quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Kinn Porsche - Capítulo 3: Predador



 Tradução: Brenda

Revisão: Nessa

Controle de qualidade e revisão final: Nessa

- Equipe KhunPandex Traduções.



Capítulo 03: Predador

[Kinn]

Fiquei olhando para o meu pescoço pelo espelho. Havia uma marca de mordida vermelha com um pouco de sangue escorrendo. A área ao redor estava machucada, formando uma leve mancha roxa-amarelada. Virei meu pescoço para Big que estava usando um cotonete para limpar minha ferida enquanto reclamava. 

"Vai mesmo aceitar alguém assim como guarda-costas, Khun Kinn?" Big colocou o antisséptico na ferida até eu sentir um leve frio.

"Por quê?" perguntei suavemente de volta. Big olhou para a ferida e suspirou.

"Ele fez você se machucar desse jeito, Khun Kinn. Amanhã, eu vou caçar ele e trucidá-lo, ok?"

"Faça isso e papai sem sombra de dúvidas, vai dar na sua cabeça!" disse-lhe a verdade.

"Khun, eu não sei o que você ganha com isso. Ele deixou o senhor duas vezes e desta vez, mordeu seu pescoço. As pessoas até podem criar cobras, mas como domar uma pessoa como ele?" Murmurou meu subordinado até que eu lhe lançasse um olhar irritado. Ao perceber, ele imediatamente desviou seus olhos de mim para se concentrar na ferida. Na verdade, eu não queria tê-lo como um guarda-costas. De fato, Big citou várias características dele, como o fato de ser uma pessoa que se aproveitava dos outros, inclinada a mudar de lado e que podia trair muito facilmente as pessoas se lhe oferecessem o que ele queria. Ele mudava de time. Sua lealdade não existia. Mas, o que eu podia fazer quando meu pai assistia ao vídeo da câmera de segurança do Clube Root para caçar aqueles desgraçados que me sequestraram e torturaram por três dias e três noites e se deparou com algo mais interessante que era Ai’Jom? A pessoa que por dois dias seguidos me salvou, mas que fez por dinheiro.

“Apresse-se e o pegue primeiro, antes que o inimigo o faça se juntar ao grupo dele porque, se ele estiver do outro lado, estaremos em apuros”. As palavras do papai voaram na minha cabeça. Meu pai estava muito satisfeito com seu estilo de luta incrível, que ninguém mais conseguiria adquirir tão facilmente, além do fato de ter transformado gangsters fortes em uma pilha de corpos. Quanto a mim, queria apanhá-lo o quanto antes, para fazer uma boa negociação, mas agora, eu quero capturá-lo para me vingar pela mordida no pescoço, que chegou a causar uma ferida profunda.

Nunca na minha vida, desde o dia em que eu nasci, fui tratado desse jeito por ninguém...

[***]

Na universidade

"Qual das suas crianças é tão sádica a ponto de fazer você colocar um band-aid no pescoço? Hahaha” Gritou alto Ai’Time, depois de me ver andando e se sentando à mesa sob o prédio da faculdade.

"Retorne, por favor". Disse para Big, que me seguiu até aquele lugar. Normalmente, eu ia dirigindo para a universidade sozinho, mas durante esse período, meu pai disse que não era muito seguro, passando a atribuição de me pegar e me deixar para os subordinados.

"Depois da escola, estarei esperando no mesmo lugar". Disse Big.

"Tá. Não se esqueça de ir ao endereço que eu lhe disse antes, o nome dele é Jom!" Relembrei a Big.

"Que merda é essa daí?" Tae se virou para me perguntar.

"Papai me disse para caçar".

"Segunda Família de novo? Você desapareceu por três dias. Foi sequestrado outra vez, não foi?” Tae tocou meu rosto, verificando meus lados esquerdo e direito.

"Sim! Mas a pessoa que estou caçando não pertence à Segunda Família".

"Então...?"

"É o homem que fez isso no meu pescoço..." Disse com uma voz furiosa. Desembrulhei o band-aid cor de creme. Todos os três puderam olhar a cicatriz.

"Merda!!" Time, Tae e Mew gritaram ao mesmo tempo. Naquela manhã, eu ainda estava com muita dor. Pegaria raiva ou alguma doença contagiosa através da saliva? Na minha cabeça, eu não pensava nele como guarda-costas, eu só queria surrá-lo.

