quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Oxygen 2 - Capítulo 14

 


Tradução: Isa

Revisão: Érika

 - Equipe KhunPandex Traduções.



Quanto à pessoa que tem que estudar e trabalhar ao mesmo tempo.

“Eu vou visitar o Guitar.”

Khun Tan, então, olhou cansado para o rosto de seu único filho. Ao lado dele, há um amigo de longa data, que é seu assistente, tentando se conter para não rir enquanto olhava divertidamente para Khun Chaai.

“Tente suportar isso.” Khun Tan repetiu as mesmas palavras pela décima quinta vez hoje.

“Pai, você já me fez suportar isso por um mês.” Solo franziu a testa parecendo muito infeliz.

”Pela pessoa do outro lado, Guitar, ele pode suportar isso muito bem não é?”

Escutando isso, Solo franziu a testa ainda mais do que antes. Apenas em pensar no tempo que ele não via o rosto de Guitar, fez com que ele ficasse extremamente mal humorado. E então vem alguém e diz que com Guitar ele pode suportar isso, ele ficou ainda mais mal humorado.

Essa é a diferença em conseguir suportar e precisar suportar.

“Eu vou hoje.” Solo estava realmente determinado. Ele pensou que mesmo que ele estivesse afogado em trabalhos, ele deixaria tudo e voaria para a pessoa que estava dentro da sua cabeça.

“Você tem uma reunião.” Khun Tan levantou-se, olhando para os pés de seu filho que começou a andar para trás.

”Eu estou indo embora!”

“Segure ele!”

Assim que Khun Tan ordenou, seu pessoal, que estava em pé na porta, agarrou seu Khun Chaai rapidamente, não dando nenhuma chance para a pessoa que queria correr escapar.

“Deixe-me ir!” Solo se contorcia fortemente tentando se libertar, já que tinha mais de uma pessoa segurando ele. Porém, não importava o quanto ele fosse forte, ainda não conseguia revidar.

“Se você não souber ser paciente, não terá sucesso.” Khun Tan disse friamente, se aproximando da pessoa raivosa que se recusava a escutá-lo.

“Khun Tan...” Jay, o qual estava ao lado assistindo o evento, se aproximou e agarrou o braço de Tan. Ele não queria que essa relação de pai e filho, que apenas começou a melhorar, voltasse a ser o que era antes. O comportamento dessas duas pessoas era quase idêntico em tudo. Se Tan ficasse com raiva, tudo seria destruído.

“Pai! Deixe-me ir embora!” Solo gritou até isso reverberar, seus olhos ficaram assustadores à medida que seu mau humor aumentava.

“Levem ele para a casa pequena [1], confisquem o seu telefone, desligue a internet, não o deixem ir a lugar nenhum, não o deixem contactar ninguém. Continuem prestando atenção nele até eu ordenar que não.”

 “PAIIII!”

“Khun Tan.” Jay conseguia ver que a situação tinha piorado então ele apressadamente andou e ficou entre o pai e o filho. “Khun Chaai deve ir para as aulas.”

“Se você ainda não consegue entender, então nem pense em ir.”

“Deixe-me ir! O que você já entendeu sobre mim?!”

Khun Tan agarrou o rosto de seu filho, que estava com os braços presos nas costas, e encarou-o com olhos frios até que Solo ficasse sem palavras.

“Não pense apenas em si mesmo.” Tan apenas disse essas palavras e então se afastou e deixou seu pessoal levar aquele filho teimoso para fora da sala.  

“Khun Tan...”

Tan levantou sua mão para massagear sua têmpora cansado. Ele já enfrentou pessoas assim no passado e isso fez com que ele lembrasse de antigas memórias que não queria lembrar.

“Khun Tan... Khun Tan...” Jay chamou Tan repetidamente. Ele tocou o braço de Khun Tan em preocupação. E quando seus olhos se encontraram, todo o seu corpo foi puxado para dentro do abraço apertado de Tan.

 “Ele é tão parecido comigo.”

A pessoa que não sabia o que fazer podia somente piscar os olhos. Porém, quando recuperou sua atenção, ele levantou a sua mão, abraçou Tan em retribuição e, gentilmente, esfregou as costas dele confortando-o.

“Sim. Muito parecido.”

“Ele disse que eu não entendo.”

“Sim.”

“Como ele pode saber que eu não o entendo?”

“Isso mesmo.”

“Ele está suportando apenas por meses. Eu tive que suportar por anos e ninguém me entendia.”

