Créditos inglês: Houzini
Tradução: Katiane
Revisão: Thais
- Equipe KhunPandex Traduções.
Eu passei a maior parte do meu tempo
aqui ensinando as crianças. O primeiro dia foi um pouco difícil para nós três,
porque não sabíamos por onde começar. Mas, depois de três dias, nós começamos e
nos acostumar. Nós ajudamos uns aos outros a ensinar matérias diferentes, sendo
a maioria sobre linguagem e coisas que podemos aplicar na nossa vida real. E
agora, já faz uma semana que estou aqui.
“Professor, quando é o momento certo
da gente usar o inglês?”
Solo estava fazendo uma cara pensativa
enquanto ouvia a pergunta do Nong Sao. Mas, então, Khun Jay respondeu no lugar
dele.
“Um dia, quando turistas vierem para
cá. Quando esse dia chegar, todos vocês devem ajudar seus pais a falar com os
turistas.”
“Turistas não falam tailandês?”
“Turistas vêm de diferentes lugares. E
a língua inglesa que nós estamos estudando é uma linguagem universal, que é
usada por muitos países...” Khun Jay respondeu calmamente. Mas levou um tempo
para explicar para as crianças até elas entenderem.
“Vamos fazer uma pausa, crianças. Não
se esqueçam de cuidar dos seus próprios vegetais.” Eu queria distraí-los da
pergunta deles. Khun Jay suspirou aliviado e, depois, se virou e acenou para
mim, como um agradecimento.
A sala de aula das crianças era feita
de bambu que os aldeões ajudaram a construir, e não tinha cadeiras. Havia
apenas dez mesas em pares feitas de bambu. Era localizada no alto da colina,
não muito longe da horta. Portanto, quando eu disse que era hora do intervalo,
eles correram para a horta e, cuidadosamente, tomavam conta dos vegetais. Eu
fiquei feliz quando vi o que elas faziam...
Se quisesse tomar conta de alguma
coisa, a pessoa deve começar cuidando das pequenas coisas que estavam perto
dela... Assim como Mae Yai costumava dizer.
“Eles aprendem rápido.” Khun Jay disse
enquanto se aproximava de mim, mas seus olhos estavam nas crianças.
“Sim... Se tivessem uma boa
oportunidade, seriam excelentes e muito habilidosas.”
Mas eu não sabia como ajudá-las, já
que iríamos embora daqui em breve.
“Guitar... Toma conta das crianças.
Vou sair com o Jay rapidinho.”
Eu me virei e acenei para Solo. Nesses
últimos dois anos, toda vez que era hora do intervalo, ele e Khun Jay iam ver a
Tia Jit. Quando eu indaguei sobre isso, ele disse que iam conversar sobre
negócios, coisas que eu não entenderia. Ele também disse que, uma vez que tudo
estivesse completo, ele me explicaria. Só de saber que ele tinha grandes
esperanças para esse lugar já me deixava muito feliz. Eu provavelmente não
entenderia nada agora, e o rude também disse que ele deveria lidar com essas
questões sozinho.
Eu sabia que Solo queria que eu
descansasse e não pensasse muito. Por isso, eu não queria recusar suas boas
intenções. Eu só esperei até que ele estivesse pronto para me contar.
Eu segui as crianças até a horta.
Depois de checar meus próprios vegetais, eu fui até Nong Moon, que estava
agachado, com um sorriso largo, sem se importar em brincar com as outras
crianças.
“Nong Moon, o que você está fazendo?”
“Estou fazendo uma placa. Sua mãozinha
apontava para sua própria horta. Em cima dela, tinha papel cortado em forma de
círculo e pintado de amarelo. A placa dizia: ‘propriedade do Nong Moon.’
Na verdade, um desenho da lua.
“Mas Nong Moon não pode colocar a
placa aqui desse jeito.” Eu ri e depois removi o papel que tinha sido enrolado
em plástico à prova d’água. “Se o Nong Moon colocar isso em cima dos seus
vegetais assim, desse jeito, como eles vão crescer?”
“Verdade!!!” Nong Moon deu um sorriso
tão largo, que suas bochechas ficarem fofas. Depois, ele moveu a placa para
longe de onde ela estava antes.
“Nong Moon fez sozinho?”
“Sim...” Nong Moon respondeu com uma
voz bem clara. Mas, depois ele franziu o cenho e sacudiu a cabeça. “Não, Moon
fez junto com o Professor Bonito.”
