sábado, 19 de setembro de 2020

Dark Blue Kiss - Capítulo 27

 


Tradução: Victor

Revisão: P’Fiat

- Equipe KhunPandex Traduções.


Casa do Kao

Após voltar para casa, Gib tinha feito a comida para todos porque nossa mãe havia chegado em casa mais tarde e não pôde cozinhar na hora certa, por isso ela pediu que Gib comprasse arroz no restaurante para ser esquentado. A atmosfera na mesa ainda era confortável. Todos conversavam felizes como sempre e, após comerem, voltaram para seus quartos como de costume.

Mas, hoje, Kao e Pete estão mais aliviados do que nos últimos dias.

Eles estão tão felizes como se tivessem tirado uma montanha inteira do peito.

“Qual sua opinião sobre o que Non fez?” perguntou Pete enquanto se deitava na cama, conversando com Kao casualmente.

Ele virou para olhar Kao deitado ao seu lado e jogando com tanta concentração que não conseguia conter a coceira em seus olhos.

“Eu acho que, nesse momento, ele talvez esteja em uma discussão com o diretor. Ele deveria ao menos levar um sermão do pai por ser surdo” respondeu Kao, seus olhos ainda fixos na tela do celular. “Mandei uma mensagem para ele. Eu quero esclarecer essa história e contar ao diretor que ele está desinformado do que está acontecendo. Não me importo com o quão rápido ele leia minha mensagem. Ele deve ter me bloqueado.”

“Isso é bom, assim ele vai parar de te perturbar.” Pete deu um grande sorriso. “Vamos esperar até que Non pare de te assediar e sinta esse punho. Mas com a sua mãe batendo de frente com o diretor desse jeito, isso pode trazer alguns problemas? Fico preocupado com ela.”

“Minha mãe disse que vai ficar tudo bem. Eles já trabalham há muito tempo juntos, deve haver respeito entre eles.”

Ainda dentro do carro, Kao estava preocupado com o trabalho da mãe, mas ela disse que o diretor não ousaria demiti-la só por descobrir que seu filho era gay. Ele podia precisar esconder isso também, então não se atreveria se arriscar com a mãe dele. Sinceramente, sua mãe não era o tipo de pessoa que usaria isso como modo de intimidar o diretor, mas se ele mexesse com ela primeiro, então, uma coisa era certa, não teria outro jeito.

“A mãe é realmente extraordinária.”

Ela pode pressionar o diretor, e não apenas isso, como também tem meios de reverter a situação caso ele resolva jogar sujo. Sendo uma mulher gentil por dentro, muito forte e que não deixa ninguém a intimidar, não é de se surpreender que ela tenha conseguido criar sozinha duas crianças até fase adulta.

“Mas, caso o diretor não comece primeiro, você não deve dizer algo ruim sobre o filho dele ou ameaçá-lo.”

“Eu sei disso. A mãe nos entende, então talvez ele possa entender também. Parando para refletir, é triste para o Non. Acho que ele continuará a ser estranho por precisar esconder isso do pai.”

“Também acho.”

“Nós ainda somos sortudos por termos o apoio da família, mas ele...”

Non, o primeiro e único filho do diretor, deve carregar as expectativas do pai, sendo assim, não pode ser ele mesmo. Quanto mais ele cria um problema acerca da orientação sexual de Non, mais ele força o filho a escondê-la e, assim, ele não tem ideia de como era a mente de Non. A família é realmente o primeiro lugar a aceitar a identidade das suas crianças e guardá-los para que os filhos consigam enfrentar a cruel sociedade.

Além disso, a família é também o primeiro lugar a nos proteger. Se ela poder nos aceitar, apoiar, cuidar e proteger, os estranhos não serão um problema.

“Você falou muito bem hoje, sabia?” Kao retirou os olhos do celular e olhou Pete. “Desde a escola. Ohh! Aparecendo como um protagonista, se atrevendo até mesmo a lutar com o diretor.”

“Hm... eu sou uma boa pessoa, no final das contas.”

“Ok, hoje eu admito que você foi uma boa pessoa.”

