quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Gen Y: First Love - Capítulo 9

 

Tradução: Vic
Revisão: Beatriz
-Equipe KhunPandex Traduções



Ainda que seus estudos na Faculdade de Medicina fossem complicados e tomassem quase todo o tempo de Kij, ele estava preocupado com Wayu e constantemente encontrava algum tempo para conversar e atualizar sobre a busca dele por Dr.Pha. Kij fez uma pequena pausa quando descobriu que Wayu não estava sozinho. 

Ele estava acompanhado de alguém que Kij não via desde aquela noite. A noite que ele, de maneira descuidada e imperdoável, se pôs naquela situação constrangedora. No instante em que viu o sorriso brilhante de Mark, ele ignorou e evitou, olhando para outra direção. 

“Olá, P’Kij. Sobre aquilo que você disse que iria perguntar por mim... Há alguém que saiba alguma coisa sobre o Dr.Pha?” cumprimentou Wayu com um olhar esperançoso. 

Mark agiu dando um bocejo ao ouvir Wayu falar o nome do Dr.Pha. 

Já se haviam passado meses, seu teimoso amigo, porém, ainda não havia desistido de sua intensa vontade de encontrar Pha. 

Por que ele ainda queria aquele que, sem piedade, abandonou-o daquele jeito? 

“Até onde eu pude ver, parece ser verdade. Pha foi para o exterior com a família. Só não entendo por que ele precisou fazer isso com tanta pressa. Ninguém consegue falar com ele.” contou Kij o que sabia para Wayu. Às vezes, ele sentia como se tudo não passasse de um sonho em que Pha, seu melhor amigo de longa data, vai embora e evita a todos como se estivesse fugindo de alguma coisa. 

“Se você souber aonde ele foi, P’Kij, por favor, me conte.” Wayu levantou o olhar e encarou Kij. 

Embora ele tenha se recuperado bastante comparado ao primeiro dia, Wayu, ainda assim, não havia superado o Dr.Pha. Não. Na verdade, ele nunca pensou em superá-lo. 

“Quando que você vai parar de procurar por P’Pha? Ele abandonou você assim, significa que ele não quer mais ver você, não é?” Mark queria lembrar isso a Wayu. Assim, ele poderia superar e sair desse buraco de esperança desesperada onde ele continuava se enganando. 

“Não seja tão duro com suas palavras! Se você não se importa com seu amigo, se importe com os amigos de Pha que estão sentados aqui com você.” Kij não pôde evitar falar dessa maneira. 

Seus olhos ferozes encararam Mark. Caso ele não conseguisse se lembrar do motivo da última briga deles, ele iria de bom grado relembrá-lo e brigar com ele outra vez com prazer. 

Mark deixou sair o ar de sua boca como forma de indicar seu tédio, não querendo deixar Kij irritado sobre o mesmo assunto. 

“É que eu não quero que ele continue a se afogar nas coisas de P’Pha. Ouvi dizer que P’Koh está paquerando você, não é verdade? Por que é que você não abre um pouco sua mente? Você terminou com P’Pha de qualquer forma.” 

Kij sabia que um júnior tão adorável como Wayu teria logo, logo alguém querendo cuidar dele... 

Parte dele queria que Wayu partisse para outra, mas a outra parte pensava de forma diferente. Kij não queria que o vínculo carinhoso que havia entre Dr.Pha e Wayu fosse quebrado. 

Wayu franziu a testa... de novo esse assunto... 

“Ainda não consigo esquecê-lo.” 

Mark emudeceu. Wayu havia ficado mais forte, ele não chorou nem foi dramático como da primeira vez. A simples explicação deixou claro que o coração de Wayu nunca iria se abrir para ninguém além do Dr.Pha. 

“Exatamente o que disse P’Kij.” Wayu mudou de assunto enquanto olhava para as leves cicatrizes no canto da boca de Mark. “Tome cuidado para não ter a boca machucada de novo, Ai’Mark.” 

Aquele que ficou surpreso não foi Mark, mas, sim, a pessoa que havia deixado aquela lembrança em Mark com seus dentes. 

Mark, que notou a reação suspeita de Kij, passou a expressar um sorrisinho provocante. Ele quase se esqueceu da pessoa sobre a qual eles estavam discutindo, o Dr.Pha. 

“Eu gostaria de ter meus lábios machucados todos os dias. Com todo o prazer.” 

“O que diabos há com você? O que você fez? Quando é que vai me contar a verdade? Eu não acredito nessa história de que bateu com a cara na porta. Quem te espancou?” 

“P’Kij, P’Kij, ele vem me forçando a contar todos os dias. Você pode me examinar e contar para ele como eu consegui este machucado?” Mark aproximou seu rosto do de P’Kij, apontando para a área machucada várias e várias vezes. O rosto de Kij ficou tão vermelho que a cor se espalhou para as orelhas também. 