Então, a pessoa que enrolou a placa
dele com plástico foi o Professor Bonito do Nong Moon.
Eu me virei e saudei com um wai o Tio Man, que veio dar uma olhada
na área. Ele aceitou meus respeitos e tirou o chapéu. Hoje, Tio Man se vestiu
com mais zelo do que de costume.
“Professor... Eu vou para a cidade
tratar de negócios. Você precisa de alguma coisa?” Tio Man sorriu gentilmente,
e colocou um grande chapéu de pano na cabeça do Nong Moon, o que fez ele dar um
risinho.
“É melhor eu não te incomodar, Tio
Man. Mas, você tem certeza que pode ir sozinho?”
“O Professor Hia disse que também
precisa cuidar de alguns assuntos.”
“Então, tenha uma boa viagem.”
“Obrigado, Professor. Eu deixo as
crianças em seus cuidados.”
Tio Man depois voltou para o vilarejo.
Já as crianças, corriam e brincavam como costumavam fazer. Elas são crianças
muito boas, que obedecem aos adultos. Elas faziam tudo o que mandavam elas
fazerem. Não é estranho que todos aqui sejam gentis e amáveis, incluindo eu
também.
Especialmente...
“Professor, o que Moon deve fazer?” O
pequeno segurando a minha perna continuava piscando os olhos, como se estivesse
pensando.
“Por que você perguntou isso?”
“O Professor Bonito disse que P’Jan
está fedendo... Se Moon se recusar a lavar a boneca, o Professor Bonito não vai
mais me deixar segurar P’Jan.” Nong Moon olhou para baixo, cheirado a sua
boneca favorita, ele não entendia. Então, ele me deu a boneca para cheirar. Na
verdade, não estava tão fedida assim, mas tinha sujeira nela, provavelmente de
quando Nong Moon a deixou cair.
“Então, deixa o Pi lavar ela.”
“Não!” Nong Moon sacudiu a cabeça.
Suas bochechas fofinhas estavam tremendo, o que fez ele parecer fofo.
“Primeiro, Moon pediu ao Professor Bonito para lavar, mas ele disse que Moon
tinha que lavar a boneca sozinho, porque P’Jan pertence ao Moon.”
Como eu poderia dizer… A lição era
boa, mas eu acho que o rude deveria dizer que ele estava com preguiça de fazer
isso.
“Então, depois que as aulas acabarem,
Pi vai levar você para lavar a boneca.”
“Tudo bem!”
Depois, nós voltamos para a sala de
aula. Não importa o quão frio esteja o clima, as crianças ainda estudam sem
reclamar. Eles parecem muito felizes por poderem estudar, e isso me deixa feliz
por ensiná-los. E elas parecem especialmente interessados em números. Nong Ja
disse que ele queria ouvir as pessoas que vem ao vilarejo para comprar vegetais
aqui.
“Você tem um sonho ou não?”
Foi a resposta dessa pergunta que eu
pedi para as crianças escreverem na redação. Elas sabem escrever, embora sejam
lentas e precisem de muito tempo para pensar, nas no final, conseguem fazer.
Até mesmo o mais novo, Nong Moon, já consegue escrever sozinho. Elas me
disseram que Mae Yai as ensinou como escrever há muito tempo.
Depois que as aulas terminaram, eu
liberei as crianças para irem para casa. Depois, eu sentei no chão, examinando
os papéis em que as crianças escreveram seus sonhos.
“Guitar...” Solo me chamou enquanto
entrava. Nong Moon estava agarrado à sua perna, seguindo ele que nem um
cachorrinho, como esperado.
“Sim?”
“O que você tem feito?”
“Olhando para os sonhos das crianças.
Vamos ler juntos.” Eu sorri e, depois, me aproximei do Solo, sem esquecer de
colocar o Nong Moon no meu colo.
A criança mais velha, Nong Ja, não
escreveu frases pequenas e fez alguns desenhos, como os outros. Ele escreveu
frases longas e fez um pequeno desenho embaixo do parágrafo.
“Meu
sonho é desenvolver esse lugar. Eu quero que meus pais sejam felizes. Eu quero
que muitas pessoas venham aqui. Professor Hia disse que se as pessoas vierem
aqui, haverá renda. Então, a gente vai ter dinheiro para comprar remédios e
outras necessidades. Mas o professor disse que não podemos simplesmente ficar
aqui sem fazer nada. A gente tem que tentar para conseguir isso.”
