sábado, 30 de abril de 2022

Kinn Porsche - Capítulo 06: Certo ou Errado




Tradução: Chae Revisão: Khin Controle de qualidade e revisão final: Nessa - Equipe KhunPandex Traduções


Capítulo 6 - Certo ou Errado

[PORSCHE]

    Revisei os documentos que tinha em minha frente, lendo linha por linha, na companhia de um senhor que tinha a expressão tranquila e a alta figura de Kinn, que estava sentado com as pernas cruzadas e continuava olhando para o outro lado. O vi e me contive, queria pegar o vaso que estava sobre a mesa e arremessá-lo na cabeça para saber se ele sobreviveria. Nesse momento, minha postura foi superada por uma tentadora oferta e umas palavras sonoras que saíram da boca do senhor com uma personalidade convincente. À primeira vista, me dei conta de que esta pessoa era um grande empresário. Khun Korn, que é o pai de Kinn, conseguiu me convencer. Toda a noite estive de novo no mesmo lugar. Uma casa grande com muitos guardas alinhados em cada esquina. A casa é ricamente decorada, o que faz qualquer um saber que esse nível de luxo provavelmente vem de um dono de cassino ou um negociador nacional, isso se ajusta melhor ao que vejo agora.

    “Se está de acordo, pode assinar agora?”. O texto no papel incluía um seguro de vida, que enumerava quem seriam os herdeiros que receberiam o dinheiro do seguro. Ler tantas páginas também me deixou nauseado. O que devo fazer?! Logo há várias regras e regulações, tanto ao entrar como ao sair da casa. A inspeção de armas tem um mínino de um ano de trabalho, se o contrato anterior se rompe, será imposta uma multa de 200.000 baht (34.700,24 reais), férias depois de um mês, pode ter dois dias livres e trabalhar cinco dias por semana, e ainda posso escolher o dia. Mas este é um problema para mim.  

   “Sobre a jornada de trabalho, ainda estou estudando, não posso compensar a quantidade de jornadas de trabalho...” digo em voz baixa, usando uma caneta para mostrar o que pensava que não podia fazer.   

  “Não é um problema. Você pode ficar no turno da noite.”  

   “Posso escolher uma hora também?”  

   “Aqui tem guarda-costas 24/7, o turno da manhã de 6am a 6pm, o turno da noite de 6pm a 6am”, explicou Khun Korn. 

    Louco... Vou trabalhar como guarda-costas ou como funcionário de 7/11?!

    Também posso mudar de turno, usando-o como se mesmo quando Kinn está dormindo alguém virá e o matará. É muito!

     “Faço o turno da noite e durante o dia tenho que estudar, quando posso dormir?”, o perguntei com sinceridade. Não sou o Homem de Ferro, sou uma pessoa comum que definitivamente precisa dormir. Eu também quero descansar!”    

     “Parece que alguém está se gabando...” Kinn gritou bravo. 

    “Assim, você pode fazer isso? Se pode me mostre!!!”   

      “Tem certeza que não consegue? Kinn disse que você trabalha em um clube noturno?”, perguntou Khun Korn.   

      “Só das 8pm às 2am, depois começa a fechar a loja, logo vou para casa dormir e vou para a aula pela manhã. Além disso, trabalho na loja de Jade, só de quinta a domingo, o resto do dia só fico em casa.”   

      “Que hora você vai para a universidade pela manhã?”   

      “Segunda, terça, quarta, quinta e sexta as aulas são à tarde”, respondi um pouco mais educado, porque me sinto realmente querido por essa pessoa estranha. E o que estou dizendo é tempo real para estudar. Minha agenda está muito cheia e pode-se dizer que meu tempo de descanso é só sábado e domingo. Entretanto, de segunda a quarta estou muito ocupado de manhã até a noite.    

     “Então, você trabalha de quinta a sábado e domingo.”   

      “Pai!!” disse Kinn em voz baixa, olhando o próprio pai. 

