Tradução: Wingrid
Revisão: Victor
- Equipe KhunPandex Traduções
Entrei
na aula com um sorriso vitorioso. Meus companheiros de classe me olharam
surpresos, e eu caminhei direto para minha mesa perto da janela. Cruzando
minhas pernas, olhei o exterior enquanto inalava um pouco de ar fresco nos meus
pulmões.
"Maldito!"
Win, meu colega de sala, se deslizou para minha mesa e falou alto.
"Caralho! Você é um nerd!"
Olhei
para ele, "O que foi, Win?"
Desta
vez, não só Win rodeava minha mesa. Ai'Tim, Ai'Son, Ai'Gang e outros amigos
estavam me rodeando.
"Como
fez isso? Antes da prova não estava jogando comigo? Você colou, não foi?"
Sacudi
as mãos para dizer a todos para pararem de falar, "Meninos, por favor, se
acalmem. Obrigado por me parabenizarem, me sinto muito honrado."
E logo
todos nós começamos a fazer barulho, até o professor Panee entrar na sala. Meus
amigos imediatamente voltaram para seus lugares antes de o professor tentar
reclamar.
"Os
estudantes o cumprimentam!" Apesar de a chuva golpear com força, a voz
bonita do líder da sala era mais forte. Todos nós nos levantamos e juntamos as
mãos para prestar respeito e cumprimentar em uníssono. O professor Panee
assentiu com a cabeça.
"Olá
meninos, bom dia a todos. Em primeiro lugar, quero parabenizar os estudantes
que passaram no exame de ingresso para a faculdade. Vocês são muito bons."
Os rígidos olhos do professor Panee se moveram para me olhar.
"Especialmente, o sr. Bunnakit. Parabéns por ser o único que passou na
prova de ingresso para a faculdade de medicina e na sua primeira
tentativa."
Apesar
de a voz do professor Panee não parecer querer me parabenizar, eu sorri muito.
O professor Panee e eu somos próximos, mas por terem me chamado para sala do
diretor, ele me considerava um menino rebelde, que costuma brigar com os outros
estudantes. A única coisa boa em mim que ninguém pode reclamar é minha
habilidade na escola. Eu gosto de estudar, me alegro quando encontro problemas
em física difíceis e supercomplicados. Meu coração fica feliz quando penso em
problemas de cálculo, e minhas notas podem não serem as melhores, mas sempre
posso ser considerado o melhor da classe. Esta é a razão pela qual eu sobrevivo
nessa escola sem ser expulso.
Tenho
que atuar assim, como um rosto mascarado. Meu mal caráter me fez ser alguém a
quem respeitam. Tenho que atuar como um líder gângster. Assim, ninguém se
atreverá a perturbar meus assuntos pessoais.
Depois
da aula, peguei minha mochila e desci as escadas rapidamente. Me apressei para
chegar em casa para comemorar minha vitória com meus pais. O fato de eu dizer
que queria ser médico os deixaram muito surpresos, mas muito orgulhosos, e
disseram que essa é a recompensa para compensar minha rebeldia.
"Bunn!"
A voz de alguém me fez parar bruscamente, mas não olhei para o dono dela.
Escutei os passos de alguém correndo para mim. A pessoa segurou meu pulso, e eu
a olhei nos seus olhos, "O que foi?"
"Bunn,
me desculpe." Sua mão me apertava com força. Retirou-a com um suspiro de
frustração. Ainda bem que ninguém estava na rua nesse momento.
O dono
da voz se chama Tar, um amigo que era da mesma sala que eu. Olhei friamente
para o rosto bonito do outro homem.
"Já
terminamos, Tar." Disse friamente: "Não tem nada que se
desculpar."
"Mas
não quero terminar. Admito que fui um estúpido. Vou consertar os boatos e direi
que só estava brincando."
"Consertar
não vai me fazer se sentir melhor." Me virei para enfrentar Tar. Minhas
duas mãos estavam no bolsa da minha calça. Inclinei a cabeça, olhando para meu
ex-namorado com uma expressão fria. "Você queria dizer para todo o colégio
que eu sou gay. Logo entrarei para a faculdade, uma nova sociedade. Já não
estou mais interessado nisso."