Embaixo das frases, tem o desenho de
um jovem garoto com uma vara apontando para um quadro... a mesma coisa que ele
viu quando o Tio Man teve uma reunião com outros aldeões.
O Nong Sao, filho do Tio Man... Ele
desenhou montanhas cobertas com grama verde e, no meio disso, tinha várias
pessoas com um sorriso nos rostos.
“Eu
quero plantar muitos vegetais, tanto quanto meu pai.”
Eu fico sorrindo enquanto leio seus
sonhos. Quanto mais eu leio, mais sorrio.
“E por que Jay é careca”?
“Eu sei, né?!” Eu ri da pergunta do
Solo. Ele também riu. Nong Moon, mesmo não entendendo, riu com a gente.
Eu continuo lendo os sonhos deles. Há
muitos sonhos. Alguns são possíveis, outros não. Mas eles fizeram a gente dar
risadas que ecoaram por toda a sala de aula.
Então, eu peguei o último papel...
“É meu!” O pequenino erguei a sua voz
e ficou animado. Eu olhei nos olhos Solo antes de examinar o papel nas minhas
mãos.
O desenho parece ser o ponto principal
desse papel.
E no final do papel, tem um texto
escrito à mão que não parecia bonito, mas depois de ler...
“O
sonho do Moon é ser a lua para todo mundo.”
“O que você quer dizer?” Eu abaixei a
minha cabeça para perguntar para o pequenino sentado no meu colo. Nong Moon riu
e depois apontou para o desenho no papel com o dedo.
“Essa é a lua.... E essa lua
representa o Nong Moon.” Ele, depois, moveu sua mão e apontou para um grupo de
pessoas multicoloridas. “E aqui está todo mundo. Tem o Professor Bonito,
Professor Sorriso, Professor Hia, a Diretora, P’Ja, P’Sao, Vovó Jit e os
outros."
“E o que é isso?” Eu apontei para a
pilha de alguma coisa pintada de verde
“Dinheiro.”
“Dinheiro?!”
“O Professor Bonito disse que se uma
pessoa quer que todos fiquem bem e sejam felizes, então, essa pessoa tem que
ter dinheiro também.”
Eu imediatamente olhei para a pessoa
que era chamada de professor. Solo apenas riu e me olhou de forma inocente.
“E o que você escreveu aqui?” Eu
apontei para as letras. Nong Moon estava sorrindo e, depois, olhou para cima e
descreveu com uma voz clara.
“Moon queria ser a lua para todos.
Queria ser uma lua maravilhosa para fazer todos se sentirem felizes... Mas o
Professor Bonito disse que não era o bastante. O Professor Bonito disse que
Moon tem que ser diligente, estudar muito, fazer um bom trabalho e ganhar
dinheiro para poder ajudar os outros.”
Eu olhei para o Solo com um olhar que
ameaçava puni-lo, mas não posso negar as coisas que ele disse para o Nong Moon.
Tudo o que ele disse estava certo, porque o mais importante hoje em dia é o
dinheiro. Quando uma pessoa tem dinheiro, pode fazer quase tudo.
Até mesmo eu penso assim.
“Sim, ter dinheiro pode fazer as
pessoas felizes... Mas o Nong Moon não deve esquecer a ternura e seu desejo de
fazer as pessoas felizes.” Eu acariciei gentilmente a cabeça do Nong Moon,
depois fiz um joinha para ele.
“Ok!” Nong Moon respondeu com uma voz
feliz, antes de enganchar seu dedinho no meu dedo.
“E qual o sonho do Guitar?”
“Quero ser rico.”
Solo ficou surpreso e ergueu suas
sobrancelhas escuras. Sua cara mostrava claramente que ele achava que eu estava
brincando.
“Não era Guitar que queria ser
engenheiro?”
“Quem disse isso?..." Eu ri da
pergunta que eu ouvi pela primeira vez na minha vida. “Pi não quer ser
engenheiro.”
“Então, o que Guitar quer ser?”
“Se So perguntasse qual carreira Pi
quer seguir, Pi responderia qualquer coisa.”
Eu afaguei a cabeça do Nong Moon e
olhei em seus olhos, que pareciam dizer que ele não entendia sobre o que os
adultos estavam falando, mas ainda tentava ouvir. “Como Solo disse para Nong
Moon, dinheiro é importante para várias pessoas e Pi é uma delas.”
“Então, por que estudar engenharia?”
“Pi não tem nenhum emprego dos sonhos,
nem ninguém para seguir os passos. Mas, tem algumas coisas que o Pi é bom.