Apenas isso! Pete rapidamente virou o rosto para encarar Kao com um sorriso perverso.

“Cadê meu presente por ser uma boa pessoa?”

“Que presente?”

“Uma recompensa pela bondade feita por uma pessoa como eu.”

“Pessoas que fazem o bem sem esperar nada em troca, só elas é que podem ser chamadas de ‘boas pessoas’, Pete.”

“O quê?! Não me elogie agora para depois retirar o que disse.”

“Você não se incomoda com a minha mãe?” Kao olhou para Pete, que estava pressionando-o naquele momento, mas ele ainda se aproximou aos poucos e virou-se para deixar Pete deitar-se sobre a suas costas na cama. Kao sorriu maliciosamente como se estivesse provocando aquela pessoa. “Mas... as boas pessoas de fato precisam ser respeitadas.”

Após essas palavras, Kao se curvou para trocar beijos apaixonados com Pete. Pete não hesitou e alcançou e puxou sua nuca para fazer o beijo ficar ainda mais íntimo. E naquela noite, Pete pediu presentes a Kao até que ele ficasse satisfeito.

Oh, Non! Ele devia vir solicitar seu prêmio por ter feito eles chegarem num ponto muito maior do que eles esperavam chegar.

 

(***)

 

Sábado à tarde

Casa do Mork

Era o dia do aniversário do Mork...

“Se você não vier, vou ficar realmente bravo. Vou fazer um bolo eu mesmo para você.”

Mork viu a mensagem de Sun no Line enviada ontem à noite e, então, soltou um risinho. Talvez ele e Sun não estivessem ainda oficialmente se conhecendo melhor, mas a vida deles estava mais para namorados.

Mork e Sun nunca mais discutiram sério. Pela manhã, ele vai até o estabelecimento de Sun para tomar um café antes de ir para a escola, preparado para dar a Rain uma carona. Pela tarde, ele leva Rain de volta para casa e então, senta-se para jogarem e comerem. Assim que chega em casa, ele envia uma mensagem para deixá-lo saber. Eles conversam sempre antes de ir dormir com mensagens curtas, porque não são bons em conversar. Ainda assim, ele sente que eles se importam e se preocupam um com o outro.

Mork acha que Sun deseja pedi-lo em namoro naquele dia.

E ele pensou que... ele iria aceitar.

Uma vez que eles acreditaram na relação, Mork não queria hesitar e perder a oportunidade de eles se conhecerem e alcançarem a felicidade. Ele concordou com Sun que seria a última vez que eles construiriam um muro em seus corações e seriam muito rígidos um com o outro. No passado, ele costumava fugir de suas emoções e não se aceitava, fazendo eles ficarem naquela incerteza e se machucarem na demonstração de afeto. Se pudessem ao menos fingir que eles eram outras pessoas, mas talvez fosse tarde demais. Entretanto, ao invés disso, eles deram uma guinada e se encontraram, resolveram seus desentendimentos e aprenderam a ser felizes juntos.

Trim... Trim...

Após Mork terminar de se arrumar e estar prestes a sair de casa, alguém ligou. Ele pegou o telefone e olhou para o número de Sun na tela. Mork balançou a cabeça. Talvez Sun tenha ligado para lembrá-lo para sair logo.

“Um pouco irritante...” disse Mork para ele mesmo e pressionou o botão de aceitar a ligação.

“Que foi? Eu já disse várias vezes. Estou tão aborrecido, que não quero ir.”

“Por quê...?”

Mork franziu a testa porque a voz no telefone não era de Sun. Ele olhou para o nome na tela do celular mais uma vez para confirmar, e o número era de fato de Sun. Então, quem era esse que estava falando com ele?

Como que essa pessoa está segurando o telefone do Sun!

“Não se lembra da minha voz?”

“Ton, seu desgraçado!”

Mork lembrava. Essa voz furiosa podia vir de apenas uma pessoa. Seu coração ficou imediatamente preocupado. Com certeza, Ton ligá-lo de repente com o telefone de Sun não significava boa coisa. Pensando nisso, um sentimento ruim cresceu.