Ele não sabia se era devido à raiva ou por estar ainda mais envergonhado. Que diagnóstico ele poderia dar que não fosse um que iria comprometê-lo? 

“É um machucado antigo, é difícil dizer. Que tal você bater com a cara na porta de novo e ver se os machucados irão ser os mesmos?” Respondeu Kij rangendo os dentes. 

Seus avisos junto de suas instruções eram ótimos para se seguir. 

“Não, eu quero um oponente como da última vez. Assim, haverá alguém para assumir a responsabilidade.” 

Com seus grandes olhos, Kij lançou um olhar de censura. Se ele continuasse com essa briga de gato e rato com Mark, com certeza, iria acabar revelando tudo e, então, ele seria aquele que ficaria envergonhado. Mark sorria tão brilhante e contente como um louco. Era uma alegria tão grande para ele provocar Kij, ele era o mais fofo quando ficava bravo. 

Wayu estava bastante confuso sobre aquela conversa. Desconfiava que seu amigo e Kij estavam escondendo alguma coisa que só eles sabiam. Foi tão rápida a velocidade com que eles se desenvolveram. Seu olhar se voltou para o rosto de Kij que demonstrava fúria e vergonha, ele iria bater em Mark. Então, Wayu olhou para o amigo, que parecia satisfeito com o temperamento de pessoa provocada. Naquele momento, Wayu começou a entender a causa dos lábios machucados de Mark. Bem, então ele mereceu aquilo. 

Ai’Mark, Ai’Mark... por favor, seja gentil com meu P’Kij! 

“Tá legal, me desculpe. Eu tenho uma língua afiada. Não vou mais falar isso. Não há nada que se possa fazer. Você já está apaixonado por ele. Amor, pobre amor... não pode mudar o coração... esperará quanto tempo for preciso.” Embora sua boca falasse essas coisas como se fossem direcionadas a seu amigo, os olhos de Mark estavam encarando o rosto do Dr.Kij. O que isso queria dizer, então? 

Porém, Kij não era do tipo que ficaria envergonhado com aquele tipo de flerte ou, então, ele não se chamaria Kij. 

Ele encarou Mark de volta. 

“Para alguns, esperar é só perda de tempo. Ainda que espere por anos ou mesmo por uma vida inteira, você apenas continuará esperando no mesmo lugar.” 

“Eu gostaria de saber, Yu. Para aqueles de coração duro, até quando o coração deles ficará desse jeito...? Ou, na verdade, eles apenas se recusam a assumir...?” 

Os olhos de Kij se alargaram. Ele estava prestes a revidar quando, após escutar a conversa entre eles, Wayu perguntou, subitamente: 

“Vocês estão saindo juntos?” 

As duas vozes responderam quase ao mesmo tempo. 

“Sim!” 

“Não!” 

Porém, o sentido das palavras era totalmente o oposto. 

Mark agia como se estivesse surpreso, com a maior cara de desaprovação. “Ei! Por acaso não sabe que eu estou dando em cima de você?! Se não sabe, você roubou meu beijo de graça.” 

Kij estava super envergonhado. Ele teve a coragem de dizer aquilo em voz alta, na frente de Wayu, que escutara a tudo como testemunha. Kij aceitou que ele fora derrotado com força, ele perdera. Quem poderia vencer ao competir com Mark em descaramento? Com dificuldade, Kij falava com seus dentes cerrados. 

“Cale a sua boca...” 

“Eu não ouvi nada, P’Kij. Não escutei nadinha!” 

Wayu viu Kij ficar tão furioso que o rosto dele se tornou intensamente vermelho. Então, ele tentou acalmá-lo. Mas, o que seu amigo estava fazendo era o oposto. Se a temperatura de Kij nesse momento tivesse alcançado o ponto de ebulição, a próxima frase dita por Mark com certeza faria Kij atingir a temperatura de um vulcão. 

“Você trapaceou, então. Não quero saber, você precisa devolver o meu beijo. Você me beijou, vai ter que assumir a responsabilidade, me devolvendo ele.” 

“Mas que merda, Mark! Se não está com medo, não fuja!” 

Dr.Kij começou a perseguir e tentar bater no rapaz barulhento por todo aquele local. Mas, Mark escapava com uma grande risada, fazendo Wayu rir também. Então, ele olhou para o assento vazio ao seu lado, e seu sorriso desapareceu. 

... P’Pha, olhe só, esses dois estão perseguindo um ao outro como duas crianças... 

Se hoje eu tivesse alguém sentado aqui ao meu lado... para conversar... para rir junto... para compartilhar os sentimentos. 

Eu trocaria qualquer coisa... apenas para ter você de volta e ficarmos juntos outra vez. 