Então, Pi escolheu aprender aquilo que o Pi acha que sabe fazer melhor. Depois
da graduação, Pi pode ter um bom trabalho. E, aí, Pi vai poder realizar o sonho
de ser um homem rico.” Eu olhei para o rosto do Nong Moon, enquanto pensava no
sonho dele e nos sonhos das outras crianças.
“Sonho...”
“Sonhos podem ser possíveis ou
impossíveis. Para algumas pessoas, é impossível até mesmo pensar em realizar o
que eles desejam. Então, chamam de sonho, porque, para eles, é algo que nunca
vai acontecer. Mas algumas pessoas pensam que é algo que pode acontecer.
Depende deles, se quiserem seguir seu sonho ou não. O sonho do Pi é incerto. É
possível... Mas não sei se posso realizar ou não.”
“E porque Guitar quer ser rico?” O
curioso rude perguntou, mas sua mão continuava puxando a boneca de lua do Nong
Moon, e ele também fez uma cara de assustado.
“Todos não querem ser ricos?”
“Bem, é verdade...” Solo parou de
olhar para o Nong Moon e me olhou com uma cara séria. “Mas nem todos estavam
levando o sonho tão a sério como o Guitar.”
Eu sorri para o rude, que, às vezes,
agia como se soubesse de tudo, mas, de vez em quando, agia como um filhotinho.
“Pi queria ser rico e ter dinheiro
porque o Pi queria que Mae Yai tivesse uma vida confortável. Pi pode fazer
qualquer trabalho, mas se o Pi se formar em engenharia com notas altas, seria
bom porque, como engenheiro, poderia ganhar muito dinheiro.”
Eu sempre vi como Mae Yai trabalhou
duro. Mesmo sendo velha, mas ainda tendo que tomar conta de várias crianças,
mesmo depois de muitas sendo adotadas e cuidadas por boas famílias. Mas, Mae
Yai ainda vivia no mesmo lugar cuidando das outras crianças.
“Mas, agora ela não está mais aqui...”
Então sonhos parecem que terminam
também.
“Guitar...”
“Professor!”
O grito veio com Nong Sao, que corria
enquanto arfava. Eu, rapidamente, enteguei Nong Moon ao Solo e me levantei para
pegar o menino que caiu no chão.
“Nong Sao, o que aconteceu? Por que
você está correndo assim?”
“Professor...Professor, ajuda!” Nong
Sao falava enquando arfava e seus olhos estavam muito vermelhos, como se ele
estivesse prestes a chorar.
“O que aconteceu?”
“No... no vilarejo.”
Eu fiz contato visual com a pessoa
perto de mim. Solo, então, se levantou e correu para o vilarejo com Nong Sao,
que saiu logo depois dele. Eu não tive tempo de me preocupar com ele, porque
estava com medo de algo ruim ter acontecido no vilarejo.
Assim que chegamos, a primeira coisa
que vi foi um grupo de dez pessoas desconhecidas encarando os aldeões. Só o Tio
Man e a Vovó Jit estavam corajosamente em pé na frente. Mesmo assim, eu ainda
podia ver o medo, especialmente nas mulheres que abraçavam as crianças para protegê-las.
“Vocês são apenas uma tribo que vivem
na colina. O que vocês sabem sobre comércio?” Um homem grande, vestindo roupas
caras gritava. Eu fechei a cara e me aproximei.
“A Diretora nos ensinou tudo sobre
comércio. Como não saberíamos que vocês estão nos enganando?” Tia Jit respondeu
com a voz trêmula. Eu conseguia ver que ela não estava com medo deles, mas
temia que eles machucassem as outras pessoas.
“A velha Diretora já está dentro do
caixão. E aqui está você, discutindo como se fosse uma pessoa com conhecimento.
Mas quando eu vim aqui sozinho, todos vocês começaram a se retrair e a se
esconder.”
“Algum problema?” Eu caminhei na
direção deles e tentei falar com uma voz normal, apesar do fato de o meu
coração estar fervendo mais que o de qualquer outro.
Todas as pessoas direcionaram sua
atenção para mim. Os aldeões olhavam para mim com olhos suplicantes e felizes.
Enquanto, no outro lado, que eu acredito que era o intermediário para o
comércio, parecia descontente. Solo, então, deixou Nong Moon ficar com as
outras crianças e veio ficar ao meu lado.