    “Por que o Pai está dando tanta margem de descanso?” e seguiu debatendo, com seus olhos ferozes que me encaravam, enquanto tudo o que eu podia fazer era me esquivar de seu olhar.    

     “Escute primeiro... Mas aos sábados e domingos, te peço que trabalhe desde as dez da manhã até a meia noite. Pense nisso como se estivesse mudando seus outros dias de trabalho.” Ainda estou pensando e calculando o tempo se me machucarei ou não. Segui pensando nos benefícios de trabalhar no turno da noite. Isso deveria fazer eu me sentir mais confortável. Porque pensei que esse bastardo do Kinn não sairia tanto de noite.    

     “Ainda tem que pensar?”  

      “E o que devo fazer como guarda-costas?” Ainda não vejo que tipo de imagem deveria tomar como guarda-costas. Segui-lo por trás como uma sombra com um rosto cruel e raivoso, encarando com raiva todos os que se aproximem dele ou simplesmente tenho que segui-lo todos os dias?   

      “Você só tem que seguir Khun Kinn em todos os lugares para que não se machuque. Mas se Khun Kinn ficar em casa, você pode ajudar a facilitar seus assuntos” disse o secretário. Mas por que soa estranho?   

      “Facilitar como...”  

       “Por exemplo, revisar documentos da empresa. Preparar o que ele quer comer e preparar a roupa para ele vestir. Logo ajudá-lo em seus estudos.”  

       “Mas espera... Este trabalho está além da minha idade!!!” murmurei para mim mesmo, de repente me dei conta de que tudo o que se dizia, só seguir Kinn, estava suficientemente envergonhado para aparecer como um guarda-costas seguindo alguém por trás. Mas o que disse por último?        

     “É isso o que um guarda-costas tem que fazer?... Não é demais?” Com o que disse fiz Khun Korn sorrir. Enquanto seu secretário tinha uma expressão de culpa. Isso que disse é inapropriado.     

    “Demais!... Pai, o deixe ir. Estou realmente irritado.” Seu rosto se escureceu e se virou para falar com seu pai.   

     “Oh, ótimo! Como se eu quisesse!”, disse em um tom profundo. Virou-se e me olhou com seriedade. Mas não me irritei, deixei a caneta, cruzei os braços e me virei para encará-lo.  

      “Tenho dor de cabeça!” Khun Korn respirou profundamente.   

      “Fiz isso só porque você me pediu que fosse o guarda principal. Tem ficar perto e sempre ao seu lado.” Maldito seja! Estou começando a me perguntar: a máfia é aleijada ou o que? Por que deveria me preparar e fazer tudo?   

      “Realmente não é nada pesado. O principal é manter Khun Kinn a salvo, o resto será feito de acordo” Como deveria ser? Ainda não posso pensar nisso. Sentia-me como se alguém estivesse sendo encoberto para me enganar usando a palavra guarda-costas, já se passou um tempo desde que pensei isso. A atmosfera no quarto se tornou silenciosa, todos os olhos me encarando, exceto o bastardo Kinn, que ainda olhava a parede como se temesse que se derrubasse.

        “Uh... A escritura de propriedade da casa e documentos de hipoteca”. O secretário no canto do escritório levantou um arquivo e o colocou na minha frente.  

      “Se aceita todas as ofertas, Khun Korn cancelará os documentos de transferência e os devolverá.” Admito que é muito tentador. Olhei o documento, logo me voltei ao contrato de servidão à minha frente. Refleti por um momento, antes de deixar escapar um suspiro e colocar lentamente a ponta da caneta no documento, traçar uma linha e através disso assinar o contrato. 

      Apertei os dentes e rezei para mim mesmo que o que fiz foi a decisão correta!    

     Olhei para Khun Korn e para o secretário que sorriam juntos. Antes que Khun Korn assinasse documentos e os selasse. Entregaram-me uma cópia de todos os documentos, recebi a escritura de propriedade da casa. Ocorreu-me que, se eu ignorasse o contrato agora, ele me mataria? Mas isso só me veio à mente quando Khun Korn pegou o documento que acabava de assinar para olhá-lo de perto.     