“Eu entendo.” Jay riu enquanto sua mão continuava batendo nas costas do outro homem que estava agindo como uma criança.

Ele estava tão feliz que pensou que isso era só um sonho. Após a discussão que eles tiveram antes, sua relação ficou mais clara. Embora isso não fosse oficial ainda. Mas ser capaz de estar perto e ao lado do seu Khun Tan pra sempre já é mais do que suficiente.

“Mas, está tudo bem fazer Khun Chaai perder as aulas assim?” Jay perguntou com preocupação e lentamente se afastou do abraço apertado.

“Diga a Kao para pedir uma licença para Solo da faculdade, porque se eu não concertar seu comportamento agora, a pessoa que está em Phuket provavelmente irá se cansar de cuidar dele.” Tan explicou sem tirar seus olhos de Jay. Tan então levantou sua mão para tocar as bochechas brancas do ocidental gentilmente.

Quando ele viu o sorriso da pessoa em sua frente, isso fez com que ele percebesse que, talvez, a razão do porque ele deu uma chance a Gui seja que a atmosfera em volta dele, parece com Jay.

Gentil, mas não fraco.

 

(****)

 

O quarto espaçoso, que costumava ser lindamente decorado, agora estava à imagem de um naufrágio. Está longe do seu estado inicial. Há vidros quebrados por todo o chão, telas de tv quebradas, além de outras coisas que foram jogadas em diferentes direções. Tudo foi causado pela pessoa que agora está enrolada na cama.

Solo se moveu lentamente e enfiou sua cabeça exausta em um travesseiro. Sua dor de cabeça e dor de estômago são incomparáveis a sua atual dor no coração.

Uma semana.

Tem uma semana que ele não ouve a voz de Guitar. Também têm uma semana que ele está confinado aqui.

Ele claramente entende o que seu pai ordenou. Não era somente proibi-lo de usar o telefone ou internet, não era somente estar proibido de falar ou ouvir Guitar. Jay também não estava permitido a vê-lo. Ele estava completamente sozinho nessa casa. Nem mesmo uma empregada doméstica vinha preparar comidas para ele. Ele tinha que fazer tudo por si só. Tinha apenas algumas pessoas que estavam vagando pela casa e que estavam vigiando-o.

Ele tentou escapar, mas falhou. Seu pai estava ciente de tudo o que acontecia dentro dessa casa. Então, a única coisa que poderia ajudar a diminuir o temperamento quente que estava queimando como fogo dentro dele era destruindo as coisas a sua volta. Mas mesmo após destruir tudo, nada melhorou.

“Guitar...” sua voz soava fraca, chamando o nome da pessoa que ele perdeu em dor.

Knock Knock Knock

“Vá embora!” Solo gritou sem, ao menos, olhar por cima do seu travesseiro.

Knock Knock

“Eu disse para ir embora!”

Um grito cheio de raiva podia ser ouvido, então ele pegou um vaso que estava perto e jogou na direção da porta até que estivesse quebrado em pedaços.

Solo se levantou e sentou na cama enquanto estava sufocando de raiva. Seu rosto cansado estava coberto por uma raiva que nunca tinha sentido.

Knock Knock Knock Knock Knock Knock

“Eu te disse para...!”

“SEU BASTARDO! É MELHOR VOCÊ CALAR SUA BOCA E ABRIR A PORTA DESSA VARANDA!”

A pessoa que estava enfurecida, agora, estava abrindo seus olhos largamente em surpresa. Ele era incapaz de entender como a familiar voz do seu melhor amigo, que não deveria estar ali, soava tão alta e perto. Foi quando ele percebeu que a voz não vinha da porta da frente.

Suas longas pernas rapidamente pisaram para fora da cama e foram em direção à porta da varanda que estava coberta com uma cortina antes de ser puxada para cima.

A primeira coisa que ele viu, no momento que a cortina foi puxada, foi o rosto do seu melhor amigo que estava carrancudo, com os braços cruzados olhando diretamente para ele. No segundo que a porta foi aberta, Kao rapidamente entrou.

“Você tem causado problemas em todo lugar!” sua mão puxou a cabeça do seu amigo fortemente, mas ele não teve resposta nenhuma do outro homem, então Kao parou a sua mão. Ele olhou para o corpo alto uma vez e empurrou o corpo de seu amigo para dentro a força. Depois de fechar a porta da varanda e ter puxando para baixo a cortina até o quarto ficar escuro de novo, ele andou para ligar a luz.

