Revisão: Victor
- Equipe KhunPandex
Traduções
Abri
a geladeira, tirei uma bolsa de gelo e joguei para a pessoa sentada na cadeira da cozinha.
"Pressione isso em sua mandíbula um pouco antes que inche."
"Obrigado".
Tan pegou a compressa fria e lentamente a colocou na área da mandíbula
esquerda. "Que bom que você me ligou, senão não sei o que teria acontecido
com você."
"Como você achou minha casa? ... Remova
a compressa um pouco primeiro." Olhei para a mandíbula de Tan para ver o
quão grave era sua lesão. Estendi minha mão e apalpei seu queixo para ver se seu
osso estava quebrado ou não. Tan reclamou de dor quando eu fiz isso.
"Depois
que você ligou, eu sabia que algo devia ter acontecido. Então, me apressei e
fui ao pronto-socorro e pedi seu endereço residencial, tive que convencê-los a
me dar seu endereço."
Eu assenti
com a cabeça e depois peguei um lenço na mesa da sala de jantar: "Abra a
boca."
Então,
ele fez o que eu disse a ele para fazer. Em seguida, coloquei o dedo indicador
e o dedo médio de ambas as mãos na boca com o lenço de papel como apoio para
não sujar de saliva. Verifiquei a parte que une os dentes e a mandíbula e
depois movi-a verticalmente. A mandíbula parece boa e não está quebrada,
"Ai! Ai!... ahh"
Não
me importando com o som de reclamação de Tan, segurei seu lábio inferior. Havia
uma ferida sangrando no lado esquerdo de sua boca, com cerca de 0,5 cm de
comprimento, provavelmente causada por algum de seus dentes quando ele foi
atingido pelo assassino.
Eu
tirei minha mão da boca de Tan e lavei ela na pia. Tan ergueu sua mão para cobrir
a boca e, em seguida, mostrou uma expressão envergonhada no rosto, "Eu acredito
que ser estuprado deva ser assim."
"Não.
É mais terrível do que isso." Eu balancei minhas mãos molhadas na pia.
“Você
já foi estuprado antes?" Tan pareceu surpreso.
"Não,
mas eu costumo verificar os casos de estupro. A condição física e mental da
vítima é pior do que qualquer outra coisa." Tan pareceu muito aliviado.
"A ferida na sua boca precisa de pontos, você deve ir ao pronto
socorro."
"Não
posso, machuquei minha boca depois de ir a sua casa. O que as enfermeiras vão
pensar?"
"Não?
Então, vá para um hospital particular. Você deve ter dinheiro."
Depois
de limpar minha mão, fui até a área onde brigamos com o assassino antes.
Pedaços de cerâmica quebrada estavam espalhados por todo o chão, onde também estavam
os óculos que o criminoso deixara cair e a arma que deslizou para o canto da
sala. Abaixei-me e olhei cuidadosamente para a área para ver se havia alguma
evidência que pudesse ser enviada para exame.
"Você
vai denunciar isso à polícia?" Tan disse.
Fiquei
em silêncio por um tempo, "Se eu denunciar, o que vai acontecer?
Provavelmente haverá outra pessoa que desaparecerá de repente novamente."
"Acho que é
melhor para você ficar seguro primeiro."
Eu me
virei para olhar nos olhos de Tan, que pareciam tão preocupados. Desde o
incidente de hoje, a confiança que eu tinha nele aumentou significativamente.
Tan parece suspeito às vezes, mas pelo menos agora eu sei que ele não é o cara.
"Não posso fazer o que quero. Você não é
a causa do desaparecimento de pessoas, você não entenderia" Eu disse com uma
voz suave. Tan ficou em silêncio como se estivesse pensando em algo.
Vi
uma gota de sangue no chão, não tenho certeza se é do assassino ou do Tan.
Lembrei-me de quando ele foi atingido no queixo pelo assassino, tenho que
admitir que fiquei muito surpreso na hora.
E a
próxima coisa de que me lembrei é quando Tan me puxou para seus braços.
Não é
assim que um homem mostra normalmente sua preocupação a outro homem. Por duas
vezes, Tan agiu como se quisesse se aproximar de mim de uma forma diferente. Primeiro,
ao segurar minha mão no restaurante e, depois, ao me abraçar. Isso demonstra
que há outras intenções além de apenas uma preocupação. Não sei como deveria me
sentir em relação a isso. Admito que Tan é um homem muito bonito. No entanto,
nesta situação, não posso me permitir esse tipo de coisa.