Contei toda a história aos três. Eles são meus amigos desde o Ensino Médio, então sabem tudo sobre mim. Não sou próximo de ninguém e não penso em fazer novos amigos porque minhas relações com pessoas não são muito boas. Tae já disse que quando olho para alguém parece que estou xingando o pai do sujeito internamente. Além do mais, poucas pessoas se atrevem a mexer comigo quando sabem quem meu pai é.

"Você conhece um monte de gente da Faculdade de Ciências do Esporte; não será difícil encontrar uma pessoa chamada Jom". Disse Mew para Time, voltando-se para ele. Por sorte, naquele dia, Ai’Jom estava usando um uniforme com o distintivo da Universidade, além do nome da Faculdade bordado no canto inferior.

"Quê?! Eu não conheço ninguém de lá”. Time fez uma cara surpresa, olhando nervoso para Tae que dava um sorriso frio para ele.

"Que história é essa que o Mew está falando de você ser próximo das pessoas do Esporte?" Tae olhou para Time. Esses dois eram marido e “esposa”. Estava parecendo ser um assunto polêmico entre eles. Talvez alguém daquela Faculdade teve um caso com Time e Tae descobriu. Time era bonito, paquerador e playboy. Era assim desde o Ensino Médio e não importava quantas vezes Time errasse, Tae sempre o perdoava.

"Ninguém mesmo". Time respondeu apressado e rapidamente mudou de assunto "Quando acabar as aulas, eu te levo". Eu concordei.

"Vamos estudar juntos, eu peguei as anotações para vocês". Mew distribuiu os papéis para nós. Ele é o mais informativo do grupo; um rato de biblioteca. Sempre o primeiro lugar da classe, despachando os demais para segundo lugar. Quando eu desapareci e não fui à escola, ele guardou todas as anotações para mim.

[***]

Depois das aulas, Time nos levou à Faculdade de Ciências do Esporte. Como era a primeira vez que visitava essa Faculdade, me senti como um estranho e não sabia por onde começar até...

"P’Time, o que você está fazendo?" Saudou uma voz alta que assustou Time.  Ele não poupava uma única Faculdade, nem mesmo a de Ciências do Esporte?

"Ah, Min, venha aqui". Time deu um sorriso apreensivo para o recém-chegado. O rapaz de corpo alto e boa aparência sorriu, caminhando até ele.

"Você não disse que não conhecia ninguém?" Perguntou Tae com uma voz grave. Suas mãos esticaram-se até a bainha da camisa de Time nas costas do marido e apertou, furioso. Ele estava indignado que a pessoa que veio cumprimentar, assim como ele, fazia o tipo de Time; alguém com uma aparência mais fofa do que bonita.

"P'Tae, não é o que parece. Eu conheço o P'Time porque meu pai é subordinado na casa dele”. Explicou o rapaz com um sorriso e Tae sorriu fracamente.

"Está vendo?"

"Não me deixe descobrir nada errado!" Tae cerrou os dentes. 

"Bem, por que a famosa gangue está por aqui?"

"É... Min, você conhece alguém de nome Jom que é desta Faculdade?" perguntou Time. Min respondeu rapidamente:

"Sei, sim, P’Jom... do segundo ano, não é?"

"Não sei. É segundo ano, certo?" Time virou para me perguntar.

“Sei lá...” Respondi em um tom monótono.

"Na verdade, pelo que me lembro, só há um Jom..."

"Leve a gente até ele..." Min levantou as sobrancelhas. "Temos assuntos com esse cara". Disse Time novamente.

"Têm assuntos com o Jom... e querem saber onde ele está”.

"Isso..."

"Hum, eu não tenho certeza de onde ele está". Min procurou alguém antes de gritar: "P’Ohm!"

"Oi!" Respondeu um rapaz moreno em um uniforme estudantil.

"Você viu o Jom e os amigos dele?"

"Não tenho certeza. Só vi o Ai’Tem no elevador, mas não o Jom".

"Uma hora dessas, as aulas já terminaram também e eles não estão no mesmo lugar”. Disse Min.

"Eles podem estar no refeitório. Eu também estou indo..."

"Então, se você o encontrar, por favor passe o recado para ele”. Disse Time para N’Min.

"E quem eu digo que está procurando por ele?" A pergunta veio do rapaz chamado Ohm que caminhava até nós.