“Quem é você? Por que está se
intrometendo?” Alguém gritava enquanto perguntava. Eu segurei o braço do Solo,
quando notei que ele estava mais irritado do que nunca.
“Eu sou o professor das crianças
daqui.” Eu tentei dizer para eles, mas parecia que o outro lado não estava
interessado em ouvir.
“Ok... Depois da velha, essa é outra
pessoa fraca.”
Eu dei um sorrisinho, não me
importando com as ações e os insultos que eu recebia deles.
“Não sabia que você tinha problemas
com isso?!”
Alguém deles ficou com raiva, mas o
homem de meia idade que estava na frente ergueu a mão para frear a pessoa
irritada.
“Vá e fale como os aldeões. Diga para
eles venderem seus produtos para mim pelo preço que eu estipulei, e ninguém
aqui vai se ferir.”
Eu não disse nada, apenas puxei o
braço do Solo para me seguir e procurar pela Tia Jit.
“O que exatamente aconteceu aqui,
Tia?”
“Essas pessoas já vieram aqui comprar
nosso produtos muitas vezes, Professor. Geralmente, sem aquele Ai’Hieng, o
líder. Mais ou menos quatro ou cinco pessoas vinham para levar as mercadorias.
Mas, normalmente, todas as vezes que eles vinham, a Diretora os ameaçava e eles
ficavam assustados. Ela falava como alguém com conhecimento, então, gangsters
que nem eles, não se atreviam a ir contra ela. A Tia explicou que eles só
vendiam para o Khun Feung. Mas, eles se recusavam a ouvir e ainda exigiam um
preço mais baixo." A Tia Jit contava enquanto suas lágrimas caiam. “Tia
tinha medo de que eles machucassem a gente. Então, no fim, concordamos em
vender para eles por um preço razoável, mas eles não concordaram. Semana passada,
eles mentiram para a gente e, mesmo assim, voltaram."
“Tudo bem, Tia.” Eu segurei a mão da
Tia Jit e a puxei de volta para se juntar aos outros aldeões, Tio Mai foi
atrás.
“Vocês querem vender ou não?!”
Eu me virei e olhei para a pessoa que
gritou. Mesmo eu estando descontente, manter a calma era o mais importante
agora.
“Não seria bom se comercializássemos
de maneira justa? O modo como vocês fazem as coisas aqui é ilegal. Coagir as
pessoas não é uma boa coisa. Se eu reportasse, vocês podem ir para a cadeia.”
Eu disse calmamente, tentando não mostrar nenhum ressentimento nas minhas
palavras.
Eles olharam uns para os outros e,
depois, riram. Mesmo que não entendendo qual era a graça, eu ainda tive as boas
maneiras de esperar eles rirem.
“Você acha que a lei estaria
interessada em pessoas que moram numa colina desse jeito?”
“Mesmo que não esteja, isso não
significa que você pode tirar vantagem das pessoas daqui.”
“E por que você está se metendo nisso?
Você é só um professor, então continue sendo só um professor. Rapazes, lidem e
terminem com isso!”
Eu suspirei profundamente e segurei as
mangas de Solo e sussurrei...
“Pi não é bom em conversar com gente
sem educação.”
“O que você disse?”
Parece que meu sussurro foi um pouco
alto demais... Mas tudo bem, porque ganhar tempo ainda funciona.
“Me perdoe. Eu raramente converso com
pessoas sem educação... Então, por favor, não entenda mal. Há pessoas que não
tiveram educação, mas ainda sabem como entender e pensar. E algumas são
educadas, mas se comportam como pessoas sem educação.” Eu me senti meio
desconfortável porque eu não tinha certeza quais palavras eu deveria usar
depois. Mas, devido eles terem sido interrompidos e ficado paralisados por um
momento, eu tive tempo para organizar as minhas palavras. “Eu devo dizer que
quando mencionei ‘pessoas sem educação’ não é sobre elas terem educação ou não,
mas me referia aqueles que tem problemas de desenvolvimento mental, que não
usam o cérebro para pensar e só fazem o que querem, sem se preocupar com os
sentimentos das outras pessoas.”
“Você!”
Eu cocei minha bochecha e ainda não
estava ciente de que minhas palavras poderiam causar problemas. Eu só fiquei lá
esperando calmamente eles me xingarem de volta ou talvez não. Em outras
palavras, eu acho que tudo que eu disse era verdade e essa é a forma mais
educada de dizer isso. Quando eu tinha problemas com os outros alunos na
universidade, eu só usava palavras para fazê-los entender, e ele entendiam. Mas
com essas pessoas...