    “Phachara... Significa diamante, certo? Bom nome. Boa fisionomia.” Khun Korn olhou o papel e se voltou para mim.  

       “Você é adivinho?” uma frase que quis mencionar com forma de condescendência, mas com um tom tranquilo, combinado com um olhar malicioso... Fiz com que toda a sala me encarasse como se tivesse acabado de cometer um erro. Hey... Só estou perguntando!!!   

      “Mantenha seus modos. Khun Korn é o chefe, você deve aprender a ter mais cuidado.”     Ué, o que está acontecendo com esse secretário? Por que está me encarando tão brutalmente? É um anjo da morte?”  

       “Hahaha, ao diabo com isso, comece e trabalhar amanhã.” Khun Korn me disse.     “Eh! Amanhã? Não é muito cedo?” Protesto.   

      “Esperando que seu pai corte a fita?” a voz de Kinn me interrompeu com um tom irritado, logo grunhiu e me encarou com um olhar agudo como antes.   

      “Merda...” disse em voz baixa, mas meus olhos o pegaram.    

     “Chan, leve-o para olhar seu quarto. Minha cabeça dói e descansarei.” Engoli todas as perguntas quando Khun Korn saiu da sala assim que terminou de falar, incluindo Kinn, deixando só um homem chamado Chan. A julgar por seu rosto, deve ser anos mais velho que eu, sem dúvida. Logo acelerei o passo para segui-lo atrás da casa. “Onde está me levando?” Seguro a escritura de propriedade junto ao meu corpo. Meus pés o seguem mais rápido.   

      Esta casa é enorme. Há um corredor, sala de jantar, escritório e assim sucessivamente. E neste momento, entrei nesta casa por um tempo, mas ainda não vi o final.    

     “Te levarei ao quarto.” Deixou de caminhar e se voltou para mim.  

       “Que quarto?” 

        “Seu quarto!”   

      “Isso é necessário?... Vou voltar e ficar em casa. Não posso ir e vir segundo a hora marcada?” Se tornou ainda mais estranho quando me prepararam um quarto como se tivesse que ficar aqui. São um montão de golpistas? Realmente o enganam com a palavra guarda-costas!  

       “Há muita gente aqui. Quando terminar o turno da manhã, pode ir estudar com Khun Kinn.” 

        “Ei! Quem disse que faria isso?” protestei de imediato. 

        “Você está na mesma universidade que Khun Kinn, certo?”   

      “Não sei” parece que sim. Mas, por que tenho que fazer isso?   

      “Bom, isso é tudo, é seu dia de trabalho... Durma aqui nos dias de semana. E, ei, não se meta em problemas com muita frequência. As pessoas daqui não gostam do caos.” Pi Chan me fuzilou com o olhar. Ao diabo com todos vocês, mas não deixarei que ninguém me olhe assim! Lar ou prisão? Por que é tão ditatorial?         

    “Mas nos dias que não trabalho, não dormirei aqui.”   

      “É problema seu!” disse com uma cara plana. Parece realmente irritado. Quero lançar uma bomba na cara dele. Maldição!    

     “Pi Chan... Aonde você vai?” estava a ponto de me levantar e protestar porque não me deterei sem dizer o que penso. Isso tem que parar.  

       “Khun” o bastardo baixou a cabeça, fazendo com que a figura da túnica pessoal me sorrisse diretamente com claridade. Ao ver Kinn assim, não parece que haja nenhum problema. Mas deve estar mal, só olha...!   

     “QUEM!” o recém-chegado perguntou enquanto me fazia sinal. Sua aparência era brilhante, com guarda-costas o seguindo, franzindo o cenho olhando sua vida na escuridão. 

        “Sr. Kim ele é o novo chefe guarda-costas de Kinn... Porsche. Ele representa seu irmão mais novo, Khun Kinn.” Respondeu Chan. Levantei as sobrancelhas e olhei pensativamente a figura à minha frente. Pensei que era seu irmão. Bom, parece que a cara louca de Kinn se parece muito com a dele...  