A condição do quarto estava uma terrível bagunça, o que fez com que ele franzisse a testa. Então, seus olhos caíram sobre seu amigo, que estava sentado como uma pessoa morta. Ele franziu a testa ainda mais.

A mais bonita Lua da faculdade estava agora parecendo mais horrível do que qualquer outra coisa. Seu rosto com as bochechas afundadas fazia com que parecesse um paciente em estado terminal, seu cabelo estava tão bagunçado que parecia que não era lavado a 10 anos. E ainda tinham as feridas de suas mãos e pés que devem ter sido causadas pelas coisas quebradas por todo o quarto.

“Você é tão idiota!” Kao disse raivosamente. Porém suas mãos estavam vasculhando o local, procurando por algo para limpar as feridas de seu amigo.

“...”

“Porque você tinha que fazer algo assim?!” Kao agarrou as mãos da pessoa que ainda estava sentada. Mas, no momento que ele limpou as feridas, a pessoa a sua frente puxou sua mão de volta vigorosamente e olhou para ele com um olhar assassino.

Se fosse outra pessoa, ela iria ficar chocada, mas era Kao.

“Não olhe para mim com essa cara!” Kao disse enquanto apontava seu dedo no rosto do amigo, que estava olhando para ele com olhos irritados. Ele puxou de novo a mão do amigo e disse com uma voz raivosa. “É melhor você ficar calmo. Se você se mover de novo, eu vou deixar você sozinho.”

O ouvinte tentou se livrar do seu mal humor. Solo podia somente balançar sua cabeça para afastar a dor e, então, ele olhou com frustração para o amigo que estava tratando suas feridas. Ele podia somente fazer uma careta e sentar corretamente como um boneco.

Ele esperou até que os curativos em suas feridas estivessem feitos. Ao terminar, Kao sentou-se de volta e encarou o rosto de seu amigo. Kao esperou que ele abrisse sua boca e falasse algo primeiro. Mas após um tempo, nada saiu daqueles pálidos lábios.

“Você é mesmo o Solo?” Kao iniciou a conversa. O ouvinte que estava sentado corretamente levantou um sorriso zombeteiro no canto de sua boca antes de se virar e fazer contato visual com Kao.

“Por quê? Eu pareço tão terrível assim?”

“Não se atreva a falar sarcasticamente comigo!” Kao gritou e sua mão, que era acostumada a esbofetear a cabeça do amigo, deu um tapa mais forte do que o normal na cabeça de Solo.

“Isso já é demais Kao.” Solo levantou sua cabeça e olhou de volta para Kao com fúria em seus olhos. Ele não gostava que ninguém brincasse com a sua cabeça. Era a primeira vez que alguém estava assim tão bravo com ele ao ponto de fazer isso. Se a outra pessoa não fosse seu amigo, ele, provavelmente, já estaria estrangulando ele até a morte.

“Eu só estava ajudando, no caso de ter alguma estupidez que caia de seu cérebro.” Kao encolheu o ombro e continuou. “Eu estou perguntando se você realmente é o Solo, ou não? Porque eu sinto como se eu não conhecesse você.”.

“O que você quer dizer?”

“Se você fosse meu amigo, aquele bastardo, ele nunca desistiria. Ele não iria mostrar ou perder seu temperamento tão facilmente. Ele provavelmente pensaria propriamente ou, pelo menos, iria pensar na pessoa que ele ama mais do que a ele próprio.” Kao pausou, seus olhos escanearam Solo dos pés a cabeça e, então, sorriu. “Mas agora, tudo o que eu posso ver é um perdedor que é estúpido, não está sendo razoável e está agindo como uma pessoa louca.” 

“Eu também não quero ser assim.” Solo suspirou e levantou suas mãos para segurar sua cabeça. “Meu pai, ele...”

“Não ponha a culpa no seu pai, So.” Kao interrompeu com uma voz fria. “Você fez tudo isso com você mesmo.”

“Eu...”

“Você só pensa em sí mesmo.”

Não pense só em você mesmo'

As palavras de seu pai de repente começam a aparecer através de sua mente da mesma forma com que Kao disse para ele, o que fez com que seu rosto endurecido fosse suavizando até que não tivesse mais nenhum traço de raiva restante. Ele se tornou um pequeno Solo que precisava de alguém para confortá-lo.

Infelizmente, aquela pessoa não estava aqui com ele. Mas um amigo como Kao estava.

