarro e soltando a fumaça em paz pois estava acostumado com cenas desse tipo… Era bem normal. No beco perto do bar era escuro e apenas os funcionários tinham acesso para tirar o lixo e pegar as encomendas.

    “Droga! Isso foi forte!” O som era alto pela escuridão. Eu não me importei, me concentrei em trancar a porta dos fundos da loja onde deixava o trabalho. Eu trabalhava como garçom depois da escola. Por volta desse horário algumas pessoas esperavam por um táxi, algumas estavam lidando com garotas para conseguir algo e alguns estavam tendo brigas como a que acabei de ver… Não sou tão insensível, mas não quero me meter. Ele pode ter causado problemas para alguém para ter terminado daquela forma… Você pode me xingar por não ter empatia pela pessoa sendo espancada daquele jeito, mas eu estava fingindo admirar pássaros e árvores. Não sabemos se ele provavelmente terminou nessa situação de quase morte por algo que fez ou por algo simples como roubar doce de alguma loja ali perto…

    “Me solta!!!”. Eu olhei e vi o cara que estava sendo espancado no chão ainda sendo agredido pelos gangsters. Pisei no cigarro. Tomei passos cansados até a garagem já me preparando para ir embora, minhas pernas provavelmente teriam continuado seu caminho se o bastardo não tivesse agarrado minha camiseta.

    “Socorro…” uma voz rouca disse suavemente.

    Com uma mão para trás, conseguia ver o emblema da universidade nas costas. Quando o olhei, sua boca e nariz sangrava sujando todo seu rosto. Não pude evitar senão me surpreender com o rosto que mesmo machucado mostrava que ele tinha boa aparência e juro que parecia como um homem jovem.

    “Você venha aqui”. Um dos homens puxou seu colarinho. Eu olhei para o cara que pediu ajuda e pensei rápido antes que fosse puxado de volta para a briga.

    “Fale devagar, seu velho”. Disse com uma voz suave. Olhando para seu bigode e rosto velho… Eles estavam batendo numa criança? Olhei para o menino que parecia ter a mesma idade que eu e para suas roupas, parecia ser um riquinho. Então puxei seu braço para o esconder atrás de mim. Olhei para o vigarista que não perderia mais tempo por ali.

    “Se você não quiser se machucar, não se meta!” Hesitei antes de responder o cara.

    “O que ele fez para você?” Se essa pessoa realmente fez algo para acabar assim, então deixaria para o karma resolver a situação, mas se não…

    “Eu disse para você não se meter!” Ele gritou antes de encarar o garoto atrás de mim. Eu estava quieto antes de pensar que não era nada da minha conta. Também tinha um irmão me esperando em casa. A consciência voltou a me dominar. Algumas das minhas responsabilidades passaram pela minha cabeça. E era verdade que eu era mais egoísta para pensar em mim antes de dar uma surra nesses caras. Além disso, não ganharia nada com isso. Pensando sobre isso, estava determinado a sair e deixar os caras tomarem conta do bonitinho. Mas ele apertou meu braço primeiro.

    “Se você me ajudar… Eu vou te pagar!” Ele sussurrou na minha orelha. Ele acha que pode comprar as pessoas? Então, vai usar dinheiro para me conquistar?

    “Quanto?” Você acertou! Dinheiro me compra, poderia dizer se valeria a pena ajudá-lo.

    “Cinquenta mil, é suficiente?" Eu dei um sorriso satisfeito porque isso era suficiente para a tutoria do meu irmão, Che.

    “É sim! Vai ser sua morte!” Disse para os gangsters. Consegui tirar o cara bonito dali e pulei, chutei, soquei, preparado para derrubar todos os vigaristas até deixar todos no chão, não deixaria ninguém encostar no bonitinho. Usei o conhecimento em artes marciais que aprendi quando me tornei campeão no Ensino Médio. Eles me usaram de alvo, mas sempre que tentavam algo eu me defendia. Até que o cheiro ruim de sangue se fez presente. Eu dei um sorriso porque não havia deixado ninguém me bater. Dei mais alguns socos na pessoa que ainda não havia desistido antes de me apressar para pegar a mochila que tinha derrubado no chão perto dos corpos sangrando e o cara bonitinho. Corri e andei até meu veículo porque olhando para aqueles caras, eles não pareciam que iam desistir tão facilmente.

    “Onde estamos indo?” Ele perguntou assustado, a mão apertando o estômago.

    “Não sei”. Dei partida na minha moto, fazendo ele abraçar meu quadril, me dificultando olha-lo. Não deixaria ele escapar fácil, ele não havia me pagado ainda. Dei partida e comecei a andar rápido. Vi o grupo de homens correr até onde eu estava, comecei a acelerar já que agora eles deveriam estar em carros atrás de nós.

    "Obrigado".

    “Não precisa agradecer….” Eu disse suavemente. Olhando pelo retrovisor a distância do lugar da briga já parecia ser longa. Minha moto tinha muita velocidade e força. Deixei escapar um suspiro por ter conseguido escapar fácil.