"Hmm... diga que o Pai!! O Pai está procurando por ele". Respondeu Time, enquanto sorria. Min e Ohm estavam um pouco atordoados, mas assentiram. Enquanto esperava, liguei para meus subordinados para verificar. Depois de procurarem pela casa, descobriram que as pessoas da vizinhança não conheciam ninguém com o nome Jom. Além disso, as pessoas da casa que eu tinha informado tinham se mudado. De repente, pensei: O que uma pessoa como ele temia tanto a ponto de fugir apressadamente desse jeito?

Meu telefone fez Trim-Trim. Era o número do meu pai. Atendi rapidamente.

"Sim, pai... eu vou me apressar”. Olhei para o relógio no telefone e para o prédio sem sinal de pessoas. Papai me ligou dizendo para eu voltar rápido.

À noite, haveria um encontro com um cliente importante. Meu pai queria que eu os conhecesse, então desisti da ideia de vê-lo hoje, deixei Time ir e esperei meu subordinado me pegar na frente do prédio e fui para casa...

Aguarde só até que eu conclua esse negócio e eu vou voltar a caçar você.

[***]

"Obrigado, Sr. Wichian". Depois do nosso jantar, eu deixei alguns importantes convidados de negócios até em casa. Então, eu e todo o meu grupo fomos chamados para uma reunião urgente no centro principal da casa, tornando-o especialmente lotado agora.

"Pessoal, isso não é da menor importância!" Papai gritou bem alto, até que todos os funcionários ficaram assustados e em choque.

"Neste mês, Thankun foi atacado duas vezes. Kinn foi sequestrado uma vez. Kim está sendo perseguido aqui. Vocês acham que meu filho vai ter infinitas vidas?” A voz intensa continuou a xingar a mesma história, enquanto minha mão acendeu o isqueiro e traguei o cigarro que estava na boca. Meu pai agora estava furioso e não podia mais se controlar.

"..." Um silêncio cobriu o grande salão. Os subordinados baixaram a cabeça, não ousando olhar para cima para encontrar os olhos do meu pai, que agora sentou-se de pernas cruzadas e levantou um copo de água para beber. A atmosfera idêntica à de outras incontáveis vezes...

"Como vocês estão cuidando do meu filho? Como podem deixar essas coisas acontecerem de novo e de novo?” A gritaria não para, mas entendo ele estar tão zangado. Deve ter ficado muito estressado neste mês, com a parceria do papai fazendo uma guerra psicológica constante enquanto eu estava sequestrado. Meu irmão mais velho, Thankun e o irmão mais novo, Kim, não eram diferentes, mas no que se referia à frequência, a pessoa mais provável de ser atingida era eu, fui sequestrado pelo menos dez vezes na minha vida.

"Pete, Big, Nont!, como vocês são os guarda-costas chefes do meu filho, me respondam, o que pretendem fazer depois disso?” Os três se olharam de um para o outro, ninguém se atrevia a responder. Seus rostos estavam vermelhos com as marcas da mão do meu pai, que os atingira mais cedo, devia ter sido bem forte.

"Desculpe, senhor. Eu vou fazer melhor". Disse a voz de Pete calmamente.

"Estou cansado de ouvir isso! Olhe quantas vezes isso se repetiu. Você está aqui para cuidar do meu filho”. Disse meu pai. Sabemos que não são alguns devedores ou concorrentes por trás de tudo isso porque eles não se atreveriam, é alguém próximo ao papai. Mas o que ele pode fazer? Não há provas conclusivas e, além disso, essa pessoa seria um irmão de sangue do meu pai ou como pessoas da minha família dizem, alguém da Segunda Família, minha casa é da Família Principal. Nós competimos nos negócios. Por muito tempo, a família levantou ações de cassino e imóveis para o filho mais velho administrar. O presidente da empresa é meu pai. Os dois outros irmãos, Jekkun e Ko Kim, são os vice-presidentes, eles brigaram pelo poder até que essa contenda chegasse à geração dos filhos.

"Sinto muito, senhor. Nós tentamos reunir provas como você pediu, mas a Segunda Família sempre envia alguém para nos atacar, então nós..." tentou explicar Big.