“Não faça essa cara de cachorro abandonado para mim!”

E conseguia ser duro desse jeito nos momentos certos.

“Então o que eu deveria fazer?” Solo perguntou suavemente. Ele abaixou seus olhos para não ter que olhar para o seu amigo. Ele estava com muita preguiça para ser amaldiçoado.

“Eu não vou te falar, seu idiota.”

“...”

“Mas alguém vai.”

“Quem?”

“Siga-me.”

Ele seguiu Kao, que estava andando em direção à varanda. Ele abriu a porta, olhou ao redor e, então, desceu para a varanda do segundo andar.

Solo estava olhando para seu amigo, que desceu a varanda facilmente. Isso o deixou sem palavras e com um sentimento indescritível. Ele apenas ficou parado até Kao acenar para ele, então, ele também desceu, mesmo que estivesse pensando para onde as pessoas, que estavam vagando por essa área, tinham ido. Mas ele não ficou com isso em mente. Ele apenas pensou que sair desse local parecia ótimo. Ele perguntaria sobre isso a Kao depois.

Kao andou e o levou para subir a cerca. Após andar por um tempo, Solo viu Jay. Ele não estava certo de que lugar era esse porque seu pai tinha um monte de casas e essa não era uma das grandes. Deveria não haver pessoas suficientes para mantê-lo confinado.

“Khun Chaai.” Jay correu e olhou para sua condição da cabeça aos pés em preocupação.

“Jay” um sentimento confuso de repente veio e o atacou, fazendo com que ficasse desconcertado. Foi bom que Kao o ajudou a tempo, antes dele cair completamente. No momento em que reabriu seus olhos, sentiu como se ele estivesse vendo uma vaga imagem da pessoa que ele tanto sentia falta.

“Guitar...”

“Sim.”

E isso não era um sonho.

“Guitar!” os olhos de Solo se alargaram e ele simplesmente esqueceu-se de tudo. Suas mãos apenas agarraram a pessoa que o respondeu e o segurou apertado. Seu coração estava batendo tão rápido que ele pensou que talvez explodiria. Seu Guitar levantou suas mãos e o abraçou de volta sem dizer nada. Quando ele se afastou, toda sua atenção estava focada somente no rosto da pessoa que ele não via a meses, até que ele foi conduzido para dentro de um carro sem nem perceber.

“Como você está?” Gui perguntou a pessoa que estava perto dele o encarando e, então, gentilmente, tocou a cabeça dele com sua mão.

“Vamos fugir...”

“O que?”

“Vamos fugir daqui juntos.” Solo segurou a mão de Gui e disse isso com uma voz séria. “Eu não quero ficar longe de você. Eu não quero trabalhar. Eu não quero fazer nada.”

A pessoa que escutava apenas encarava o rosto de Solo calmamente. Então em uma fração de segundo, aqueles olhos ternos mostraram desapontamento. Mas quando ele piscou, tudo desapareceu e seus olhos voltaram a parecer normal.

“Claro.”

“Khun Gui!” Jay, que estava dirigindo, se virou em choque. Porém, no momento em que ele viu a expressão de Gui, ele então entendeu.

“Para onde você quer ir?”

“Qualquer lugar que meu pai não possa nos encontrar.”

 

(****)

 

Seu destino era uma praia que não era localizada tão longe de onde eles estavam. Jay apenas levantou e se inclinou contra uma árvore enquanto, com preocupação, olhava para as duas pessoas que estavam de mãos dadas andando pela praia. Ele estava preocupado com seu Khun Chaai, mas ele estava ainda mais preocupado com a pessoa que voou direto de Phuket essa manhã.

“Muito obrigado Khun Kao por estar disposto a ajudar.” Jay se virou para sorrir para a pessoa que estava perto dele. “Eu não poderia ir me encontrar com Khun Chaai sozinho.”

“De nada.”

Ontem, Jay escutou as notícias pelo seu bom amigo, a pessoa responsável por vigiar Solo. Ele disse que o menino não comia já tinham alguns dias e que, também, escutavam altas batidas vindas do quarto. Jay se sentiu preocupado e não soube o que mais poderia fazer. Mas no final, ele decidiu ligar primeiro para Gui, porque ele não queria que Gui se sentisse preocupado por não estar sendo contactado por uma semana. Ele não contestou quando Gui pediu pelo endereço de Solo.