       “Uau, uau... Genial! Você também tem uma tatuagem. Parece apavorante.” Disse, saltando sobre meu braço tatuado, beliscando-o até que sobressaltei. Logo, imediatamente aproximou meu braço aos seus olhos e deu uma olhada detalhada ao meu padrão de tatuagem. 

        “Genial, genial! Também quero fazer algo como isso. Parece realmente genial. Deve dar medo! Meninos, vamos amanhã. Quero fazer uma como esta. Eu gostei!”    

     Vi uma fila de guarda-costas com rostos coloridos. Este bastardo é mesmo ‘algo’! “Khun...” Chan reprimiu com uma voz baixa, com um olhar feroz ao jovem mestre murmurando algo sobre mim e logo foi convidá-lo para sair. O que é isto!!!     
    “Eh... vamos!” Chan suspirou com força.   

      Antes de caminhar para me levar mais longe... Passei pela mansão. Encontrei dúzias de locais comerciais dispostos em uma longa fila, que pareciam muito novos e limpos, e rodeados de madeira limpa e sombreada. Estas pessoas são muito boas em detectar fraquezas! P'Chan abriu o quarto ao final e abriu a porta. O interior do local não estava lotado. Parece um dormitório de estudantes normal com um banheiro pequeno, uma cama de metal e um colchão, mas sem travesseiros nem lençóis. Há um guarda-roupa usado, mas não parece em mal estado e o mais importante é que há ar condicionado.   

      “É tão bom assim?” gritei suavemente. Pensei que seria como em um filme, onde o dormitório está em mal estado. Entrei, liguei o ar condicionado, pus alguns arquivos importantes na cama e olhei ao redor do quarto e tudo funcionava perfeitamente.   


      “Você tem sorte porque o antigo dono do quarto tinha ar condicionado.” Disse Chan. 

        “Aonde foi o dono do quarto?” perguntei em voz baixa.   

        “Morreu.” Suas palavras me surpreenderam. O olhando um pouco discretamente, parece que não sabe nada e me deixa dormir no quarto do defunto. Merda, tenho ainda mais medo de fantasmas. Tentarei esquecer o que Chan disse. Dado que o ambiente é mais tranquilo nesta sala, não deveria me importar. Não estou cansado, mas tentarei dormir neste lugar solitário. Pi Chan deixou as chaves. Logo me fez sinal para que saísse.  

       “Big!!!” Pi Chan chama alguém e sorri para mim. Estão felizes em fazer isso? Cada um dos guarda-costas parecia ter um sorriso em seus rostos. Ou há uma regra de que não podem sorrir? “Sim, P'Chan...” se aproximou e me olhou. E ainda mais frustrante que antes, foi ele quem me ameaçou ontem. Espera um minuto!!!  

       “Você pode levar Porsche a bordo e dar uma olhada na casa? Irei ver o senhor...”.  

       “Não, será melhor que peça a outra pessoa.” Fez uma careta de desgosto e me olhou. Também pareço frustrado por isso. Não é estranho que não goste da minha cara, porque agora a estou mudando, hehe.   

      “São estes os meus homens?...” perguntei em voz baixa. De repente, se virou para me olhar.  

       “Sim! Ele é o guarda-costas de Khun Kinn. Big, podem se conhecer. Eu já vou.” Me parei com os braços cruzados, sorrindo, olhando Big da cabeça aos pés. Também me olhou sem parar. “O que você tá olhando, maldito!” ele disse em um tom duro. Não respondi, apenas ri. 

        “Não finja que porque você é o chefe da guarda que eu o aceitarei!!!” se aproximou e me olhou. Não recuei e continuei vivendo a ação.   

      “Pessoas como eu não baixarão a cabeça nem respeitarão alguém como você. Não fique nervoso demais!”   

     “Ei, então, o que você vai fazer?” disse em voz baixa, sorrindo com o canto da minha boca. 