Mork não imaginava que Ton iria se atrever a voltar e ferrar com ele de novo porque eles estavam sendo procurados pela polícia da última vez. Ele achava que ele tinha corrido para algum local ou outro país, mas ele continuava a atrapalhar a sua vida.

“Agora mesmo, eu e seu Pi estamos sentados no estabelecimento do seu amado.” Falou Ton em uma voz gélida, mas bastante zombeteira. “Vou te dar 10 minutos, venha se juntar a nós por um instante. Se não vier, você deve saber o que vai acontecer.”

PAH! PAH! PAH!

Mork ouviu o som de móveis sendo quebrados. Além disso, ele ouviu as vozes de Sun e Rain gritando para eles. Ele pensou que talvez Ton tivesse arrastado seus capangas agora para cercar a cafeteria de Sun e poderia tê-lo capturado.

Desumano!

Mork pensou consigo mesmo e desligou, então saiu de casa apressadamente para a cafeteria de Sun o mais rápido possível. Ele estava com muita raiva e irritado todas as vezes que aquele maldito incomodou ele e as pessoas ao seu redor. Ele precisava fazer alguma coisa para acabar com isso. Aí está! Enquanto dirigia a motocicleta, ele de repente se deparou com algo.

E no momento seguinte... Mork apressou-se em dirigir a motocicleta para uma pessoa sem hesitação.

 

(***)

 

10 minutos depois

Blue Sky Café

 

Mork estava com tanta raiva que queria imediatamente lançar todo tipo de xingamentos existentes.

Uma vez chegado ao lugar, ele não pôde deixar de se surpreender e ficar enraivecido e com a sensação de que iria explodir a qualquer hora porque Ton havia arrastado seus capangas ao redor da cafeteria. Sun e Rain foram forçados a se ajoelharem no chão. Estava tudo destruído dentro da cafeteria. No entanto, o que deixava ele tão furioso era que eles se atreveram a tocar em Rain e Sun.

Se eles o odiavam, por que não vieram atrás dele para destruí-lo?... Por que mexer com Sun e o Rain?!

“O que você quer? Por que está fazendo isso?”

Mork rolou seus olhos. Seu lindo rosto, vermelho. Ele encarou Ton, que havia cruzado seus braços e ficou parado ali, olhando para ele sugestivamente. Ele só pode se gabar quando está com os companheiros. Orgulhoso que Mork é o errado, enquanto que ele é o certo!

“Esse cara... é aquele que está te aborrecendo?”

A voz estranha foi interrompida antes de o dono dela aparecer. Aquela pessoa parecia querer causar mais problemas do que Ton. Era mais alto do que Ton, mas o jeito de se vestir não era diferente.

“Isso, Joey. Ele me fez correr.” Disse Ton de maneira respeitosa. Mork logo percebeu que Joey devia ser o líder da gangue e aquele que trouxe aqueles caras para o estabelecimento do Sun e do Rain daquele jeito.

“Como se atreve? Como se atreve a fazer essa coisa desprezível?!” gritou Mork na cara de Ton.

“Você é bem forte. Certo! Eu gosto dessa sua boca” disse Joey com satisfação. Ele deu um passo adiante para encarar Mork e alcançou o queixo do rapaz, apertando-o, então sorriu.

POW!

Mork empurrou Joey com uma expressão raivosa. Nesse momento, os subordinados de Joey apressaram-se a rodeá-lo, mas Joey fez um movimento com a mão como se ele estivesse tendo um divertido bate-boca com ele e quisesse provocá-lo.

“Acalmem-se. Eu quero conversar com ele primeiro.” Joey lambeu os lábios. “Já faz um tempo desde que eu vi um cara com uma boca afiada. Para falar a verdade, qualquer um dos meus homens morrerá caso abra a boca para me provocar. Muito interessante.”

“Não precisa se encher de palavras. Fale logo o que quer falar.”

“Eu não quero nada.” Joey levantou suas mangas e dobrou os braços para olhar para ele. “Um dos meus homens disse que você o afrontou. Eu também achei que você gosta mesmo de afrontar. Me diga... se você fosse eu, o que faria?”