Então no dia seguinte, ele pediu ajuda para Kao, que era pra lhe ajudar a distrair as pessoas que estavam vigiando a casa e então entrar. Porém, ele não esperava que essa criança fosse escalar a varanda e trazer Solo da mesma maneira.

Mas a coisa mais inesperada é que Gui voou de Phuket até aqui.

Jay atendeu uma ligação de Gui enquanto Kao estava prestes a sair do carro. Ele ficou chocado quando ouviu do outro homem que ele estava vindo. E quando eles se encontraram, Jay pode ver que Gui parecia muito cansado. Mas mesmo assim ele ainda conseguia sorrir e no momento que Solo saiu, Jay pode ver que aqueles olhos cansados estavam faiscando de felicidade, mas quando você chegava um pouco mais perto, aqueles olhos pareciam tristes.

“Você acha que P'Gui vai realmente fazer isso?” Kao estava olhando para a pessoa que estava andando próxima dele na praia. Mesmo que Kao não mostrasse muito, aquelas sobrancelhas franzidas mostravam que ele estava preocupado com Gui assim como Jay.

“Eu também estou preocupado. Eu não deveria ter ligado para Gui em primeiro lugar.” Jay disse com uma voz que parecia culpada. “Mas eu estava muito preocupado com Khun Chaai. Ele estava se recusando a comer. Eu estava tão preocupado que até esqueci que Khun Gui também está exausto.”

“Por que Ai'So ficou assim?”

”Talvez porque para ele, Khun Gui é a pessoa que salvou sua vida.”

Jay riu suavemente porque as coisas que disse não são tão diferentes da sua própria vida. “A pessoa que preencheu tudo aquilo que estava perdido em sua vida. Khun Chaai é uma criança que cresceu por si mesma. Poderia dizer que ele cresceu com uma falta de calor e de atenção, e por isso ele está sendo tão assim.”

“...”

Quando Kao não perguntou mais nada, Jay voltou a olhar para as duas pessoas que estavam andando juntas. Os dois estavam sorrindo, mas expressando diferentes sentimentos. Solo estava sorrindo feliz, mas para Gui não estava assim.

‘Você não percebeu isso, Khun Chaai?’

“Eu senti muito a sua falta” Solo disse. Há somente alegria e felicidade sendo mostradas em seu calmo rosto.

“Eu senti saudades de você também.” Gui respondeu. Mesmo que aquelas palavras não fossem mentira, o sorriso em seu rosto não era um feliz, era um falso sorriso que estava escondendo seus reais sentimentos e, surpreendentemente, a pessoa ao seu lado não percebeu isso.

“Desculpe-me por não entrar em contato. Meu pai me confinou na casa pequena. Eu não podia usar meu telefone ou internet.” Solo continuava andando enquanto continuava contando o que aconteceu com ele. Ele estava com medo de que Gui estivesse com raiva por ele não ter ligado.

“Está tudo bem.”

“Mas eu... Eu senti muito a sua falta.”

“Eu sei.” Gui riu suavemente. Ele sabia que o outro homem sentia sua falta porque, para ele, o sentimento era o mesmo. “E então? Para onde você quer ir?”

“Para algum lugar longe.” Solo olhou para Gui e dentro do seu coração, ele pensou que quanto mais longe, melhor. Ele então segurou a mão da pessoa perto dele, apertando-a antes de voltar para o carro onde Jay e Kao estavam esperando. “Vamos para algum lugar onde meu pai não possa me encontrar.”

Kao não disse nada, ele apenas suspirou e entrou no carro. Jay que estava encarregado de dirigir pode apenas olhar para Gui com preocupação.

“Khun Gui...”

“Apenas faça como ele disse, Khun Jay.” Gui apertou sua cabeça e não disse mais nada. Ele apenas sentou adequadamente no carro sem nada a acrescentar.

O carro apenas dirigiu ao longo do caminho e ao redor, seguindo os comandos de Solo. Uma vez que ele achou o local que queria, ele pediu para parar o carro. Então ele pegou seu namorado para dar uma volta e quando ele terminou de olhar ao redor, eles mudaram para outro local de novo. Surpreendentemente, Solo que normalmente é um homem de poucas palavras, estava agora falando um pouco mais do que ele normalmente fala. Ou talvez ele esteja apenas falando sozinho.

“Guitar, está com raiva?”

“Não.”

“Guitar, quer alguma coisa? Eu...”

“Não.”