Tar
abaixou a cabeça enquanto apertava as mãos, "Mas você terminou comigo
porque eu contei para mais alguém sobre nós. É tão horrível? Eu não quero me
esconder de ninguém."
"Você
acabou de dizer que queria consertar a notícia. Naquele momento, você queria
que todos soubessem. E então agora não quer mais que eles saibam?"
Aproximei meu rosto do dele. "Já terminamos, Tar."
O que
eu queria esconder esse tempo todo era minha orientação sexual. Tar e eu
começamos a sair desde quando estávamos no segundo ano do colégio. Antes disso,
só via Tar como meu companheiro de classe. Mas Tar se interessou em mim e
tentou se aproximar desde que vim estudar aqui. É o primeiro amigo que se
atreveu a flertar comigo, e eu admirei sua coragem, então aceitei sair com ele
em segredo durante vários meses. Faz três dias, não sei o que aconteceu
exatamente, mas ele disse ao seu colega da nossa relação. Então, seus amigos me
procuraram e me perguntaram qual era a verdade.
É
estranho que eu não me sinta chateado. Também estou feliz de ter uma razão para
terminar com Tar. Porque não o amo, para ser mais honesto, nunca amei ninguém.
Posso
sentir a ira da pessoa que estava parada na minha frente, "Não pense que
irá para faculdade de medicina, e que as pessoas não irão descobrir. Os
segredos não podem ficar ocultos para sempre." Tar disse em um tom baixo,
mas fácil de escutar.
Suspirei.
"Se eu vou ou não conseguir ocultá-los, isso não tem nada a ver como nós
dois." Me virei e me afastei, ignorando-o. Sabia que tinha ferido Tar, mas
alguém tão bonito como ele pode encontrar uma outra pessoa facilmente, alguém
que o ame.
Logo
depois da graduação, todos passaremos da vida de ensino médio para outro nível
de desafio. Quando eu me tornar estudante de medicina, os atos rebeldes que
sempre fiz desaparecerão, e o fato de que eu gosto de homem também mudará.
Por quê?
Porque é isso o que a sociedade aceita.
Caminhei
até o ponto de ônibus que não era muito longe da escola. Me sentei junto a um
menino com um uniforme escolar. Olhando para ele, deveria estar no ensino
médio. Olhei ele mais um pouco, antes de virar para olhar os caóticos carros da
estrada e comecei a pensar em mim mesmo no passado. Quando eu estava no
primeiro ano do ensino médio, estudei em uma escola famosa. Me apaixonei por um
cara mais velho, e o resultado de sair abertamente com ele foi catastrófico.
Não importava quão bom eram meus estudos, eu não era capaz de suportar a
condenação, o preconceito e a perseguição dos meus amigos. Abandonei essa
escola famosa no ensino médio e fui para esta pequena escola privada.
Por que
isso acontece? Por ser gay? Quando me relacionei com homens, só estive com um
de cada vez. Mas ser assim é um nojo para a sociedade. Enquanto que homens que saem
com muitas mulheres, ou aqueles que molestam as outras pessoas são elogiados
como bons.
A
sociedade foi quem me obrigou a ser quem eu sou hoje. Meu verdadeiro eu estava
escondido em uma casca grossa — tudo que eu mostrei aos demais não era meu
verdadeiro eu — e tem sido assim até eu ter crescido como um adulto e me
formado como médico forense.
Minha
identidade se converteu em um profundo segredo, tão profundo que às vezes não
posso nem o encontrar. Tão profundo, que até eu mesmo tinha esquecido quem eu
realmente era.
[...]
"Doutor
Bunn! Doutor Bunn!" A voz de alguém gritou meu nome. Com medo, abri meus
olhos. A luz brilhante iluminou minha visão, me fazendo fechar os olhos
rapidamente e queixar-me um pouco. Levantei a mão esquerda para proteger-me da
luz.
