Tradução: Victor
Revisão: P’Fiat
- Equipe KhunPandex Traduções.
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Capítulo 10: Seja o melhor de você mesmo
Team lembrou-se de que no Ensino Fundamental ele havia experenciado o amor. Um rápido e curto amor. Ele e a namorada ficaram juntos por menos de seis meses, e terminaram porque seus sentimentos não eram mais mútuos. Depois disso, ele não se interessou mais pelo amor e voltou seu foco para treinar natação o dia inteiro. Do Ensino Fundamental ao Médio, continuando até a Faculdade.
Isso até um certo Phawin aparecer na vida dele.
Phawin Wanichkarnjanakul ou Hia [1] Win, um homem de 21 anos alto que tem medo de fantasma até a alma, não gosta de casca de pão, tem o hábito de comer as coisas que odeia primeiro para então comer as favoritas, é um louco por motocicleta e sempre faz uma pausa para um café primeiro antes de ir para a faculdade. Em compensação, ele (Team) gosta de filmes de fantasma, come qualquer coisa, não gosta de velocidade (dirigir motocicleta) e não gosta de café.
LINE!
O rapaz inclinou-se para olhar seu celular. O canto da boca levantou-se quando ele viu a mensagem da pessoa na qual ele tinha acabado de pensar em seu coração.
Eles não têm nada em comum mesmo.
O ursinho Pool: Te encontro na frente do dormitório
Mas, poxa, eles já estão tão confortáveis juntos.
O carro preto japonês se move para o estacionamento bem na hora em que o relógio bate 9 da manhã. O dono do carro está agora sentado no banco do passageiro ao lado do motorista, abrindo a mochila. Ele ainda tinha tempo antes de entrar na aula das 9:30h.
“Que horas suas aulas começam, Hia?”
“De tarde. Agora, eu vou para o clube.”
Team assentiu, então, abriu a caixa plástica e pôs na boca o sanduíche que seu amigo o tinha dado ontem. Então, pegou outro pedaço, tirou a casca antes de passar para a pessoa sentada ao seu lado.
“Ando-ich-du-ai-arm.” (Sanduíche do Ai’Pharm).
“Se não se exercitasse, você estaria gordo agora por causa da comida do N’Pharm, não é?” Phawin balançou a cabeça. Até mesmo Ai’Dean, seu melhor amigo que ainda estava paquerando N’Pharm, ganhava comida regularmente. Mesmo sem Dean ter dito nada, ele o via comer tudo, raramente compartilhar a comida com alguém e tinha acrescentado mais tempo nos treinos de natação, enquanto que aquele que gostava de cozinhar estava mais ou menos como de costume.
Mas não era como se Ai’Dean... Que delicioso.
Phawin deu mais algumas mordidas no sanduíche. Quando Team lhe lançou um olhar perguntando se ele queria mais, ele balançou a cabeça recusando, pois tinha olhado para a quantidade de sanduíches restantes na caixa. Se ele pegasse mais, Team iria morrer de fome antes do meio-dia com certeza.
Após comer o restante dos sanduíches, Team olhou triste para a caixa vazia em suas mãos. Secretamente, ele queria passar em um mercado e comprar um pacote de batatas chips antes de ir para a aula.
“Hia, por que você chama o Ai’Pharm de Nong?” perguntou o rapaz com curiosidade.
“N’Pharm isso, N’Pharm aquilo... bem formal, porém, comigo, só me chama de Ai’Team. Você age com dois pesos e duas medidas.[2]” disse ele enquanto colocava a caixa vazia dentro da mochila.
Win levantou as sobrancelhas. “Você quer que eu te chame de Nong?”
“Ei, eu sou o mais novo da turma afinal de contas.”
O vice presidente do clube de natação podia apenas sorrir. Ele sabia bem que Team era o mais novo deles. Havia completado apenas recentemente os dezoito anos, ainda assim era tão gostoso que fez Win ficar a um pé de distância da prisão.
“Então, devo chamar você de... N’Team?”
“...”
A atmosfera dentro do carro esfriou de repente. Tanto aquele que falava quanto o que escutava fizeram uma expressão desconfortável antes de sentirem arrepios como se o uso daquela palavra estivesse fora de questão.