"Você
concorda com isso?" Tan fez uma pausa e continuou a falar: "Você
afirma no relatório que a causa da morte foi suicídio para que, assim, o
assassino acredite. Enquanto isso, ajudaremos um ao outro a descobrir quem é
esse criminoso em sigilo. Ao fazermos isso, deve ajudar a evitar que as pessoas
desapareçam novamente e, se conseguirmos pegar o assassino, você diz à polícia
que estava sendo ameaçado para fazer o relatório daquele jeito."
"Isso
é o que eu disse quando estávamos no carro ontem. Porém, você discordou e
argumentou dizendo que não queria que eu enviasse esse relatório." Eu
respondi.
"Daquela
vez, você tinha dito que esperaria até que a polícia encontrasse alguma
evidência para mostrar que Jane foi assassinada. O que eu quis dizer aqui,
contudo, é que não vamos mexer com a polícia, vamos seguir por conta própria.
Você e eu vamos continuar ajudando um ao outro. Posso não ser tão inteligente
quanto você, mas juntos podemos encontrar mais informações. Tenho informações
sobre os conhecidos de Jane, e você tem conhecimento forense. Acho que esta é a
melhor maneira."
Eu apenas sentei
lá e ouvi o que Tan disse. Se ele tivesse me contado sobre esse plano antes, eu
teria percebido que ele e o bandido eram pessoas diferentes, presumiria que ele
estaria tentando me enganar para escrever um relatório de necropsia falso,
fazendo tudo parecer muito mais suspeito. No entanto, neste momento, tenho mais
confiança nele. Ainda que não confie totalmente, confio nele um pouco mais. Então,
me levanto da cadeira, "Me dê mais uma noite e eu lhe contarei." Por
enquanto, você deve ir para o hospital.
"Eu
não vou a lugar nenhum se você não for." Tan disse rapidamente, o que me
fez virar para olhar para ele.
"Não
me diga que você vai ficar aqui"
"O
assassino invadiu sua casa, e você ainda acha que vou deixá-lo em paz?"
Eu
posso sentir minhas sobrancelhas se movendo, "Como posso permitir que um
estranho fique comigo?"
Tan
riu um pouco, "Será que eu já poderia deixar de ser um estranho para você,
hein?" Como ele falou muito, a ferida em sua boca se abriu, e o sangue
começou a fluir de novo. Revirei os olhos e olhei para o teto.
"Vamos
para o carro."
[...]
Fui
até um hospital particular localizado no centro da cidade. Estacionei o carro
em frente à entrada de emergência para que Tan saísse primeiro antes de
estacionar o carro no estacionamento. Aí, fui até o pronto-socorro e sentei em
uma das cadeiras. O pronto-socorro de um hospital privado não era tão caótico
quanto o do hospital público que eu conheço. Sentei-me enquanto olhava para a
porta envidraçada de alto valor que tem sensores automáticos, e o peso no meu
peito parecia que estava começando a diminuir. O estresse acumulado ao longo
dos dias começou a atenuar-se quando alguém veio ajudar.
Nunca
pensei que Tan seria esse alguém, uma pessoa que sabe tudo o que aconteceu
comigo e que encontrou uma maneira de me ajudar. Ele mudou de suspeito número
um para se tornar meu parceiro? Meu radar, que normalmente é preciso ao
procurar um suspeito, provavelmente estava quebrado.
Meia
hora depois, Tan saiu com um saco de remédio na mão. Olhei para Tan, que tinha
uma expressão ruim no rosto.
"Se
sentiu violado de novo?"
Tan
concordou: "Eles costuraram dois pontos, me disseram que estava muito
rasgado e sangraria continuamente se não fosse tratado."
"Eu
disse que você tinha que fazer uma sutura." Eu andei até o estacionamento
enquanto Tan corria atrás de mim.
"Aonde
você vai?" Perguntou Tan.
"Para
um lugar seguro." Eu planejava dormir no hotel.
"Então
venha para minha casa dormir."
Eu
parei meus passos, "Não, obrigado."
"Se
for assim, deixe-me dormir na sua casa, como amigo. Se o assassino voltar, o
que você vai fazer?"
Não
tenho certeza se devo temer o agressor ou o professor Tan, que quer ir para
minha casa dormir. Eu deveria temer
mais a primeira opção, porque Tan ficar comigo não me causaria tanto dano
quanto eu teria se o assassino voltasse para me atacar novamente.
"Venha
para a minha casa, é no klang wiang ... deve ser a coisa mais segura a
se fazer." Tan disse.