"Você
já acordou, certo, Doutor Bunn?" A voz da pessoa que me chamou soava muito
aliviada.
Tentei
abrir os olhos, lutando contra a luz do teto do quarto. A enfermeira deve ter ligado
a luz quando veio ver meus sinais vitais. Pisquei um pouco e me virei para
olhar a jovem enfermeira que tinha um medidor de pressão, "Que horas
são?" Perguntei.
"São
quatro da manhã em ponto, Doutor." A enfermeira me respondeu. "Vim
ver sua pressão e vi que estava dormindo muito profundamente, então tive que te
chamar em voz alta, porque achei que sua pressão baixaria e entraria em coma.
Me desculpe se te causei um grande susto."
"Não
tem problema." Levantei minha mão e segurei minha cabeça. Me senti como se
tivesse me esquecido de algo.
A
silhueta de alguém com casaco e capuz preto passou na minha mente. Isso, alguém
tinha invadido meu quarto. Os detalhes do incidente após isso estavam embaçados
como se tivesse uma neblina cobrindo minha memória. Me virei rapidamente para mirar
a solução salina e logo olhei para a agulha na dobra do meu braço esquerdo.
Foi só
um sonho?
"Alguém
veio aqui de noite?" Me virei para perguntar à enfermeira.
"Não
vi ninguém, exceto o parente do Doutor. Um homem alto que perguntou seu quarto
bem tarde da noite."
O
homem a quem a enfermeira se referia era o procurador. Disse ser meu parente
para poder me ver, "E depois disso?"
"Não
vi ninguém entrar na sala. Aconteceu algo?" Perguntou enquanto pegava um
termômetro e colocava debaixo da minha axila.
Dei um
suspiro de alivio. É normal que as pessoas tenham um pesadelo depois de passar
por esse tipo de evento traumático. Não tem como o assassino ter vindo aqui. E
os ajustes da solução salina que me injetaram... pode ser devido a isso que de
alguma maneira sonhei com ele. Então, se escutou um forte apito vindo da minha
axila, e a enfermeira tirou o termômetro para ver minha temperatura corporal.
"Não
tem febre. Pode descansar agora, Doutor. O Dr. Surasak deve estar por aqui mais
tarde, por volta das 8 da manhã."
"Está
bem." Senti vontade de voltar a dormir ao sentir meus olhos pesarem.
Surasak é meu colega, que é um cirurgião, e sou razoavelmente próximo dele.
Pedi à
enfermeira que deixasse as luzes acesas e, depois que ela saiu do quarto,
busquei rapidamente o celular branco que eu tinha colocado ao meu lado. Liguei
a tela e olhei. Então, senti uma sensação de alívio no meu peito. Na escola,
não gostava muito de Ai'Phud, mas agora que crescemos, me sinto bem em tê-lo
como amigo próximo. Um bom amigo que me ajuda mutuamente. Se ele não fosse viciado
por mulheres, com certeza me apaixonaria por ele.
Sacudi
a cabeça para desfazer rapidamente essa ideia. Não posso, com meus deveres no
trabalho, minha reputação, as expectativas das pessoas em casa sobre mim e a
cruel sociedade, tudo isso me faz incapaz de amar um homem. Bem, minha
felicidade não é importante, este segredo deve permanecer como um segredo para
sempre.
[...]
Surasak
entrou no meu quarto junto de um médico neurologista por volta das 8 da manhã.
Me deu alta, já que não encontrou nenhuma hemorragia interna no meu cérebro e
minha condição tinha melhorado lentamente. Mas Surasak insistiu em me fazer
pegar licença de uns dias do trabalho. Quando o cirurgião saiu do meu quarto, a
primeira coisa que fiz foi ligar para Phud para saber se ele teve algum avanço.
E também para lhe pedir opinião sobre a busca de um novo lugar para eu ficar
temporariamente. Nesse celular, tem um número que foi salvo como 'Phud número
1'.
A
ligação ficou chamando durante muito tempo antes de ser desligada. Tentei ligar
de novo, mas ninguém atendia.
