quarta-feira, 8 de setembro de 2021

My Gear and Your Gown - Capítulo 13

 


Créditos do Inglês: @hanaayukii_

Tradução: Victor

Revisão: Beatriz

Controle de qualidade e revisão final: Nessa

Equipe KhunPandex Traduções


Capítulo 13

Pai se espreguiçou preguiçosamente.

Na última noite, ele havia dormido tarde. Levou quase uma hora para adormecer. Nada de grave, ele estava atarefado, procurando por pistas sobre 950. Quanto mais ele pensava, mais lhe dava dor de cabeça. Pai apenas sabia que ele estava na mesma antiga escola e na mesma universidade. Aquela pessoa tinha os números do dormitório e do LINE dele. Até agora, Pai ainda não estava certo do objetivo do homem. Talvez ele esteja instigando-o de propósito com certos desejos.

“Pai!”

“Oh, Folk, o que faz aqui?”

O estudante de medicina perguntou com suspeita. A partir do momento que Pai passou a usar o próprio carro para ir ao campus, ele deixou de ir com Folk. Ele se perguntava porque Folk apareceu no carro hoje.

"Eu vim só pegar as anotações com meu amigo. Quero convidar você para irmos juntos.”

O sorriso radiante continuava o mesmo de sempre. Naquele dia, Pai estudaria as mesmas disciplinas que Folk tanto de manhã como à tarde. Na verdade, ir de carro com Folk era prático, porque as aulas deles acabariam juntas. Pai poderia pedir para voltar com ele assim que as aulas terminassem.

"Não há necessidade. Eu posso ir sozinho". Disse ele.

"Vamos estudar juntos o dia todo. Eu te levo para casa à noite”.

"Hmm".

"Então, da mesma forma que vou te trazer, vou te levar. Apenas isso". Ele riu, mostrando seus dentes imaculadamente brancos.

"Tá, tá, certo. Mas me traga de volta à noite. Não me deixe lá”.

Ele respondeu entediado, abriu a porta e sentou-se no banco do carona de forma habitual. Dentro do carro, o mesmo aroma de sempre.

"Pai, você vai se juntar ao Acampamento de Liderança da universidade?"

Ele perguntou. Quando o carro passou pelos limites do dormitório, ele se virou para olhar a pessoa ao seu lado por um momento e depois se concentrou em dirigir. Pai tinha esquecido que Folk também era um dos participantes do acampamento.

"Devo ir. Eu liguei ontem para a estrela da minha faculdade... ela disse que não poderia ir por conta do trabalho”.

Ele tinha tentado entrar em contato com Namhom ontem e ela recusou como ele pensava. Entretanto, desta vez, Namhom enviou-lhe os cronogramas do seu trabalho para provar que o que ela dizia era verdade. Pai se sentiu um pouco mais confortável, pelo menos ela era alguém que estava levando a sério seu trabalho.

"Se você for participar, eu também vou". Disse Folk.

"Precisa haver alguma conexão comigo?" Pai perguntou surpreso novamente.

"Nós somos próximos. Se formos juntos, haverá pelo menos alguém que conhecemos". Respondeu ele com alegria. Cada vez que este homem sorria, seus olhos também mostravam seu sorriso que era muito sincero.

"Há Itt e Pure também. Ele tinha dito ontem. Itt é a Lua da Faculdade de Engenharia e Pure tornou-se um assistente da União dos estudantes da faculdade, portanto, é claro que ele também se juntará ao acampamento”. Disse Pai. Na verdade, Itt, Pure e Folk também são um grupo de amigos.

"Itt e Pure são muito estranhos, não? Eles são da Engenharia, mas ficam próximos de você”.

"Espere, você é da Faculdade de Odontologia, não? E ainda assim você é alguém próximo”.

"É, mas fazemos disciplinas juntos. Já com relação àqueles dois, Itt e Pure, as matérias são discrepantes. Não é a mesma coisa”.

"Bem, não sei. No segundo ano, é provável que vamos estar todos distantes um do outro, tanto você quanto Itt e Pure, ocupados com os assuntos da faculdade de cada um e raramente nos vejamos”.

"De jeito nenhum". Respondeu o outro em voz baixa.

"O quê?" Perguntou, não entendendo muito bem o que o outro havia dito.

"Nada, nada não. Pai... posso perguntar uma coisa?"

A pessoa ao lado dele respirou fundo antes de levantar a voz, como se estivesse reunindo sua coragem. O que ele iria lhe perguntar? Não parecia ser nada bom.

"Diga".

"É... meu amigo[1] gosta de você." A voz saiu, após um momento de silêncio.

"Hã?"

"Meu amigo gosta de você, Pai. Ele pediu para eu perguntar se você estava namorando ou não...”

Ele disse para si que não estava vendo coisas, mas o rosto usualmente branco de Folk estava naquele instante ligeiramente vermelho. Coitado, se perguntando por um amigo ele já estava corando assim, quanto ele iria corar quando perguntasse por ele mesmo?