        “Huh! Pessoas como você não pertencem aqui.”    

     “Mas aqui estou.” O desafiei com uma expressão fria. Isso faz com que a pessoa em minha frente parecesse incapaz de controlar suas emoções.     “Pessoas como você nunca serão leais. Seja honesto. Um dia você vai morder o chefe. Não te deixarei aqui!!”  

       “Então ficarei...”   

      “A morte te alcançará!”    

     Me inclinei até ele e falei em um tom muito irritante. Até o ponto de que a pessoa que parecia incapaz de resistir apertava o punho tremendo antes de levantá-lo pronto para me bater. “Mas desculpa! Quem sou? Ainda não sabe? Sou a pessoa que seu chefe quer. Como você pode me bater na cara tão facilmente?” Desviei do enorme punho para me jogar para frente, adicionando ainda mais raiva. Ele preparou-se para levantar o punho, se virou para continuar me atingindo. Levantei a perna para chutá-lo com força antes de golpear a parede. Então não o deixei solto, usando meus pés para apoiá-lo para que permanecesse em seu lugar.   

      “Merda!!! Não é surpresa que ele esteja buscando um novo guarda-costas. Você é como um pardal.” Depois que terminei de falar, roçou minha perna, rapidamente disparou seu punho, tratou de me acertar de novo. Mas fechei seus braços e girei seu corpo até que estivesse com a boca para baixo no chão. Meus joelhos descansavam a um lado de seu corpo. Então o deixei se contorcer. Sua boca me gritava fortemente. Com minha mão livre, tirei um cigarro do meu bolso e o levei à boca, acendi um fósforo e exalei facilmente.  

       “Merda!! Me solta, bastardo!! Definitivamente te matarei!!!” ele gritou.   

     “Se pode me matar, tente!” o fechei com chave até que o cigarro acabou, logo o deixei cair no chão e o apaguei e o deixei livre. Fiquei de lado e me preparei para afastar-me desta distração. Isso deveria servir para que aprendesse uma lição.   

      Mas me enganei, porque enquanto saía o som de passos atrás se precipitou até mim de novo. Virei-me e vi que Big segurava um grande pedaço de madeira para me acertar. Não parecia ter aprendido com a experiência. O chutei de novo, logo, depois que caiu, desta vez me joguei sobre ele. Bati com força em seu rosto até que o sangue escorreu por sua boca. Meu corpo se equilibrava sobre ele. Nervoso, morreria se não houvesse uma voz que gritou alto e me afastou do bastardo indefeso.  

       “Pare!!! O que está fazendo?!!!” Meu corpo foi bloqueado por três ou quatro guarda-costas que viram o incidente. Antes que todos arrastassem meu corpo que ainda estava irritado e também Big, que estava machucado, uma grande porta de madeira se abriu. Big e eu fomos colocados na sala de alguém. E não tive que buscar respostas durante muito tempo quando meu olhar se chocou com a figura alta que estava sentada comodamente com o controle remoto da televisão em suas mãos. 

       “Estavam brigando, Khun Kinn”, disse um guarda-costas. Soltei meu braço da pegada de seu subordinado. Seus olhos pareciam planos, me olhou um pouco e logo voltou a olhar para a televisão em sua frente. “Khun Kinn... Ele me bateu primeiro.” A voz de Big ressoou gaguejando, imediatamente voltou a cabeça para dar uma olhada. Ao final resultou que, além de perder e intimidar, também era um adulador e um dedo duro.   

      “Você não começou a trabalhar ainda? E não está cansado de brigar?” disse com uma voz suave e com olhos que não se voltaram para nos encarar em momento algum.    

     “Eh... Você realmente é um dedo duro.” Disse enquanto olhava o corpo de Big que mantinha uma mão em seu estômago para reprimir a dor. O que o assusta a cometer erros?   

      “Merda!” falou em voz baixa. 

Tak!  