“Eu não sou você e de jeito nenhum eu faria coisas tão desprezíveis como você.”

“Acabe com ele, cara. Ele vai morrer.” Ton estava fervendo de raiva e pronto para ir para cima porque há muito tempo ele vem esperando pela chance de se vingar. Mork era muito corajoso e tinha feito ele correr para evitar a polícia.

“Então, escolha... quem deve morrer primeiro” disse Joey. “Seu amigo, seu namorado, ou você!”

Depois disso, um dos homens de Joey puxou os cabelos de Sun, e Rain levantou o rosto para olhá-lo. Mork tentou resgatá-los quando eles o impediram, Joey empurrar o seu peito e parecer confiante.

“Não demore muito para escolher. Caso contrário, eu vou escolher no seu lugar.” Ele estapeou forte o rosto de Mork. “Mas... não gostaria que vocês morressem facilmente. Quero que vocês morram lentamente. O que acha?”

Joey sacou uma faca para fora de seu bolso e usou a ponta dela para tocar o rosto de Mork devagar.

“Quando Ton me contou, achei que você era muito durão. Todo mundo é gay, gay! Ugh, U-hu!

“Então, lute comigo.” Mork encarou. “Ou está com medo de lutar com um cara gay como eu?”

“Mork! Não!” gritou Sun.

Ele não queria que Mork se machucasse e não acreditava que aquele desgraçado lutaria de forma justa.

“Que direito você tem para me fazer uma oferta?”

“Acontece que você é covarde...” Mork sorriu. “O grupo dos seus homens reivindicam serem homens de verdade, mas eu acho que você é um descarado. Você não sente vergonha de si mesmo? Não pense em você como um humano. Se for esse o caso, você é um covarde. Putinha!”

POW!

Joey empurrou Mork e depois socou-o no rosto com força quando foi insultado. Então, Mork revidou. Os homens de Joey apressadamente foram para cima dele e prenderam-no firmemente.

“Essa sua boca! Vou fazer você sangrar até que não consiga mais falar!”

POW! POW! POW!

Joey socou Mork mais uma vez, Sun e Rain assistiram a Mork ser agredido e ranger os dentes. No final, eles não conseguiram mais aguentar, então brigaram e se libertaram do capanga de Joey e começaram a lutar agressivamente. Mork estava bastante surpreso porque ele nunca vira Sun daquele jeito. Mas, numa perspectiva de batalha, ele pôde perceber que Sun não era fraco.

PAH! PAH! PAH!

Os sons dos móveis juntamente com sons de lutas soaram como se houvesse uma batalha. Mork, Rain e Sun estão em desvantagem porque estão apenas em três, enquanto que o outro grupo possui mais de 10 pessoas. Mork foi agredido várias vezes. Rain ficou tão abalado que caiu no chão. Sun está em uma situação tão ruim quanto eles.

Eles foram espancados sem parar, enquanto Joey e Ton assistiam à cena com satisfação e não tinham intenção nenhuma de mandar os capangas pararem. Até mais.

Bang! Bang! Bang!

A série de tiros fez aquele incidente caótico parar de repente como se o tempo tivesse congelado assim que os disparos foram ouvidos. Todos os olhares se voltaram para o barulho e paralisaram quando eles viram o carro da polícia e muitos policias em uma emboscada.

“Polícia! Corram!”

Joey gritou a ordem para seus capangas e correu para fora do estabelecimento. Porém, foram lentos, porque a polícia levou ele e o resto da gangue presos.

“Desgraçado!”

Joey se virou e gritou para Mork, que tinha o rosto cheio de ferimentos, mas que ainda assim tinha forças para soltar um risinho para ele. Agora estava caindo a ficha de Joey, Mork estava conversando de propósito para ganhar tempo.

“Levem todos eles para a delegacia!” gritou bem alto um policial antes de escoltar Joey, Ton e o restante dos bandidos para o carro. E agora, havia duas pessoas importantes que fizeram Rain e Sun ficarem surpresos porque eles não imaginavam que iriam encontrá-los nessa situação.

“Pete! Kao!”

Epílogo.




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