"Então, você está dizendo que somos mais estúpidos do que eles..." disse meu pai, fazendo Big engolir toda a frase e abaixar a cabeça, ouvindo os xingamentos continuamente. Não é que não possamos fazer nada, mas papai quer reunir provas contra Jekkant, querendo tirá-lo do caminho de uma vez por todas, o que era difícil porque o outro lado era trapaceiro e cheio de artimanhas tanto quanto meu pai, portanto, permanecemos nessa situação sem cessar.

"Se algo mais assim acontecer de novo com meu filho, eu vou chutar todos vocês para fora..." Papai gritou alto antes de se virar para olhar para mim. "Kinn, foi atrás de quem eu pedi?” (se referindo a Porsche). Eu balancei a cabeça em resposta. Agora, papai queria um novo afiliado com boas habilidades. "Se apresse, eu vou abrir uma nova franquia de cassino, a Segunda Família, definitivamente, não vai deixar isso barato"

"Sr. Kinn, há algo em que eu possa ajudá-lo? Eu não quero Porsche[1]. Ele era tão bom que eu temia que alguém fosse vir a pegá-lo primeiro”. Disse o secretário do papai, P’Chan, com preocupação. Papai olhou para mim com um rosto igualmente preocupado. Alguém como ele era muito bom a ponto de os subordinados irem atrás de dizer ao chefe que alguém veio me ajudar e suas habilidades também eram fantásticas. Os outros gangsters também poderiam fazer a mesma coisa, indo à casa de Porsche e oferecer dinheiro. É como o mercado de jogadores de futebol.

"Eu mesmo cuidarei disso". Respondi com uma voz suave. P’Chan assentiu e continuou a olhar para o meu pai.

"Ei, como foi a viagem, se divertiu?" Perguntou uma voz animada, que quebrou a tensão dentro da sala, ao mesmo tempo que alguém apareceu. Alguém que parecia comigo, exceto que o rosto era mais jovem, mesmo sendo três anos mais velho que eu.

"Apenas fazendo uma visita a sua casa". Respondi ao meu irmão. Com um comportamento desrespeitoso, eu e meu irmão mais novo não nos referimos a ele como P’. Desde a história do meu sequestro e tortura por três dias e três noites, fiquei sem ver o rosto dos meus irmãos. Tinha visto Thankun doente, acamado no quarto e então, hoje, ele conseguiu aparecer com uma tira de Koolfever[2] sobre a testa.

"Vocês podem se falar direito?" Xingou Papai, voltando-se para nós.

"Quantas lembrancinhas"[3] Ele pegou meu rosto e virou para a esquerda e para a direita. Era irritante. 

"Apenas vá para onde quer que você estivesse indo”. Disse com frustração e afastei sua mão de mim, então ele sorriu feliz e foi se sentar no sofá, ligando a TV no meio da sala. Ele parecia tão indiferente que papai balançou a cabeça, mas não o xingou, ele teve uma vida muito miserável: foi pego, espancado, agredido muitas vezes e era mais forte do que qualquer um de nós.

"Ande logo e pegue o garoto para mim o mais rápido possível". Disse papai, e eu assenti.

"O que você vai fazer, Pai?" Perguntou o filho favorito enquanto abria potes com chocolate que estavam dispostos por toda a casa e comia inexpressivo.

"Encontrar um novo guarda-costas para Kinn". Papai virou-se para responder, fazendo Big olhar disfarçadamente para mim.

"E quanto ao meu?", soou uma voz petulante de protesto combinada à cara estúpida do meu irmão mais velho.

"O quê? você já tem Pete". Disse papai e olhou para ele. Pete abaixou a cabeça, enquanto Thankun olhou de relance para Pete e...

"Ele é estúpido. Eu gosto de pessoas inteligentes”. Vi Pete revirando os olhos, fazendo beicinho para o chefe. Na verdade, Pete era bom como guarda-costas. Ele substituiu o velho guarda-costas que foi demitido e desde que foi contratado, Thankun estava sendo sequestrado com muito menos frequência do que antes.

"Fique com ele. Caso você apanhe de novo, eu encontrarei um novo para você”. Disse papai, mimando-o. Quem disse que o filho mais novo é o cheio de caprichos? Aqui na minha casa isso não se aplica. Eu, o filho do meio, e meu irmão caçula todos os dias parecemos que somos rejeitados.

"E quanto a mim?" soou uma outra voz grave ao mesmo tempo que uma pessoa semelhante a mim apareceu como se eu estivesse olhando para o espelho do desenho Doraemon, e um clone surgisse a partir de outro alguém. Revirei meus olhos enquanto me lançava nas costas do sofá. Olhei para meu irmão mais novo que entrava com uma cara atrevida.