Um
sentimento de ansiedade começou a formar-se lentamente. Mas talvez ele esteja
dirigindo a caminho do trabalho.
Quando
estava quase ligando de novo, a porta se abriu. E foi Fai quem a tinha aberto.
A pequena Doutora se sentou ao lado da minha cama com uma expressão de pânico.
"P'Bunn!"
Sua cara parecia querer chorar, "O que aconteceu? Como você está
agora?"
Me
virei para olhar Fai e sorri um pouco, "Me sinto muito melhor agora."
"Soube
da notícia esta manhã e me surpreendi muito. Olhando o registro, vi que Pi foi agredido,
certo? Disse para polícia?" Falou com pressa. Estendi minha mão e segurei a
dela, pequena, para aliviar-lhe o pânico. Ela olhou para a mão, e pude ver suas
bochechas brancas e suaves com um tom rosado.
"Logo
terei alta, então não fique preocupada, tem muitos policiais perto de
mim."
Fai
assentiu. "Se tiver algo em que eu possa ajudar, é só me dizer."
Acredito
que estou precisando de ajuda. "Fai, você poderia pedir a alguém para me
levar para casa, por favor?"
[...]
Já é
tarde e ainda não consigo falar com Phud. Pressionei o botão de encerrar a
chamada antes de pegar minha maleta do assento traseiro do carro e logo fechei
a porta. Decidi ficar em um hotel temporariamente por razões de segurança — não
posso voltar para casa se o assassino ainda não foi achado.
Fai e
P'Suthep, o enfermeiro da sala de emergências, foram os que me levaram para
casa. Ainda bem que P'Suthep fez seu turno antes, então me esperou sair do
hospital para me levar. A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi
tomar banho e me trocar. Reuni todas as coisas necessárias e as meti em uma
mala. Logo liguei para reservar um quarto em um hotel situado na cidade e saí
de casa rapidamente.
Um
agradável odor entrou no meu nariz logo que abri a porta do quarto do hotel.
Coloquei minha mala na frente do banheiro e fui direto para cama gigante.
Acomodei meu corpo para dormir. A ferida na cabeça ainda dói, mas a dor de
cabeça e os enjoos já desapareceram. Peguei o celular e tentei ligar para Phud
de novo. Se Phud encontrou uma maneira de dizer à polícia, então não terei que
lutar tanto e só ficarei calado, trabalhando como sempre até este caso ser concluído
e o assassino ser finalmente pego.
'O
número chamado não está disponível no momento...' Caralho.
Talvez
ele esteja no tribunal. Vou tentar ligar para ele de novo mais tarde.
Peguei
o elevador até a parte de baixo do hotel para ir à loja de conveniência ali
perto, do outro lado da estrada. Caminhei pela espaçosa e bela entrada, onde
tinha algumas pessoas sentadas, provavelmente, turistas.
"Hoje
em dia, parece fácil sequestrar uma pessoa." Não prestaria muita atenção
nas conversas dos empregados do hotel se não fosse porque escutei a seguinte
frase:
"Exatamente!
E ainda mais sendo um Procurador. Nossa região começou a ficar perigosa para se
viver."
O quê?
Parei meus passos e virei para olhar os empregados do hotel que estavam atrás
do balcão. Corri até eles, que logo se afastaram um do outro e sorriram
amigavelmente. "Tem algo em que eu possa ajudar, senhor?"
"De
quem vocês estão falando?" Perguntei. O pessoal do hotel mostrou uma
ligeira expressão de surpresa.
"Oh,
estamos falando de notícias que circulam na internet, senhor."
"Que
notícias!?" Inconscientemente, falei em voz alta.
"Um...
um Procurador foi sequestrado e ainda continua desaparecido. Aconteceu na nossa
região. A notícia acaba de ser publicada, não faz nem uma hora, e dizem que seu
carro estava parado com a porta aberta ao lado da rodovia que sai da cidade,
mas não havia nenhum sinal do dono do carro."
mds o Phud foi sequestrado!! Essa novel é perfeita, muito bom o desenrolar das coisas
ResponderExcluirIsso tat bom
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