(****) 


Após ter se vingado de Mark como queria, Kij concordou em jantar com eles quando Wayu o convidou, embora seu rosto ainda estivesse rígido. Mark acompanhou Wayu de volta ao dormitório dele. Ele virou seu rosto e viu Kij saindo do veículo para ir para o seu próprio carro. Mark imediatamente caminhou para encará-lo. 

“P’Kij, sério, eu não estava brincando.” 

Aquela expressão no rosto de Mark era a mais séria que Kij já havia visto antes. Mark olhou por um tempo para o rosto indiferente de Kij. “Você não acredita? Eu realmente gosto de você.” 

“Uma enguia escorregadia como você, quem iria acreditar nisso?” Kij cruzou os braços por cima do peito, olhando para o lindo rosto de Mark. Mark tinha uma personalidade carismática, ele também era brincalhão e adorava provocá-lo. Na verdade, Kij não era estúpido de não saber a razão pela qual Mark gostava de importuná-lo. Ele sempre encontrava tempo para implicar com ele. Ele sempre o provocava. O que isso queria dizer? 

Que ele estava dando em cima dele, sim, ele sabia. Mas, o quão sério era isso? 

“De onde você tirou que eu costumo ficar dando em cima das pessoas? Tanto faz, como posso provar para você que eu estou falando sério?” 

Não era apenas a primeira vez que ele sentia que gostava realmente de uma pessoa, mas era também a primeira vez que ele estava paquerando um homem tão seriamente. 

O que fazer para provar...? Kij também nunca havia pensado na resposta. 

Era a primeira vez que ele era paquerado por um cara. 

“O que você quer que eu faça para provar? Me diga, P’Kij.” Ele não disse nada. Mark moveu-se para perto de Kij quando viu que a outra pessoa não respondia. 

“Não fique perto demais, não há a necessidade de...” Sem perceber, Kij recuou meio passo. 

E mais um outro passo quando Mark o alcançou. Kij percebeu que não havia mais como recuar quando suas costas tocaram a parede de um prédio. 

“Achei que tínhamos nos apaixonado desde o dia em que você me beijou.” 

“Quando vai parar de falar sobre isso?” Se pudesse, ele voltaria ao passado apenas para se impedir de ter feito aquilo naquele dia. Foi a pior dentre as piores decisões que ele havia tomado em toda a sua vida. 

“Não vou parar, até que você me devolva meu beijo.” 

O sorriso voltou ao lindo rosto. Ele não pararia de pedir descaradamente todas as vezes que visse Kij, até que ele se rendesse e lhe desse de volta seu beijo. 

Kij sem perceber apertou os lábios. 

Ele cometeu um erro. Quanto mais demorava, mais Mark faria Kij se envergonhar, pedindo por isso mais e mais vezes. Uma pessoa firme como Kij podia decidir na hora. Ótimo, só acabe com isso. Então, todo o tormento termina. 

“Ok! Tome ele de volta e pare de me pedir para devolvê-lo!” 

O quê? 

“Então, vou beijá-lo agora.” Não importava se ele havia escutado corretamente ou não. Mark não seria bobo o bastante para fazê-lo pensar duas vezes senão ele acabaria mudando de ideia. 

“Eu não quis dizer AGORA!” 

Que pessoa descarada. Mesmo que estivesse escuro e silencioso, Kij ainda pensou ver algumas sombras saindo e entrando do dormitório constantemente. 

“Não sei... e se você quebrar a promessa?” 

“Aqui não.” Kij olhou ao redor. Ele tinha medo de que alguém visse sua cena romântica. 

“Ou você gostaria de ir para o meu quarto? Como quiser.” 

Kij não tinha palavras para xingar Mark naquela hora. Os dedos de Mark levantaram o queixo dele. Hoje, ele entendeu perfeitamente o que significava “ser encurralado”. Suas costas coladas à parede, num canto pequeno. Não podia nem mesmo escapar, apenas virar o rosto para longe daquele rosto atraente de Mark. Ele não podia. 

Mark intencionalmente aproximou seus lábios dos de Kij, enquanto seu braço ia em direção à cintura dele, prendendo-a contra seu corpo. “Devagar. Essa é a primeira vez que beijo você. Por isso, vamos fazer ser um tanto especial.” 

O primeiro beijo o qual Kij o atacara desse jeito foi bom. Porém, Mark queria lembrar-se do primeiro beijo que tivesse sido iniciado por ele próprio. Tendo isso em mente, Mark estava preparando uma atraente atmosfera. Ele queria provar dos lábios de Kij lentamente até que o coração e o corpo de Kij derretessem. Em seguida, ele iria beijá-lo na bochecha, especialmente, nas covinhas. 

“Você vai beijar ou não?!” 

A voz áspera interrompeu e destroçou o paraíso de Mark em pedaços. Em vez de lamentar por isso, Mark sentiu que Kij poderia manter sua personalidade e ser ele mesmo em todas as situações. 