"Quem é ele?" Thankun fez uma expressão de surpresa, apontando para a grande porta de madeira com desenho de dragão.

"O quê? A cada dia você está ficando mais e mais maluco”. Kim cruzou os braços, debruçando-se sobre a porta, desviando dos subordinados que de um por um saíam do local, deixando apenas os três irmãos e o pai ali.

"Você está louco. Essa é a sua memória voltando e lembrando o caminho certo para casa?” Disse Thankun, o que era surpreendente. Kim apareceria de volta em casa uma vez. Caso fosse sequestrado, mesmo depois de um mês, as pessoas em casa pensariam que ele estava viajado como de costume, ninguém desconfiaria do seu desaparecimento...

"Será que vai chover hoje? Meu filho Kim está em casa".

"Bem, eu sou um antissocial. Então, eu fugi de casa. Ironia da vida". Kim se aproximou para se sentar ao lado do pai, querendo cair nas graças dele. Tudo o que ele dissera era estranho, porque uma pessoa como ele provavelmente teria ficado com alguém em algum lugar até não ser capaz de lembrar do caminho de volta para casa.

"E por que voltar? Quando você não estava aqui, papai disse que iria passar os todos os seus bens para mim e Kinn”.

"Pai, como pode deixar seu filho mais velho dizer uma coisa como esta?” Kim apontou para Thankun.

"Apenas isso e já estou irritado". Disse meu pai rapidamente. A mim, tudo que posso fazer é apenas apertar o controle remoto, passando os canais à procura de algo melhor para se prestar atenção do que ouvi-los se digladiando. "Que bom que hoje vocês estão todos juntos. Quero que amanhã vocês três verifiquem os arquivos de contas na fábrica". Thankun e Kim cessaram assim que papai terminou de falar.

"Ohhhh use seus subordinados". Disse Thankun.

"Vocês serão os donos da empresa no futuro... me ajudem com o trabalho. Não sejam rebeldes! Especialmente você, Kim. Aprenda a dormir em casa”. Depois de falar, papai saiu da sala, deixando Thankun e Kim continuarem a batalha de cuspe.

"Eu não deveria ter voltado”. Xingou alto Kim.

"Sim! Sua culpa”.

"Mesmo sendo o irmão mais velho, não aprendeu a fazer algo de útil, por isso o fardo caiu sobre os mais jovens".

"Você tem uma língua afiada, hein? Eu tenho ajudado o pai mais do que você”. Os olhos de Thankun permaneceram em Kim. Quem acreditaria que Thankun era nosso irmão mais velho? Porque de todos, ele era o que mais parecia uma criança temperamental. Desse modo, as pessoas muitas vezes me confundiam com o irmão mais velho da família porque eu transparecia ser o mais lúcido comparado a essas duas pessoas. E analisando, Thankun já é formado pela mesma Universidade que eu e papai tentou mostrar-lhe a Empresa, mas ele pediu uma folga. A folga já tem dois anos e não percebo nada substancial. Quanto a Kim, ele estuda administração em uma Universidade diferente da minha. Ele está no segundo ano. Teimoso e feroz assim, quando a situação é séria, ele toma atitude. Ele é bom nos estudos, inteligente, consegue lidar com dificuldades. Não é muito preocupante.

Eu me afastei do centro da guerra mundial. Caminhei para ordenar que meus subordinados monitorassem a frente da casa de Jom e o Clube Root. No dia seguinte, fui relatado que não existia ninguém chamado Jom, não importava para quem você perguntasse, ninguém conhecia. Eu estava revoltado...

"Realmente, Sr. Kinn. Eu recordo o rosto dele, ontem à noite ele não estava no Root. Eles ficaram de olho na casa a noite toda, não o viram. Perguntamos a todo mundo, eles pareceram confusos e confirmaram que não tinha nenhum Jom. Sr. Kinn... o nome dele é realmente Jom?" Perguntou Big em um tom sério. Eu me sentei, assistindo à TV no meio do meu escritório e pensei igual. Então, eu recordei algo. Verdade! Eu tinha o número dele.

Lembrei-me disso, então fui direto ver meu pai...