“Não deu certo.” O corpo inteiro de Team arrepiou-se. Quando escutou P’Dean chamando Pharm de N’Pharm, ele não tinha achado aquilo estranho, pareceu tão afetuoso.
Phawin riu. Ele esfregou suavemente a cabeça do rapaz irritado. “Já está muito bom (chamar você por “Ai’Team”). Cadê sua gravata?”.
Team esfregou os braços para reduzir os arrepios e apressadamente pegou a gravada e entregou-a lentamente para ele com olhos brilhantes.
Aquele que já era um veterano e pessoa especial começou a sentir que tinha acabado de adquirir mais uma nova posição: a de escravo. Ele deu um nó na gravada do júnior e logo após bateu levemente na testa de Team.
“Agora vá.”
Team massageou suavemente sua testa. “Ah, esta noite eu vou voltar no carro do Pharm. Você pode voltar no meu carro, Hia.”
Win assentiu. Ele não lembrava a partir de quando começaram a se revezar dirigindo para a universidade.
“Ok. Não voltem juntos apenas para ficar jogando, está entendendo?”.
Em primeiro lugar, ele não sabia como que Win conhecia a agenda dele.
“Entendi! Merda, estou atrasado! Hia, vou indo na. Não deixe seu café no carro!” Team apressou-se a agarrar sua mochila e desceu do carro.
Ele não sabia dizer quando eles se envolveram assim na vida cotidiana um do outro até chegar num ponto em que isso não parecia mais estranho.
“Esqueci, esqueci, esqueci.” Aquele que se afastava estava agora correndo de volta para o carro. Team abriu a porta e levantou as mãos em um wai enquanto sorria, mexendo com a emoção daquele que assistia. “Obrigado por dar um nó na minha gravata, pai.”
“Seu...!”
Depois de ter feito o wai, ele abriu a porta e saiu rapidamente enquanto ria alto, deixando para trás o veterano de cabelos dourados cerrando os dentes. Não muito tempo depois, o telefone no bolso das suas calças vibrou, ele parou de correr e levantou para ver.
O ursinho Pool: pai = daddy; por mim, tudo bem.
Ai’Hia!!!
(****)
“Por que é que a Faculdade de Economia precisa estudar Inglês?!”
Um som estridente soou após o professor entregar a resposta do último teste para o seu dono. A fonte do barulho vinha claramente daquele que havia tirado meio ponto.
“Eu avisei para você recitar várias palavras. Porém, não deixe de se esforçar” disse Manaow enquanto dava uma palmada nas costas de seu amigo. Ele fizera tanto isso pouco antes da prova que tinha ficado com a voz rouca e, ainda assim, tirou meio ponto.
Team queria reclamar e virou-se para buscar consolação com o melhor amigo. Porém, vendo que o amigo parecia estranho, ele não ousou dizer nada.
“O que há de errado com o Pharm?” Team franziu as sobrancelhas enquanto sussurrava para a amiga, “Ele está só sentado ali, calado.”
“Eu não sei. Está indo tudo bem entre ele e o P’Dean, não está?” Manaow arregalou seus olhos “Ou eles tiveram uma briga?... Não, acho que não, espera um instantinho.” Ela disse, pegando o telefone e teclando nervosamente.
“Para quem você está mandando mensagem?” Team deu uma olhada e viu um nome desconhecido aparecer no LINE da amiga.
“Delta?”
“É a Del, a irmã mais nova do P’Dean.”
“Caralho!” exclamou Team e então apressadamente pediu desculpas ao professor que estava lhe dando olhares afiados. “Como você conseguiu?”
“A Del está no clube de Teatro comigo, e recentemente nós encenamos uma peça juntas. Tivemos também que ir ao clube do Pharm por causa da cena em que era preciso preparar sobremesas.”
“Ahh, você diz daquela vez que você falou sobre ter feito os biscoitos roxos? Não houve nenhum drama lá não, né?” Team fez uma expressão séria, pois temia que pudesse ter havido algum problema do tipo ‘nora e sogra’ como nas novelas.
