sábado, 18 de janeiro de 2020

Capítulo 00 - Naquela época.

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Créditos em inglês: giapohonjati
Tradução: N'Diih
Revisão: Amanda
— Equipe KhunPandex Traduções.

Exceto pelo som da chuva e o trovão contínuo, tudo estava mortalmente silencioso.  Havia apenas o som incessante da água batendo no chão.  Em uma sala no último andar de um condomínio de 8 andares, dois jovens se abraçavam em um sofá molhado,  esforçando-se para não emitir nenhum som.  Soluçando, homem menor dos dois estava enrolado no peito largo do outro.

"Não importa o que aconteça, tudo vai ficar bem", um deles confortou o outro, embora dentro de seu coração ele também chorasse.

"Não me deixe", uma voz sussurrou, "shhh... Nós temos que ficar juntos P'Korn" a voz mais jovem continuou, os dois braços em volta de seu amante em um abraço firme.  

Era um amor proibido, que não era aceito pelos pais dos dois.  Eles brigaram e lutaram com ambas famílias, o que tornou a situação bem pior quando seus pais finalmente os forçaram a se separar.  Mas eles conseguiram escapar.

Korn esfregou a bochecha machucada do garoto em seus braços. Seu coração sentiu dor pelo jovem que geralmente estava alegre mas que por causa dele teve que brigar com os pais até ser atingido.

"Eu estou tão arrependido", ele sussurrou gentilmente nos ouvidos de seu parceiro e beijou as têmporas do garoto trêmulo que tanto encheu seu coração com tanto amor.  "Eu te amo In. Lembre-se sempre de que eu te amo muito."

O garoto olhou para cima com um rosto choroso.

"Pi, não diga isso, nunca me deixe", ambas as mãos agarravam firmemente a camisa de seu amante, seu corpo tremendo.  "Eu sempre estarei com você. Nós sempre estaremos juntos, para sempre."

Um relâmpago seguido por um ensurdecedor trovão cortou o ar mas nada daquilo agarrou a atenção dos rapazes, que continuavam em um abraço apertado, alheios à chuva. Korn beijou os lábios pressionados de In, já pálidos pelo frio e pelo medo.

Bang!

A enorme porta bateu de repente, fazendo um dos rapazes que ali dentro estava soltar um grito.

"Deixe-o ir! Maldito seja, eu não deveria confiar em In para encontrar com você." A voz furiosa do homem que invadiu foi direcionada para Korn.  "Venha aqui!"  O homem de meia idade se aproximou de onde os garotos estavam tremendo e puxou o braço do filho apenas para sentir a resistência, enquanto In revidava e agarrava o corpo de seu amante, com medo de deixar ir.

"Pai, eu amo P'Korn. Por favor, deixe que a gente se ame, pai", veio o apelo do menino, sua voz embargada de emoção.

"Você acha que ele é melhor que seu próprio pai? Você acha que eu te amo menos?"  O pai de In rosnou de raiva.  Ele tentou bater na mão de seu filho, mas descobriu que o garoto maior a quem ele desprezava estava bloqueando o seu golpe.

"Não bata nele. Ele não está errado. Ele não está cometendo um erro. Sinto muito", o jovem abraçou protetoramente seu amante com mais força, tentando tanto manter In seguro, mesmo daqueles que amava.  Desajeitadamente, Korn tentou levantar a mão em respeito (wai), seus olhos cheios de lágrimas enquanto ele implorava. "Eu o amo. Eu amo seu filho. Nós nos amamos."

"Bastardo! Eu não preciso do seu respeito." O homem furioso pegou um graveto que estava por perto e bateu em Korn com força.  O som do golpe foi audível mesmo com obarulho da tempestade do lado de fora.

"Pai... Não!!" gritou ao ver o sangue que começou a fluir da cabeça de seu amante. "Ele vai morrer... Por favor, pai, não bata no P'Korn, por favor!".

Atrás do pai de In estava a sombra de sua mãe. Ela seguiu silenciosamente o marido e o olhava enquanto ele batia continuamente no garoto mais alto, amante do filho.  Ela ficou calada, parada como uma estátua. Os meninos continuaram gritando, um com dor, outro para fazer seu pai parar.

"Korn! Filho! Eu te disse para não mexer com aquele garoto!" a voz zangada de outro homem disse a Korn que seu pai havia chegado. "Seu bastardo, você machucou meu filho como um criminoso e ele nem está revidando! Eu sou seu inimigo aqui!"  O pai de Korn gritou quando ele levantou o filho e o colocou de pé, longe do material que estava fazendo ele sangrar.

"Venha! Você acha que tenho medo da sua família mafiosa?".  A voz do pai de In rugiu na escuridão da sala. "É por isso que não quero que meu filho tenha algo a ver com sangue da máfia como o seu filho. Intouch, afaste-se da desova desse gângster!"

Os dois homens mais velhos começaram a brigar, ambos tentando separar os dois garotos que continuavam se agarrando um ao outro, a força dos dois jovens se desvanecendo até que ambos caíram no chão, gritando alto em desespero e dor para que seus pais parassem.

A chuva continuava caindo do lado de fora, enquanto a tensão dentro do quarto crescia. Korn finalmente olhou nos olhos de seu amante, o brilho que queimava dentro de si diminuindo como se ele tivesse decidido desistir, mas seu amor permaneceu tão forte como sempre.  Korn de repente se virou para o pai e fez uma reverência.

"Pai... Me desculpe", o garoto alto pulou em direção ao pai, agarrou a arma que estava presa na cintura e colocou a ponta do cano na têmpora.  Com um movimento rápido dos dedos, ele destrancou a arma, sorriu para Intouch e disse gentilmente: "Eu te amo Intouch..."

Bang!

"P'Korn!! P...P'Korn!!!!"  O grito de Intouch encheu a sala e  todo mundo olhou em choque para o garoto menor que cobriu o corpo ensanguentado de seu amante em um abraço apertado. A surpresa do ato colocou todo mundo em silêncio, exceto o garoto que gemia continuamente enquanto tentava parar o fluxo de sangue da ferida aberta ao lado da cabeça do outro jovem; os olhos de Korn olhavam inexpressivos para as sombras que os rodeavam.

"Eu te amo, Pi... Eu te amo Pi... Amo P'Korn."  Intouch chorou enquanto continuava beijando os lábios que já estavam mortos.  "Pi... Nós prometemos... Prometemos que iríamos ficar juntos para sempre".

A pequena mão de In tremia ao agarrar o corpo de um amante já morto e seus dedos encontraram inadvertidamente a arma que caíra ao lado de seu amante.  Os olhos inchados de Intouch encaravam o metal em sua mão, voltando para o rosto de seu amante, como se estivesse gravando o mesmo em sua memória.

"In, filho, não!"  O pai de In gritou quando viu a arma nas mãos de seu filho e viu a determinação nos olhos de Intouch.

Outro tiro foi disparado, o som como o do trovão do lado de fora.

Outra vida foi perdida, o pequeno corpo do outro garoto caindo em cima do corpo de seu amante;  um abraço final.  

O som da chuva tornou-se ensurdecedoramente alto.  Até que o grito de uma mãe e o clamor do pai perfuraram o som da água caindo pouco antes de ela desmoronar e tudo finalmente ficar em silêncio.

Nós estaremos juntos para sempre.

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Capítulo 01.

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