"Pai, posso pegar seu telefone emprestado?" Perguntei para ele, que estava sentado no corredor bebendo café naquela hora. Papai me deu o telefone, então eu olhei apressadamente o número de quatro dias atrás e fiz questão de verificar a hora. Rapidamente disquei o número no meu telefone.

"Obrigado". Entreguei o telefone para o meu pai que olhou para o meu rosto desconfiado.

"Caçando alguém para você, pai".

"Mas que diabos, já se passaram dias, mas isso ainda não aconteceu?!" Vociferou meu pai.

"É um pouco difícil porque ele não é um gangster!" Disse ao meu pai antes de voltar para a sala. Apertei o botão para fazer a chamada, ligando imediatamente para o número estranho.

Depois de esperar por um tempo, a voz que soava familiar para mim soou do outro lado da linha.

(Alô!)

"Olá..." falei calmamente.

(Quem é?!) A voz hostil me fez sorrir para a insociabilidade terrível que superava a minha própria.

“Quem fala?”

(Como assim, para quem você ligou?!) “Jom... é o Jom, certo?”

Tut-Tut-Tut, o sinal foi cortado imediatamente, fazendo minhas suspeitas se confirmarem. Ha-ha! Você se atreve a me enganar?!

"Big, vá buscar Ai’Jom da Faculdade de Ciências do Esporte... segundo ano. Vá!" Disse ao meu subordinado enquanto sorria com o canto da minha boca. Você quer brincar desse jeito? Tudo bem!!!

Deixei meus subordinados caçarem o homem chamado Jom. Quanto a mim, hoje sou responsável por entrar na fábrica com Thankun e Kim, que entram na van de luxo em casa. Os dois realmente competiram em dormir. Não queria que papai visse isso, ele ficaria muito triste.

Estamos em frente à fábrica de chocolate com recheio de caramelo que é uma subsidiária da Empresa Teerapunyakorn, uma fábrica que merecia ser arruinada desde sua inauguração porque fez enormes lucros negativos e nos últimos cinco anos, ainda não se recuperou. Mas, papai está obstinado a não a fechar porque Thankun, seu filho querido, ama. O rótulo dessa sobremesa era muito sinistro, com uma imagem de três meninos de pé de braços cruzados, mostrando a língua de olhos fechados na frente da embalagem. Quem mais seriam se não os filhos do próprio dono da fábrica? Além de o nome da marca ser Mr.3K (Mister TK).

Nós três, vestindo terno e gravata, caminhamos respondendo às saudações dos funcionários que observavam animados nossa chegada. Eu me revezei para olhar os arquivos de renda e despesas e fui visitar o Departamento de Produção por um tempo, mas eu não vi nenhuma melhora na taxa de crescimento. Mas também não estava pior. Tem sido constante assim por muito tempo. Esta fábrica de chocolate era considerada um negócio muito limpo na minha família, ainda que meu pai tivesse um cassino. Empréstimos formais e informais, negociação de alguns tipos de armas ilegais, abertura de áreas para as casas de jogo locais de cada província. Todos os negócios cresceram e tiveram sucesso rapidamente. Tão rápido, que deixava um mosquito com inveja. Ainda assim, fico um pouco nervoso. Ninguém pensou alguma vez em ir ao estoque desta fábrica de chocolate para mudar a embalagem? Eu imagino o porquê... seria cansativo.

"Depois de terminar a refeição, ligue para seu pessoal para vir buscá-los, eu tenho negócios a tratar". Disse aos meus dois irmãos. Nós estávamos em uma van da marca Hyundai que estava sendo dirigida por Pete. Então, havia mais dois subordinados sentados também.

"Aonde está indo?" Perguntou Kim.

"Tenho que resolver umas coisas. Então, podem escolher o que comer".

"Eu quero comer enquanto aprecio a vista, então... vamos ao restaurante Vanista". Disse Thunkun. Bem, Vanista era um restaurante italiano no topo de um edifício alto. Os preços eram tão altos quanto o próprio edifício.

"Eu não vou! Algo simples no shopping é suficiente. Pete, vire no shopping mais à frente". Disse Kim enquanto colocava seus AirPods, pondo uma música para tocar até o fim, não ouvindo Thankun roncando por todo o caminho.

