Tradução: Wingrid
Revisão: Victor
- Equipe KhunPandex Traduções
“P’Thep!”
Chamei o enfermeiro que estava sentado ao lado da minha cabeça. A ambulância foi
conduzida em alta velocidade — fazendo com que até os assentos tremessem —, e o
som era tão forte que a sirene fez minha dor de cabeça piorar ainda mais. Eles
me colocaram em uma tábua rígida, me levaram para maca e me colocaram dentro da
ambulância.
"Sim,
doutor?" Ele se virou para me olhar com seus olhos bondosos. "Em
pouco tempo, chegaremos ao hospital."
"Relatório
de um homem de 30 anos." Estou quase indo dizer o que aconteceu, mas a voz
do médico de emergência era mais forte. Falava pelo walkie-talkie para
dar os detalhes da sala de emergência do hospital. "O vizinho disse que o
paciente perdeu a consciência e que sua cabeça bateu no chão. Ao chegar, ele já
tinha acordado. SaO2: 100%, ECG: 04; V5;M6, DTX: 101. E tem uma ferida na
testa."
Nota:
SaO2: Saturação do oxigênio no sangue. ECG: Escala de Coma de Glasgow, que
serve para avaliar o nível de consciência da pessoa. DTX: Dextrostix, é um
teste para determinar a glicose no sangue.
O
vizinho disse que eu desmaiei e que minha cabeça bateu no chão.... Franzi a
testa ao escutar isso.
"P'Thep..."
Chamei o enfermeiro de novo "Quem chamou a ambulância?"
P'Thep
só sacudiu a cabeça, "Não sei. Tenho que perguntar a quem recebeu a
ligação. Ouvi dizer apenas que a pessoa era um vizinho que estava com você no
momento. Não se lembra, doutor?"
Eu me
lembro. Porque não lembraria? A pessoa que estava comigo nesse momento não era
meu vizinho, essa pessoa era um assassino. "Quando chegou, viu
alguém?"
"Não,
quando cheguei você estava sozinho e estava com uma aparência estranha." O
enfermeiro que é mais velho que eu por poucos anos estava expressando sua
dúvida. "O que aconteceu?"
Estou
tão feliz que alguém tenha notado anomalias nesse incidente, "Não
desmaiei. Fui agredido fisicamente."
Os
olhos de P'Thep se ampliaram, "Isso é sério?"
Como a
distância entre o hospital e minha casa não era tão grande, chegamos em poucos
minutos, e minha conversa com o enfermeiro foi interrompida. Quando a
ambulância estacionou, P'Thep e P'Korn abriram imediatamente a porta e me
tiraram.
O que
aconteceu depois foi um caos, me empurraram apressadamente para a sala de
emergências. Meu júnior, que estava de turno na sala de emergências nessa
noite, correu até mim junto com duas enfermeiras. Fechei os olhos por que me
senti muito enjoado.
"Senhor
Bunn!" A jovem me chamou. Abri os
olhos. A enfermeira subia as mangas da camisa para medir minha pressão
sanguínea, "Doutor, você está me escutando?"
"Escuto
sim..." Respondi com a voz baixa.
Meu
júnior começou a examinar meu corpo dos pés à cabeça e depois de se convencer
de que não havia nada sério, voltou a me perguntar: "O que
aconteceu?"
Levantei
minha mão para segurar minha cabeça. Estava pensando se dizia a verdade ou não,
mas já que minha vida estava em perigo, acreditei que seria melhor que outras
pessoas soubessem que isto não tinha sido simplesmente um acidente. Quanto a
parte da pessoa ser o assassino da senhorita Janjira, acredito que guardarei
essa informação e conversarei com a polícia diretamente. "Alguém entrou na
minha casa, me agarrou e jogou minha cabeça no chão, e depois, eu desmaiei..."
A jovem
fez uma expressão bastante chocada. "O enfermeiro disse que você caiu, e
sua cabeça bateu no chão. Não foi assim? Pode se lembrar da cara da
pessoa?"
Sacudi
a cabeça, pois tinha uma forte dor de cabeça e enjoos. Ela pegou a lanterna e
me olhou para conferir de novo.
"Como
se sente agora? Dor de cabeça? Enjoo? Quer vomitar? Visão borrada ou não?"
"Dor
de cabeça... e enjoo."
Ela
assentiu. "Se é isso, precisa fazer uma tomografia computadorizada para checar
o cérebro. Se o pessoal encarregado disso souber que o paciente é você, doutor,
provavelmente te colocarão na fila logo. Espere um minuto." Logo se
afastou da cama e foi até o escritório do enfermeiro. Olhei para meu júnior.
Nesse momento, eu estava mais preocupado com meu agressor do que com minha
lesão na cabeça. Provavelmente serei diagnosticado, através de uma tomografia,
com uma lesão na cabeça com risco de hemorragia interna no cérebro. Depois
disso, terei que ficar hospitalizado para observar meus sintomas.