       O som do controle remoto batendo contra a mesa de vidro me fez girar a cabeça para ver de onde vinha o barulho. Kinn mudou de estar sentado para estar de pé, logo caminhou e parou na minha frente. Segurei minhas pernas sem apertar, me preparei em uma postura. Desisti do olhar frio, o olhar que me encarava incessantemente. A imagem de ontem quando me estrangulou com tanta força que quase morri apareceu repentinamente na minha cabeça. Protegi meus olhos, sem me atrever a enfrenta-lo. Admito que secretamente estava um pouco assustado, porque seus olhos eram difíceis de ler, parecia algo que quando o vi, senti que meu coração batia com força e quase parava de respirar.   

      “Não gosto do caos na minha casa. E este não é um lugar onde você se move descaradamente.”    

     “Mas eu não o fiz nada... Seus homens vieram até mim e me desafiaram primeiro.” Kinn não parece acreditar em mim.  

      Ele olhou para Big e continuou me encarando “Se eu aviso e não escutam, sabem que castigo receberão?” Essa voz tranquila quase destruiu tudo ao meu redor. Engoli minha saliva enquanto seu olhar se pousava em meu pescoço ainda vermelho. As digitais ainda estavam claras, assim como a dor.   

          “Não se esqueça de onde está. Você deve aprender a escolher usar as palavras adequadas comigo.” 
    
        “... Por que tenho que escutar isso?’’ o interrompi de imediato. Os pés de Kinn deram um passo para mim. E imediatamente dei um passo para trás. 

        “Eu o avisei.”   

      “Se não está satisfeito, vai me demitir?”  

       “Huh... Não vou te expulsar facilmente. Você tem que ficar até que... Eu esteja satisfeito.” Se aproximou de mim de novo. Senti-me incomodado com o gesto e o olhar, mas tratei de não deixar que sentisse que ainda estava assustado. Ele apenas inclinou seu rosto perto do meu ouvido.   

      “O que vai fazer?” perguntei, gaguejando um pouco.   

      “Amanhã, chegue a tempo...” sussurrou em voz baixa. Kinn sorriu com o canto de sua boca e tirou sua cabeça, antes que eu respirasse com dificuldade.    

     “Bastardo!!!” o encarei um pouco, amaldiçoei suavemente, maldição! Realmente o odeio. Agindo como um governante, usando seus olhos para reprimir os outros. Não suporto esta atmosfera. De repente me lembrei do contrato que havia assinado. 

MINHA DECISÃO FOI CERTA OU ERRADA?! 

        Voltei para levar alguns arquivos importantes ao meu quarto antes de correr até onde estacionei minha moto junto ao posto de guarda da casa e imediatamente recorri ao Che no dormitório do meu amigo. 

        E aqui há outro problema que tenho que enfrentar hoje, como explicar ao Che minha história para remediar esta casa.   

      Ainda não sei o que dizer ao meu irmão. 

        “Ei... Por que recuperamos esta casa?” perguntou meu irmão assim que seus pés tocaram a casa.    

       “Bom... Fui pedir emprestado a Jade.’’ Menti. Agora não estou pronto para dizer a verdade. Porque se descobrir, ficará irritado. Aproximei-me para acender o interruptor e comecei a arrumar todas as coisas que estavam espalhadas por toda a casa. 

        Desde o incidente daquele dia, não havia voltado aqui. 

        “Ei.” Ele disse com a voz baixa. Parou com os braços cruzados como se não se importasse com aquilo. 

        “Que?” continuo fingindo limpar a casa outra vez. Tentei ignorá-lo e percebi que agora seria um desastre.  

       “Só somos dois irmãos...” suspirei enquanto abaixava a cabeça para embalar. “Eu sei o quão próximos nós somos um do outro... Eu sei que o Pi nunca poderia mentir para mim.” Fechei os olhos, deixei escapar um longo suspiro antes de enfrentá-lo.    

     Olhei o rosto do meu irmão, ainda tentando organizar as palavras. Pensando em uma desculpa para não me sentir mal pela decisão que tomei. 