[***]

Ao chegar, caminhei um pouco e esperei Thankun escolher um restaurante. Meu olhar então, colidiu com as figuras altas de dois irmãos, que não estavam muito longe de onde estávamos. Thankun também os notou e de imediato, foi direto na direção deles com tanta rapidez, que Kim e eu tivemos que andar quase correndo para acompanhá-lo.

"E aí, Segunda Família!" Disse Thankun alto, sorrindo, olhando para os dois parentes da mesma idade que nós. Os rostos dos dois irmãos, que liam o cardápio em frente ao restaurante, levantaram-se e eles sorriram para nós em resposta...

"Ei, irmão mais velho". Disse Vegas, o mais velho dos irmãos da Segunda Família.

"Segundo irmão, oi". Dessa vez, foi o irmão mais novo, Macao, um veterano do Ensino Médio, quem falou.

"Tem muita gente e você cumprimentou apenas Kinn". Thankun murmurou.

"Vamos comer todos juntos?" Perguntei com uma voz suave.

"Sim. Veio jantar, segundo irmão?" Não é estranho que Macao tenha escolhido falar comigo apenas. Embora nunca tenhamos nos enfrentado cara-a-cara, nós dois sabíamos quem é que estava por trás dos ataques ou sequestros. Nós, que somos da geração dos filhos, tentamos não se intrometer, mas parecia que só eu que pensava assim, porque Thankun e Kim se dedicavam profundamente em perturbar Vegas e Macao desde que eram crianças até agora.

“Sim”.

"Kim, então troque de estabelecimento. Aqui, a atmosfera está ruim, desconfortável, assustadora, ou tem algo de agourento nela". Thankun disse a Kim e ele concordou que esta seria a única vez que esses dois entrariam em acordo.

"Irmão mais velho, você não está falando demais? Antes, eu e Macao estávamos normais e bem, mas quando você entrou, tudo piorou". Vegas não queria ser uma vítima, ficando apenas ali escutando, porque os mais jovens cresceram e se tornaram mais fortes.

"Hmmm!! Segunda Família, vocês são muito bons em ensinar seus filhos". Thankun disse de pé com os braços cruzados, encarando o adversário.

"E a Família Principal acha que eles são muito bons?" Parece que Vegas também não vai desistir. 

"Chega, parem já os dois". Eu falei. Tinha olhado para eles discutindo até ficar cansado.

"Esse seu irmão mais velho que começou". Disse Vegas apontando para Thankun.

"Por quê? Não posso andar e dizer olá para você?"

"Vamos!" Puxei o braço de Thankun, que não desistia. Kim apenas me seguia, achando graça.

"Irmão, não se esqueça de comprar uma focinheira para seu irmão mais velho depois". Gritou alto Macao. Saindo de lá rapidamente, escolhi um simples restaurante japonês e logo acomodei Thankun num assento.

"Por que só eu?" Thankun virou-se para mim.

"Você implicou com o garoto". Disse eu ao mesmo tempo em que abria o cardápio.

"Garoto prodígio, que não é modesto, eu o odeio!" Thankun sentou-se com os braços cruzados firmemente. A culpa deste egocentrismo não podia ser de ninguém mais além de um pai solteiro. Sem uma mãe para ensinar e dar ordens. O pai se divorciou da mãe que era meio francesa. Nem pensamos em pedir por uma explicação porque papai nos amava tanto que era às vezes até demais...

"E quantos anos você tem para ficar implicando com uma criança?" rebati.

"Você é da minha família ou da dele?"

"Bem, de ambos". Meu irmão não gostou da resposta. Ele começou a comer mais do que antes. Não quero pensar no dia em que ele realmente assumirá os negócios. Quantos eles serão arruinados? Nós três comemos e fomos andar pelo shopping com os guarda-costas a uma certa distância, nos acompanhando e principalmente, segurando sacolas para carregar coisas para Thankun. Enquanto Thankun escolhia um relógio que custava um milhão, dirigi rapidamente meu olhar para alguém que vinha correndo em nossa direção.

"Khun! Khun, você tem que me ajudar”. Era um homem de meia-idade malvestido e com machucados pelo corpo, suas roupas estavam tão sujas, que as pessoas ao redor saíram de perto rapidamente. Meu braço foi puxado na mesma velocidade em que os guarda-costas ali próximos o retiraram de mim.

Eu franzi a testa para o estranho. Quem era aquele que estava sendo levado? Nós três ficamos de pé e assistimos à cena em silêncio.