Tenho
que esperar o processo de tratamento acabar primeiro. Quando me transferirem
para uma sala mais tarde, então irei ligar para cancelar meu número de telefone
que foi roubado e encontrar uma forma de falar com o Capitão M. Seria mais
fácil se falasse com ele diretamente, porque é uma pessoa que é capaz de
entender pelo que estou passando.
"Não
pense que pode confiar na polícia."
A
frase desse criminoso continua aparecendo na minha mente cada vez que penso na
polícia. E isso me fez me sentir incomodado.
[...]
Me
deitei em um quarto tranquilo e fresco. O único som que escutava nesse momento
era do velho ar-condicionado. A ferida na minha cabeça estava costurada e
coberta com gaze, e a minha mão direita foi perfurada com uma agulha para a
solução salina (soro intravenoso). Me levaram para a sala principal do hospital
no departamento de cirurgia depois que saíram os resultados da minha
tomografia. Por sorte, não tenho hemorragia interna no cérebro e não preciso
ficar no hospital por muito tempo já que não tenho complicações. Fiquei feliz
por ter vindo aqui. O hospital é um lugar seguro, ninguém pode fazer algo
comigo aqui.
Tentei
apertar a campainha para chamar a enfermeira para me emprestar um celular e
logo fazer o que planejei. Também necessitaria usar a internet para encontrar a
informação da ligação e cancelar meu número. Estiquei minha mão para alcançar a
campainha, que ficava acima da cabeceira, para chamar a enfermeira.
Mas
meu dedo foi incapaz de pressionar o botão, ainda mais porque escutei alguém
fazendo barulho na porta. Me surpreendi com o som forte e me assustei um pouco.
Logo a porta foi aberta por um homem alto, bonito, e com um rosto bastante
familiar.
"Ai'Phud?"
Abri os olhos e me surpreendi. Olhei o relógio da parede e era quase meia
noite, "Como é que...?"
"Hey,
meu melhor amigo está no hospital, como eu não saberia disso?" Arrastou a
cadeira e se sentou ao lado da minha cama.
"Como
soube que estou nessas condições?"
“Tentei
te ligar para bebermos vinho na nova tenda do meu amigo. Um convite repentino
às onze horas da noite. Te chamei seis vezes, e ainda assim você não retornava.
Já estava ficando preocupado, então fui para sua casa. Vi o segurança da
vizinhança passar de bicicleta, e me disseram que você foi levado de
ambulância. Me surpreendi e, então, vim rapidamente para cá." Phud estendeu
sua mão para pentear o cabelo que cobria meu rosto e logo olhou para minha
ferida.
"O
que aconteceu? Me diga!"
Esta é
minha oportunidade. Se eu conto a história, Phud deve ser capaz de encontrar
uma maneira de me ajudar. E, caso o criminoso tenha um informante na polícia de
verdade, ele não ficará sabendo se eu pedir ajuda dessa maneira.
Aliás,
Phud é a pessoa que eu mais confio nesse momento.
"Você
soube da notícia da mulher que se enforcou hoje no apartamento?" Comecei
fazendo uma pergunta.
“Oh,
claro que sei. Me disseram. Também vi nos noticiários na internet. Você vai
fazer a necropsia?" Pegou o telefone para abrir algo. "O Capitão
disse que ela se suicidou porque brigou com o namorado. Ela tinha uma depressão
severa e deixou uma carta de suicídio. Mas o que tem isso?"
"Que
notícia escreveram?" Rapidamente peguei o celular que ele me entregou e na
tela apareceu a página da web de notícias online com o título 'Uma jovem
professora deprimida enforcada até a morte no seu apartamento'. No artigo, tem
uma foto do corpo da Janjira, que foi coberto de pano branco sendo transportado
para a ambulância.
Li o
conteúdo da notícia até a última frase — 'Os paramédicos levaram o corpo para o
hospital da região para o médico analisar a causa exata da morte'.
Nas
notícias, não dizem que ela foi assassinada. O Capitão M tinha me ligado para
perguntar sobre os resultados da necropsia e também me disse que não falou aos
repórteres que tinha suspeita de que ela tivesse sido assassinada. Se o
criminoso pensou que obteve êxito em ocultar a causa da morte, então, isso pode
facilitar na perseguição do culpado.
"Isso..."
Respirei profundamente e comecei a contar a história para que ele escutasse. A
expressão de atenção de Phud se transformou lentamente em choque quando eu
contei que uma pessoa invadiu minha casa e me agrediu. O procurador Songsak
xingou com raiva.
"Que
tem de mal em fazer seu trabalho, Ai'Bunn?" Ai'Phud tirou algo de seu
bolso e me deu. É um celular branco, um modelo mais antigo do que o que usei
para ler a notícia. Fiquei confuso. "Pegue esse telefone e use para
emergências. Me chame ou chame a polícia. Tem números de pessoas influentes
também, basta pesquisá-los."