Eu fui puxado para trás pela pessoa
perto de mim e, agora, Solo estava parado na minha frente, me cobrindo. Então,
ele se virou e sorriu para mim, enquanto acariciava minha cabeça gentilmente.
“Esse Guitar, na.”
“Ele estava falando da Mae Yai.”
Há um limite para a minha paciência.
Ele estava falando rápido daquele jeito, nem mesmo um monge aguentaria isso.
“Sim, eu sei.” Solo se virou para a
frente e me puxou um passo para trás antes de dar um passo para frente.
“Vocês vão pagar por isso!” Khun Hieng
gritou alto, sua cara vermelha mostrava que ele estava com raiva.
Na hora que as pessoas do Khun Hieng
partiram para cima, eu pude ver a sombra de uma pessoa que vinha na nossa
direção. E se eu não estiver enganado.... Era Khun Jay.
“É melhor você não estar morto!”
Eu franzi o cenho enquanto olhava para
o homem que estava correndo na direção do Solo. Eu joguei uma pedra naquele
homem, mas isso só fez com que ele mudasse sua atenção para mim.
Murro!
Porque Solo estava me bloqueando, eu
não me machuquei, mas Solo levou um soco na cara no meu lugar.
“So!” Eu segurei a pessoa que estava
assustada. O homem em meio aos aldeões se levantou e nos ajudou, mas a pessoa
nos meus braços parecia que ia perder a consciência. Os olhos incisivos que eu
olhava regularmente perderam seu brilho. Mas, apenas alguns segundos depois,
Solo me puxou para longe, passou pelos aldeões e chutou com força a pessoa que
deu um soco nele.
Eu ajudei a proteger as mulheres e as
crianças de serem atingidas, e só consegui ver preocupação e ansiedade,
enquanto olhava para o caos diante de mim.
Eu não esperava que Khun Jay viesse
tão tarde. Embora eu não tivesse certeza quem eram, havia mais de dez pessoas
com ele. Eu os tinha visto mais cedo, então achei que poderia ganhar tempo até
eles chegarem, mas tudo aconteceu muito rápido. Eu fiquei triste porque não
pude atrasar mais as coisas.
“So!” Eu gritei o nome dele quando
Solo levou um soco na cara. Eu queria ir até ele, mas não podia porque tinha
algumas crianças agarradas à mim.
“Jay!” Solo gritou com uma voz que
mostrava uma clara irritabilidade.
“Acabem logo com isso!” A voz do Khun
Jay podia ser ouvida e tinha muitos homens que vieram com ele. Os dois lados
começaram a lutar e, então, Khun Hieng foi atacada unilateralmente.
Eu mandei as crianças para o tio, para
que se retirasse para um lugar seguro, antes de ir até a pessoa que queria
matar alguém. Eu segurei firmemente o Solo, que estava olhando com frieza para
a confusão.
“So...” Eu chamei seu nome e toquei
suavemente as costas da sua mão, o que fez com que ele imediatamente se virasse
e olhasse para mim com uma visão fraca... “Você está ferido?”
“Estou bem.”
Bem?... Mas sua boca está ferida.
“Khun Chaai” Khun Jay se aproximou de
nós com sua cara emburrada incomum.
“Eles podem lidar com isso. Não se
envolvam com esse tipo de coisa.” Solo
ordenou com uma voz suave, depois, abaixou sua cabeça para me deixar limpar sua
boca com uma toalha que foi dada pelos aldeões.
“Sim, mas não precisa se preocupar com
isso. Tem uma coisa mais importante...”
Solo se virou para olhar para as pessoas que vieram com Khun Jay, que agora
estavam lidando com as pessoas que vieram causar problemas aqui.
“Como eles puderam vir aqui?”
“Eles foram enviados para encontrar
Khun Chaai”. Khun Jay respondeu com uma voz séria. Ele não parecia bem que até
me deu vontade de perguntar se ele estava bem ou não, mas não quis interromper
a conversa deles.
“Mas, normalmente, meu pai nunca se
incomodou comigo tanto assim.” Solo agiu como se não entendesse, mas quando ele
olhou para os olhos diretos de Khun Jay, ele franziu o cenho. “Ou é que...”
Khun Jay acenou com a cabeça e sua
expressão era dolorosa, como se quisesse chorar.
Por favor,capitulo 9,quero muito terminar de ler essa novel.
ResponderExcluirObrigada pelo trabalho e esforço 💕
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