    “Eles não vão mais nos seguir”. A pessoa no banco de trás concordou. “Obrigado”. Ele disse extremamente exausto, a cabeça descansava no meu ombro. Peguei sua mão que estava na minha perna para por no quadril, fiquei com medo que ele pudesse morrer antes de me pagar.

    “Eu teria morrido”. A voz baixa disse cortando o vento. Apesar dele parecer inocente, não confiava muito nas aparências. A mão grossa gentilmente apertou minha camiseta.

“Obrigado”. Ele só sabia dizer isso? Não o respondi, só continuei dirigindo pela via. Mesmo tendo reduzido a velocidade, eu ainda não havia parado a moto.

“Cinquenta mil…” Eu disse. Olhei para o retrovisor e vi apenas a cabeça da pessoa atrás de mim. Ele acenou parecendo sentir dor e se arrumou no banco.

“Vamos para minha casa, vou te dar o dinheiro”. Eu pensei sobre o que ele disse. Não sabia se confiava o suficiente porque ele poderia ser um traficante ou alguém da máfia e poderia me matar ao invés de dar o dinheiro, então, todos meus esforços teriam sido em vão. Não sabia como pegar o dinheiro de forma segura “Você não precisa suspeitar de mim como se eu fosse te matar”. Como se eu tivesse pensado em voz alta, o garoto atrás de mim me olhou pelo espelho e me deu um sorriso.

“Como vou saber?” Respondi honestamente.

“Eu pareço como um criminoso para você?” Ele disse de novo, apesar de que o som não estava claro por causa do machucado em sua boca.

“Hm… Por que mais estaria com eles?”.

“Hehe…” Ele riu um pouco. Pensei que jamais deveria ir na casa dele. Não queria terminar sendo pisoteado, então falei para ele que pararia no posto de gasolina e que ele deveria pegar um táxi sozinho, mas não esqueci de parar no SEVEN que tinha um banco vinte e quatro horas.

“Não tenho telefone ou carteira”. Ele disse depois que parei na frente do caixa na SEVEN.

“Ei! Você me enganou para te ajudar?! Se fez isso eu te mato aqui e agora”. Eu olhei para ele que ainda descia da moto.

“Ei… Você vai ser compensado por salvar minha vida, vamos dizer que esse relógio vale só cinco mil”. Eu o olhei em dúvida.

“Como eu saberia se é verdade ou não…”.

“Então, me dê de volta”. Ele fingiu tirar seu relógio, então olhei para longe. Quando olhei para seu relógio, o material parecia tão bom que não poderia ser falsificado e se fosse real, poderia conseguir muito dinheiro com ele.

“Tá bom, saia da minha moto, mas se for falso, eu vou te achar e te espancar até você morrer”. Ameacei.

“Espera, posso emprestar seu celular para ligar para o meu pai?” Quando ele disse isso fiquei completamente paranóico. Pensei que ele pegaria meu celular e sairia correndo, isso não seria tão ruim, né? Mas nessas condições, digamos que não seria difícil perseguir ele.

“Você é tão mandão”. Disse antes de entregar meu telefone a ele. Vou apenas cobrar mais. Ele discou um número e uma voz começou a falar do outro lado. Ele realmente chamou o pai e escutei ele pedindo para mandar alguém buscá-lo e falou a localização. Olhei para ele pensando se não seria melhor ir para um hospital do que eu o socar se me enganasse.

Parecia que ele estava tendo dificuldades para respirar e sua cabeça não parava de sangrar. Se eu dissesse que queria levá-lo para o hospital cobrando trinta mil a mais… Seria ok?

“Obrigado de novo, mesmo que tenha feito por dinheiro”. Ele disse antes de andar. Agi indiferente. As pessoas devem agir conforme o que querem.

“Como você sabia…?” Disse docemente. Perguntei como sabia o endereço.

“Sua camiseta”. Ele respondeu, então me toquei que usava o mesmo emblema da faculdade no uniforme dele que estava coberto de sangue.

“Ah…”.

“Qual é o seu nome?” Ele ainda não havia descido da minha moto. Até que comecei a demonstrar minha insatisfação. Cada palavra que ele dizia parecia tão cheia de dor que eu tinha vontade de dizer para ele guardar suas forças ao invés de falar comigo.

“Por quê? Vai mandar alguém me perseguir depois?” Ergui as sobrancelhas em indagação.

“Não, você pode me ajudar dizendo seu nome?”

“Por quê? Vai escrever meu nome em alguma parede para me glorificar?” Eu disse e pensei no porquê de ele estar tentando me conhecer.

“Então, não vou descer da moto se você não disser seu nome”.

“Se você não descer, eu vou te bater”. Disse fortemente com uma expressão intacta.

“Então vou pegar o relógio de volta… e você vai para minha casa pegar o dinheiro”. Ele disse.

“Jom… meu nome é Jom”. Ele me deu um sorriso ladino e saiu da moto. Eu olhei para suas costas vendo que ele não conseguia andar reto e me perguntei que tipo de coisa ele poderia ter feito para ter se metido com aqueles gangsters. Mas de fato, não era do meu interesse, então apenas subi na moto e coloquei o capacete que havia esquecido de por na hora da fuga. Depois de fazer o acordo, dirigi para casa...

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