"Khun, me escute primeiro, eu imploro para que me solte, Khun!" Seus olhos imploravam e seu corpo lutava para se livrar da prisão. Fiquei intrigado, então caminhei adiante e disse calmamente:

"Solte ele..." Os subordinados olharam para o homem à frente deles por um tempo antes de acatar às minhas ordens. Ele parecia aliviado, como se direcionando suas esperanças para mim com os olhos. Ele se preparou para escapar de novo, mas foi bloqueado pelos meus homens.

"Diga. Não se aproxime!" Disse Pete em voz alta.

"Você deve ser Thankun. Você tem que falar com seu pai por mim”. Eu franzi a testa e olhei para Thankun que ignorava aquela situação toda à minha frente e continuava a escolher um relógio.

"Você se confundiu, tio. Este aqui é Anakinn". Disse Kim, rindo, explicando outra vez que todos achavam que eu era o irmão mais velho e que nossos rostos pareciam iguais. Não foram poucas as vezes em que as pessoas da Empresa me chamavam de Thankun.

"O quê?" Disse Thankun sem olhar meu rosto. Sem intenção de conversar.

"Vocês três podem me ajudar? Meu nome é Thee. Eu costumava fazer negócios com seu pai há dez anos e agora eu devo a ele... "

"Dinheiro desperdiçado em jogos". Thankun fala tranquilamente como se estivesse escutando alguém falar sobre o tempo.

"..., mas mesmo assim, eu fui parceiro de longa data com a empresa do seu pai.”

"Vá direto ao ponto". Disse Thankun enquanto entregava o cartão de crédito aos funcionários.

"Eu devo cinco milhões. Ele me disse que dentro de três dias eu tinha que pagá-lo, caso contrário..."

"Você será morto pelo mar". Continuou a falar Thankun até aquilo parecer como um jogo. A nossa atenção também se voltou para o relógio que Thankun tinha acabado de comprar. Aquela situação não tinha acontecido apenas uma vez, pelo contrário, acontecia tantas vezes que nós nos acostumamos. Sabíamos que papai falava sério.

"I-Isso. Mas, é impossível em apenas três dias. Vou devolver o dinheiro, de certo. Mas, por favor, me deem um pouco mais de tempo. Me deixem reerguer primeiro, por favor. Vocês três, por favor, podem falar com o pai de vocês em meu favor?... Pensem nisso como se estivessem fazendo uma boa ação, acumulando bom carma".

"Eu quero sorvete". Segui meu irmão mais velho para fora da loja. O estranho quis vir até mim novamente, mas foi impedido pelos meus subordinados outra vez. Sobre a dívida do cassino, nós três não interferimos nenhum pouco nesses assuntos. O que nosso pai faz ou como ele lida com isso... nós não nos envolvemos e achamos que o que quer que papai faça ou decidida é o certo.

"Khun... me ajude!” O grito allto nos acompanhou. Depois disso, três ou quatro seguranças se juntaram para retirar o estranho do shopping. Essas pessoas, se sobrevivessem, pensariam em nós primeiro porque talvez imaginassem que poderíamos negociar com o nosso pai, mas não fazemos isso. Caso esteja se perguntando por que ele não pensou em fugir? Bem, porque mesmo fugindo até o fim do mundo, meu pai vai capturá-lo de qualquer jeito.

Dei uma pequena caminhada. Era hora de voltar. Saímos para a frente do shopping e esperei pela van que estava vindo me buscar. Meus olhos, porém, se depararam com o mesmo estranho de antes que veio até nós pedindo ajuda. Estava sentado na calçada ao lado de um cachorro. Aquilo não me interessou muito, não tanto quanto à motocicleta familiar que estava estacionada ao lado. Estreitei meus olhos enquanto abria um leve sorriso quando a figura esguia que eu estava procurando puxou o homem de meia-idade para a traseira da motocicleta e depois foi embora.

He! He!

Pensei que teria que ir atrás dele. Mas então, ele acabou vindo tranquilamente até mim.

Notas:

[1] Aqui deve ter sido algum engano da autora durante a escrita, já que ninguém da família de Kinn sabe o verdadeiro nome do Porshe.

[2] Koolfever: produto que consiste em tiras adesivas compostas por um gel de refrigeração usado para resfriar de maneira imediata a febre.

[3] “Quantas lembrancinhas”: Fez referência aos machucados dele.


>>>Capítulo 4


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