Isto
era o que eu queria. "Tem dois celulares?"
"Sim,
esse não era necessário." Respondeu com uma pequena risada como se
quisesse descontrair o clima de tensão.
"Acha
que devo ligar para o Capitão M? A pessoa saberá se fiz uma chamada? Pode ser
que haja um informante, na verdade." Admito que estou muito assustado
agora.
Phud
fez uma expressão como se estivesse imerso em seus pensamentos. "Agora não
precisa fazer nada. Só fique calado e escreva a necropsia de acordo com a
verdade. Tentarei encontrar uma maneira de dizer a polícia. Tenho gente que
pode encontrar algumas listas. Enquanto isso, te enviarei a meus subordinados,
os seguranças."
Nunca
antes o tinha visto ser tão sério fora do trabalho. Estendeu sua mão e apertou
meus ombros.
"...
desculpa te incomodar." Disse. E senti como se o mundo inteiro fosse
tirado do meu peito. Não tem nada mais maravilhoso que se sentir seguro na
nossa vida.
Phud
se inclinou para trás para descansar antes de ficar de pé. "Pode me chamar
se tiver algo urgente, Bunn. Agora preciso ir ver algumas pessoas para te
ajudar."
"Uhumm,
muito obrigado." Agradeço o que ele fez do fundo do meu coração. Quando
esse assunto se resolver, farei uma grande festa.
[...]
Quando
saiu do quarto, entrou uma enfermeira para medir minha temperatura e minha
pressão sanguínea. Pedi-lhe para apagar as luzes antes de sair. No quarto
agora, só tinha uma luz fina através da pequena janela colada na porta
suficiente para me permitir ver as coisas dentro do quarto. Usei o celular para
chamar o fornecedor de serviços de rede para cancelar meu número de telefone.
Depois de fazê-lo, me deitei, agarrando o celular de Phud com força e tratei de
relaxar meus olhos para dormir. Minha dor de cabeça está melhorando, mas ainda
me sinto frágil. Porém, estou certo de que esta noite passará sem problemas.
Não
sei quanto tempo se passou. Acordei de noite. Com a luz frágil do exterior,
pude ver o relógio da parede que marcava 02:45 da madrugada. A dor de cabeça
desapareceu. Me levanto lentamente, mas ainda sinto meu corpo sonolento até
quase não conseguir manter meu equilíbrio.
Uma
folha de papal caiu do meu peito até meu colo...
Meu
coração bateu rapidamente... o que é isso?
Minha
mão tremeu e senti muito frio quando estiquei a mão para recolher o papel
dobrado. O abri lentamente. Tem uma
letra bonita no papel, uma letra que ainda lembro. Uma letra que vi
recentemente.
Disse
para não dizer para ninguém.
Você
desobedeceu.
Tenho
que te ensinar uma lição.
Diga
adeus ao procurador.
Não...
Um sentimento de terror me atacou nesse momento e meu coração gelou.
A
única coisa que posso pensar neste exato momento é que tenho que fugir daqui o
mais rápido possível e pedir ajuda. Tentei levantar, mas logo senti que tinha
algo de anormal no meu corpo. Minha força tinha ido embora. Tudo o que consigo
sentir agora é letargia. Não podia me levantar da cama, não importava o quanto
eu tentasse. Virei lentamente e vi uma sombra de um homem sentado no sofá.
Então,
a sombra veio até mim. Tentei encontrar o botão para chamar a enfermeira, mas
meu corpo foi empurrado para se deitar. Logo tentei gritar em voz alta, mas
minha boca estava coberta por uma grande mão que tinha uma luva de couro preta.
"Se
não quiser morrer, fique quieto." A voz da pessoa na minha frente me
ordenou. Fiquei quieto por medo. Esta é a mesma pessoa que invadiu minha casa.
Posso lembrar da sua voz e da aparência de seu rosto.
Meus
olhos fitavam a sombra do frasco de solução salina localizado na cabeceira da
cama antes de me sentir sufocar.
"Não
queria fazer isso, mas foi você que escolheu assim."
A pessoa
pegou algo de seu bolso: uma seringa de 5 ml, contendo um líquido claro no seu
interior. Moveu sua mão para apertar meu braço esquerdo, onde eu estava
recebendo a injeção. Tentei mover-me para escapar, mas não consegui evitar que
ele injetasse o líquido na minha veia.
O que
eu senti depois foi minhas pálpebras ficarem cansadas. O que está acontecendo? Sedativo?
Diazepam? Midazolam? Lentamente, minha consciência se apagou devido à droga que
tinha sido forçada a entrar no meu corpo.
"O doutor tem um segredo que outras pessoas não sabem." A voz daquele criminoso soava como se estivesse muito, muito longe.
gente que tenso, essa novel é muito boa! parece um livro thriller
ResponderExcluirPQP, COMO ASSIM CAP 3 E JÁ ESTAMOS ASSIM??? AMEI
ResponderExcluir