A palavra
klang wiang significa centro da cidade (klang meung). Os locais
às vezes não usam a palavra meung, se esquecendo de que aqueles de fora
podem não entender.
Sinceramente,
não quero ir para casa, mas também não quero levá-lo para o hotel porque quero
que o hotel seja um lugar secreto onde posso me esconder de qualquer pessoa.
Pressionei o controle remoto para abrir a porta do carro, "Então, vamos
voltar para minha casa para pegar algumas roupas primeiro."
Tan
assentiu. "Eu também estava planejando voltar lá para pegar meu
carro."
Abri
a porta do lado do motorista e entrei, liguei o carro enquanto esperava por Tan
antes de sair do hospital.
"Doutor,
sobre a arma, o que devemos fazer com ela?" Perguntou Tan.
"Normalmente,
no meu trabalho, a arma será responsabilidade do oficial de provas. Devemos ser
capazes de encontrar o proprietário com base no número de registro da arma.
Entretanto, se ela for ilegal, será difícil."
"Teríamos
que passar pela polícia de qualquer maneira." Tan disse enquanto
acariciava seu queixo enquanto pensava. "O assassino tem ligações com a
polícia, então ele iria descobrir sobre o nosso plano. Desse modo, você estará
em perigo de novo, isso... é difícil, hein?" Tan respirou fundo e depois
recostou a cabeça no encosto. "Agora que a arma não pode ser usada para
rastrear o assassino, eu diria que você deveria guardá-la para se proteger.
Olhei
para o caminho e mergulhei em meus pensamentos: "Acho que era para ser
assim..."
"Você
vai para casa pegar algumas roupas, guarda a arma e depois me segue até minha
casa.
"Está
bem". Eu respondi enquanto meus olhos permaneciam fixos na estrada. Às
vezes eu olho para o rosto de Tan, e sua expressão parece séria. Quero confiar
100% nessa pessoa, mas ainda assim algo me incomoda. Porém, quando surge o
sentimento de desconfiança, tento pensar no fato de que Tan e o assassino são
pessoas diferentes. Eu os vi lutando com meus próprios olhos. Respirei
lentamente tentando acalmar minha mente. Ficar com Tan deveria ser a coisa mais
segura a fazer agora.
[...]
Dirigi
e parei na porta da frente da casa de dois andares construída em um terreno de
cem metros quadrados localizado na zona urbana. Esta casa fora lindamente
construída com um design moderno, diferente das casas vizinhas. Esta parece ser
a casa do professor. Tan, que estava dirigindo, saiu do carro e foi direto para
mim. Abri a janela e me virei para olhar para ele.
"Você
pode estacionar lá dentro. Espere, vou abrir a porta." Tan correu para
abrir a porta.
Depois
de estacionar, fui até a casa dele com Tan me seguindo. Ele abriu a porta e
estendeu a mão para acender a luz, que revelava a sala decorada em um estilo
simples, mas bonito. Não há muitas coisas dentro da casa, o que a fazia parecer
espaçosa e agradável de se olhar.
"Há
um quarto de hóspedes lá em cima." Tan me acompanhou escada acima,
"Mas se você ainda está com medo, pode dormir no mesmo quarto que
eu."
"Não,
obrigado". É a segunda vez que digo esta frase. Tan me deu um pequeno
sorriso e então subiu as escadas, pegando minha bolsa. Enquanto subia as escadas,
senti um objeto duro no bolso da minha calça; era o objeto perigoso que trouxe
de casa e que é mais poderoso do que um bisturi.
"Você
mora sozinho?" Eu perguntei enquanto olhava ao redor.
"Sim,
sozinho. Às vezes, minha mãe vem." Ele acendeu as luzes no segundo andar e
então caminhou para abrir a porta do quarto à direita, "Este é o quarto.
Se você quiser algo, pode me chamar."
Entrei
na sala que Tan abriu. É um pequeno quarto com uma cama individual, um guarda
roupa, ar condicionado e um banheiro. Eu me virei para olhar para Tan que
estava parado na porta.
"Você
pode descansar por agora. Amanhã discutiremos como encontrar o assassino. Boa
noite." Tan se afastou do batente da porta e a fechou. Parei um pouco
antes de colocar a bolsa no chão, depois me sentei devagarinho na cama. O
relógio da mesinha de cabeceira marcava a hora e já era 1h30. Então, eu deixei
meu corpo cair na cama.
Esta noite é a noite em que posso finalmente ter uma boa noite de sono pela primeira vez depois de várias noites.
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