        “Ei, por quê? Por que você aceitou aquilo?” sua voz tremula com um rosto que mostra decepção.   

      “Umm... Aceitei.” resmungo em minha garganta, aceitando gentilmente.     

    “Por que fez isso?!” levantou sua mão para segurar a minha com força antes de pressioná-la com raiva. 

        “Che... Eu farei tudo por você.”    

     “Se Pi realmente está fazendo isso por mim, Pi terá que escutar o que tenho a dizer...” os lábios do meu irmão se tencionaram. As lágrimas começaram a rolar por suas bochechas. Vi esta cena e imediatamente me senti culpado. Me deixa desconfortável. 

        “Estamos sozinhos! Se Pi vai trabalhar com eles e algo acontece com Pi... Quem me fará companhia?” As lágrimas rolavam por ambos os lados de suas bochechas. Me dói o coração com suas palavras. A pessoa que mais amo lamenta minha decisão.  

       “Sinto muito... Mas te prometo que ficarei bem”, disse em voz baixa. Levantei a mão e a coloquei sobre sua cabeça, mas imediatamente me empurrou.    

     “Se não estiver bem e algo te acontecer, ficarei bravo contigo... Não te perdoarei. E eu...” antes que terminasse suas palavras, o tomei em meus braços.  

       Che nunca me pareceu tão fraco e normalmente nunca mostramos este tipo de carinho. Nunca nos falamos bem, nunca nos agradamos. Nunca tínhamos tido que expressar tantas palavras e sentimentos um ao outro. Mas ambos sabemos o quanto nos cuidamos e amamos, porque só temos um ao outro neste planeta.    

     “Eu prometo. Não morrerei facilmente.” 

        Ele bateu com força nas minhas costas enquanto sua outra mão apertou com força minha roupa.    

     “Pi, é uma promessa, você cumprirá?” perguntou com seu rosto trêmulo; Meus ombros estavam molhados pelas lágrimas. Eu quase não quero vê-lo agora. Tentei reprimir minhas emoções para que ele não soubesse que eu também me sentia assustado e fraco. 

        “Che... Eu nunca te deixarei. Acredite em mim.” O abracei com mais força que nunca, como que dizendo a ele através do abraço que o que disse era verdade. Não deixarei que nada me aconteça, seguirei defendendo-me e recordando ao Che como minha única proteção.  

       “...” O silêncio começou a se desenvolver. Continuei abraçando-o assim durante um tempo antes que se afastasse e me encarasse. Os olhos vermelhos do meu irmão me fizeram morder a boca com força. Não queria ver uma cena como esta de maneira alguma.    

     “... Pi realmente tem que fazer isso, eh?!” 

        “Hmm...” “Se Pi morrer, desenterrarei seu corpo para te amaldiçoar. E não queimarei oferenda para você. Deixarei que morra de fome pela segunda vez... e não farei nenhum mérito.” Sorri ao ver seu rosto sério que me ameaçava sem parar.    

     “Eu sei. Sempre disse que não morrerei facilmente! Você não tem que se preocupar, viverei e trabalharei, logo ganharei dinheiro para a sua universidade e você poderá seguir com o que seu coração quiser.” O disse acariciando sua cabeça.

        “Pi prometeu, não pode falhar!!!”   

      “Sim”.

    “Então posso comprar mais jogos hoje.” 

     “Merda!!!” Gritei enquanto negava com a cabeça. Apesar de falar assim suas lágrimas continuavam saindo. Segurei sua cabeça com suavidade e o disse: 

    “Prometo que ficarei bem, não morrerei facilmente.” 

     QUINTA-FEIRA

     Heh... 

     Mas é muito difícil. Suspirei pela centésima vez depois de terminar minha aula da tarde. Dirigi da universidade até a casa grande, onde fui ontem e antes de ontem... E certamente irei amanhã e depois de amanhã... Sei muito bem que meu destino a partir de agora pode não ser fácil. 

     Heh... Em conclusão, eu fiz a escolha certa ou não?

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