Quanto mais tempo em seu percurso, mais a ansiedade continuava crescendo. Os dois estranhos podiam apenas sentar e ouvir a inconfortável conversa ao longo do caminho. Enquanto os outros dois, que causaram essa atmosfera, estavam em um clima completamente diferente.

Solo falava muito, mesmo quando ele não estava se sentindo bem continuava falando sem mudar sua mente. Porém Gui estava estranhamente quieto. E ele se tornou mais quieto à medida que a distância aumentava. 

“Eu quero parar no parque Khun Jay.” Gui disse sem pensar, ele nem mesmo perguntou pela opinião da pessoa ao seu lado, mas ele estava confiante de que o outro homem iria se render.

“Sim, Khun Gui.”

Gui saiu do carro primeiro, sendo seguido por Solo. Os outros dois não seguiram, eles apenas ficaram quietos esperando no carro.

“Guitar...” Solo chamou suavemente enquanto agarrava a mão da pessoa que estava adiante dele e sentiu subitamente uma dor no seu coração por nenhum motivo.

“Sim?”

“Por que... não olha para mim?” no final da pergunta, a pessoa que estava andando adiante parou seus passos e se virou. Ele olhou para a pessoa que estava fazendo uma cara triste com um rosto inexpressivo.

“Então você quer viajar para mais longe?”

“Eu...”

“Já se divertiu o suficiente?”

“...”

“Eu não tenho dinheiro. Eu não tenho nada na verdade. Mas se você quiser... Eu posso levar você a qualquer lugar.” Gui sorriu cansado enquanto olhava para o rosto da pessoa que apenas estava quieta com olhos gentis. “Uma vez que você estiver satisfeito, por favor, fale para mim.”

“Guitar...”

“É isso? Essa é a pessoa que eu venho lutando tanto para estar ao lado? Porque, agora, eu só consigo ver uma pessoa que nunca conheci.” Essas palavras frias saíram da pessoa com rosto gentil. Solo sentiu como se seu coração estivesse prestes a se quebrar em milhões de pedaços, mas ele não conseguia encontrar palavras para discutir de volta. “Eu também estou muito cansado e desencorajado. Mas quando penso que estou fazendo isso por alguém, eu sempre procuro ficar motivado e forte. Mas que tal...”

“...”

“Já que você só pensa em si mesmo, não é melhor pra você ficar sozinho?”

“NÃO!” Solo rapidamente recusou e puxou o corpo da pessoa a sua frente para um abraço, segurando-a fortemente até ele sentir medo de soltá-lo.

“A razão pela qual eu vim até aqui é porque estava preocupado. Eu não posso pensar em nada que não seja a sua segurança. Eu pensei que você tivesse sido machucado por alguém. Eu estava tão preocupado com você que, no fim, gastei dinheiro para pegar um voo de volta pra cá mesmo tendo que trabalhar hoje.” Aquelas palavras não faziam o ouvinte se sentir melhor. Em vez disso, Solo sentiu como se estivesse gradualmente perdendo sua força. Quanto mais ele sentia que isso era um abraço unilateral, mais ele se sentia assustado.

Ele se esqueceu de ver o que estava ao redor dele.

Porque só agora ele percebeu isso? Só agora ele percebeu que o rosto de Guitar parecia péssimo. Ele parecia cansado e fraco. Parecia dez vezes mais cansado do que ele.

“Me desculpa.” A voz preenchida de culpa fez com que o rosto cansado do ouvinte desse um verdadeiro sorriso pela primeira vez. Gui levantou suas mãos, abraçou o outro homem de volta e o escutou se desculpando.

O que a outra pessoa disse, não é que ele não tenha ouvido. Ele também pode deixá-lo ir de suas mãos facilmente. Mas ele quer que Solo mude seu comportamento. Ser egoísta e impaciente irá fazer a vida de Solo ser difícil e dura. Ele não queria que Solo tivesse problemas futuros ao ponto de que ele tenha que dizer alguma coisa dolorosa que vá machucar os dois.

“Você pode parar de fugir agora? Ou ainda não?” Gui gentilmente perguntou enquanto ele empurrava o rosto enrugado da pessoa que estava o abraçando fortemente, limpando o rosto e os olhos dele.

Solo não chorou, mas em vez disso, ele estava fazendo uma cara que parecia que ele queria chorar. Isso é mais lamentável do que chorar de verdade.

 

Notas:

[1] Casa pequena se refere a outra casa de Siwarokin(Tan). Não é a casa principal da família Siwarokin.


Capítulo 15


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