“Isso é tão... você.” 

Sem esperar por um segundo pedido, Mark imprimiu seus lábios sobre os finos lábios da pessoa à sua frente. Com sua própria boca extremamente quente, ele chocou-se, pressionando e esfregando aquela pele macia, que era o ponto de sensações do corpo de Kij. Usando a ponta da língua, ele roçou a boca de Kij de maneira provocante. Aparentemente, Kij tinha ganhado alguma experiência a partir do seu primeiro beijo e estava bem preparado para o segundo. Ele fechou seus lábios com força, sem permitir que aquela língua entrasse facilmente. 

“Desta vez, você não vai me morder, P’Kij.” disse Mark para proteger seus lábios. 

“E se eu fizer?” 

“Vou... morder... você... de volta.” 
No momento em que disse morder, suas mãos se puseram exatamente sobre o lóbulo da orelha direita de Kij. Kij sabia que ele falava sério, porque os dedos de Mark brincavam como se ele estivesse dando pistas de onde seria a mordida! 

Kij estava tão furioso, ele não conseguiu evitar abrir a boca para responder àquele que continuava a provocá-lo. E esta era a oportunidade de ouro que Mark estava esperando. A boca aberta de Kij foi fechada pelos lábios de Mark rapidamente. A língua devassa deslizou para dentro finalmente. 

“Hmm... Uh...” Os fortes insultos ficaram reprimidos em sua garganta. 

O segundo beijo estava sendo bem diferente do primeiro. Era como se as pontas das línguas que se entrelaçavam já tivessem previamente se conhecido e, dessa vez, as duas estivessem se cumprimentando e se abraçando. Elas se lançavam mais intimamente. Kij sentiu borboletas em seu estômago e, em seu peito, um sentimento de agitação difícil de explicar. 

Mark, esse cara tinha uma aparência divertida e sempre de bom humor. 

Mas por que diabos ele beijava com tanta ferocidade? Não fazia ideia! 

Era difícil de dizer quanto tempo havia passado. Kij franziu as sobrancelhas quando sentiu uma possessiva mão rastejando pelas suas costas como um polvo, enquanto a outra, prendia sua cintura mais e mais forte. Outra vez, ele não podia baixar a guarda com esse cara. Antes que alguém aparecesse naquele instante, ele precisava encontrar uma maneira de escapar desse polvo perverso. Kij estava esperando pelo momento certo para usar seus dentes afiados em Mark como da primeira vez. 

“Me mordendo outra vez.” Desta vez, Mark não bobeou. Ele puxou seus lábios antes de ser mordido. 

“Porque você foi... hmmm...” O corpo de Kij parecia haver recebido um choque ao ter o lóbulo da orelha mordido por quentes e úmidos lábios. Ele sentiu arrepios por todo seu corpo. Quando seu ponto mais sensível foi atacado de repente, Kij perdeu a cabeça por um instante até sentir a úmida língua lamber a parte interna da sua orelha. Ainda pior, o hálito quente persistente o estava deixando muito mais instável, e ele sentiu-se mais quente do que ao tomar uma bebida alcóolica. 

Mark tentou não sorrir, pois suas bochechas estavam a ponto de explodir. Agora ele sabia um novo ponto fraco de Kij, ponto esse, onde não havia nenhum dente que pudesse lhe deixar um machucado. 

Depois de voltar a se recompor, Kij juntou forças para empurrar o rosto bonito para longe daquele lugar perigoso onde Mark havia atacado. Assim que Mark o libertou, ele rapidamente cobriu as duas orelhas. Seu rosto, antes claro, estava agora vermelho. Mas, a parte mais vermelha do corpo de Kij era aquela em que Mark havia há pouco mordido. 

“Pode me beijar, mas DEIXE MINHAS ORELHAS EM PAZ!” 

Mark riu alto. Ele queria abraçar aquele que escondia tão bem suas orelhas! 

“E se eu não deixar?” 

Hmm, agora ele deu-lhe o troco. Mark o desafiou, imitando as palavras de Kij de dez minutos atrás. 

“Corto sua língua!” respondeu Kij sem pensar duas vezes. 

Por que tão mau? 

“P’Kij, você está se tornando cada vez mais malvado e violento.” Mark balançava a cabeça enquanto cruzava os braços sobre o peito, olhando para aquele que cobria as orelhas com irritação. Ele era tão fofo quando ficava irritado. Todo beijo vinha com uma mordida logo depois. Apenas por ter-lhe mordido as orelhas, ele ameaçou cortar sua língua. Ainda assim, ao invés de ficar com medo, o sorriso de Mark ficou cada vez maior. 

“Mas, quer saber? Quanto mais malvado você é, mais eu te amo.”





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