"Diga a seu amigo para não prestar atenção em mim". Respondeu Pai com firmeza.

"Por quê? Você já está em um relacionamento?" A voz dele tremia.

"Não”.

"Oh...”

"Eu realmente não estou interessado no amor. Você também sabe que eu não gosto de sair com outras pessoas. Não gosto de que as pessoas se aproximem de mim. Eu me sinto desconfortável". Disse Pai honestamente. De fato, ele não gostava de estar muito perto de ninguém.

"Mas isso significa que você está solteiro?” Folk não perdeu a esperança.

"Sim, estou solteiro, mas não quero conhecer ninguém. A vida está muito boa assim, como está agora". Ele respondeu com sinceridade.

"Então meu amigo ainda tem uma chance?"

"Sinto muito pelo seu amigo. Não é que eu seja arrogante, mas eu realmente não quero conhecer ninguém. Sou uma pessoa estranha, diferente de qualquer outra. Diga a essa pessoa que ela precisa encontrar outro alguém". Pai ainda mantinha sua opinião.

"Mais uma coisa...”

"O quê?"

"Meu amigo queria saber se...” Ele deu uma pausa como se estivesse decidindo.

"Se...?"

"Você gosta de homens ou mulheres?"

Assim que essa pergunta foi feita, todo o carro entrou em silêncio. O veículo de luxo parou no estacionamento do campus. No entanto, parece que ambos ainda estavam com dificuldade de lidar com certos problemas pessoais.

"A resposta é a mesma que a da primeira pergunta”.

"Eu não entendi".

"A resposta é: não se importe comigo. Olha, eu não sou uma pessoa digna de ser amada por alguém. Diga a seu amigo que tente encontrar outra pessoa. Quem quer que seja”. A voz dele estava mais fria do que antes.

"Você está zangado comigo?" Sua voz parecia triste.

"Não”.

"Vou apresentá-lo ao meu amigo. Talvez ele tenha algo a dizer”.

Pai acenou com a cabeça quando ouviu isso. Não fazia sentido negar à pessoa que estava à sua frente. Era melhor falar diretamente com a outra pessoa. Pai decidiu dizer adeus à Folk. Ele gostaria de dar um passeio tranquilo, pois tinha algumas coisas que precisava pensar.

CLEAN FOLK: Olá, Pai. Eu sou Folk. Estou no 1º ano de Odontologia. Prazer em conhecê-lo :)

O som do programa de bate-papo verde soou antes que ele pudesse abrir a porta. Pai franziu a sobrancelha com a mensagem recebida. Ele recuou sua perna que tinha a intenção de sair decidiu recuar e sentou-se novamente no carro estacionado.

"Não tem graça, Ai’Folk. O que isso quer dizer?". Disse ele enquanto fechava a porta do carro.

"Pai, não fique zangado comigo". A pessoa ao seu lado respondeu com a voz fraca.

"Eu não ficaria bravo se você parasse de brincar comigo dessa maneira. Não tem graça nenhuma". Ele resmungou.

"Eu não estou brincando. Eu nunca estive brincando”.

"Então, o que você quer dizer?" Pai se virou para encarar o estudante de Odontologia que se sentava no banco do motorista.

"Posso paquerar você?" disse ele com o rosto ruborizado.

"Folk!"

"Pai, você não gosta de garotos, não é?" Ele parecia sussurrar quando disse esta frase.

"Eu disse que não estou querendo ninguém". Ele respondeu com um longo suspiro.

"Você não quer conhecer ninguém. Mas eu posso paquerar você?” Folk sorriu para ele, mas aquele sorriso estava um pouco forçado comparado aos de sempre.

"Por que você está perdendo tempo com alguém como eu? Você sabe o tipo de pessoa eu sou”. Pai não conseguia entender.

"Nunca pensei que estava perdendo tempo algum”. Respondeu Folk com uma expressão levemente esperançosa.

"Folk, repito novamente. Alguém como eu, não vale a pena esperar. Não perca seu tempo. Eu o considero um amigo. Eu sei como isso vai acabar. Não quero te dar esperanças”.

"Você não tem que gostar de mim, eu só peço uma chance". Disse Folk, novamente abrindo um grande sorriso.

"Isso é com você. Eu não tenho o direito de proibi-lo. Entretanto, deixo claro que não acho que vou mudar de ideia. Desculpe por desperdiçar seu tempo”.

Ele disse, abriu a porta do carro e saiu. Ele não sabia como a outra pessoa se sentiria. Mas, de verdade, ele sentia muito por ser uma pessoa assim.



Notas:

[1] Amigo: Lembrando que, em tailandês, a palavra “amigo” não tem gênero. Pode-se ser usada tanto para se referir a pessoas do sexo masculino como também feminino. Pai, muito provavelmente, pode estar achando que se trata de uma garota.



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