“Não, não. O Pharm e a Del se deram super bem. Ah, a Del está respondendo. Espera aí... P’Dean não está agindo estranho de forma alguma. Não parece que eles tenham brigado.”
Team fez uma cara pensativa. Ele olhou para aquela pessoa que suspirava e mirava a parte da frente da sala com a mão balançando a esmo sem escrever o que o professor dizia. Ele tinha certeza de que mesmo se ele perguntasse a Pharm a ponto de esganá-lo, o amigo ainda lhe diria que não havia nada de errado ou que apenas não havia conseguido dormir direito.
Haa... esse meu amigo é um namorado.
“Pharm.”
“Hã?”
“Hoje vou dormir na sua casa outra vez.”
(****)
A atmosfera na Universidade na parte da noite é bastante movimentada. Tanto os estudantes como o restante das pessoas vão passando por todo lado. Team, que acabara de sair da sala do clube de natação onde ficavam as mochilas, estava caminhando em direção ao clube de culinária, onde ele pretendia encontrar algo para matar sua fome.
Após percorrer metade do caminho, ele parou quando percebeu um jovem alto e de pele clara em confortáveis roupas casuais. Aquele homem franzia as sobrancelhas enquanto olhava para os lados.
“A universidade é tão grande, para onde eu devo ir? Droga!” Seu murmúrio dizia claramente que ele estava perdido.
Team aproximou-se e tocou aquele homem gentilmente. “Para onde você está indo? Posso ajudar?”
Com a saudação, ele parou. Os olhos abriram-se levemente por baixo dos óculos de armação dourada.
“Estou indo para o prédio da Administração, mas não consigo achar a placa que indica o caminho.”
“Você passou do caminho que segue para lá. Eu te levo até lá.” Team assentiu e caminhou de maneira confortável. “Você veio estudar para o Mestrado? Se sim, você precisa ir para um outro prédio.”
“Não, não. Eu vim ver meu irmão mais novo.” Ele sorriu com ambos olhos e boca, um sorriso que fez Team franzir o cenho.
Aquela pessoa lembrava tanto alguém. Sua voz também era familiar.
Em menos de cinco minutos de caminhada, eles chegaram ao prédio da Faculdade de Administração. Naquele instante, os alunos estavam espalhados na parte de baixo do prédio.
“Vou indo na. Se você quiser voltar, é por este caminho.” A pessoa gentil ia embora por outro canto, mas não se esqueceu de indicar-lhe o caminho para voltar.
“Muito obrigado, N’Team.” O estranho irmão mais velho acenou com bom humor.
Team balançou a cabeça e apressou-se para encontrar o amigo como era o plano inicial. Mas, após caminhar por um tempo, ele começou a ficar intrigado.
Como ele sabia o meu nome?
O estranho riu quando viu o rosto confuso de Team. Ele riu ainda mais quando percebeu que o garoto caminhou alguns passos e então virou-se para olhá-lo em confusão. Team fizera aquilo algumas vezes antes de decidir continuar a caminhar sem olhar mais para trás.
(****)
Na sala de aula da Faculdade de Administração, alguns estudantes estavam juntando suas anotações dentro da mochila após o professor ter deixado a sala. Entretanto, alguns deles ainda estavam agrupados, debatendo sobre os relatórios que deveriam ser entregues na próxima semana.
“Não esqueçam de enviar o e-mail. Vou imprimir tudo de uma vez.”
Phawin alertou seus amigos que tentavam escapar. A dificuldade em trabalhos em grupo era a coleta dos documentos.
“A apresentação é na próxima semana.” Desta vez, ele virou-se para lembrar Dean, um grande amigo que estava responsável pela apresentação do grupo. Ultimamente, ele vinha passeando muito frequentemente pela Faculdade de Economia.
“Tá, eu sei.”
“Quanto a você, Tul, não fique jogando o tempo todo. Você já me enviou o relatório?” Agora, ele tinha se voltado para um outro amigo que estava olhando para baixo em direção ao celular.
“Já enviei para você pelo LINE” respondeu ele enquanto bocejava, suas mãos, porém, não deixaram a tela do celular.
“Você fica jogando até tarde, hem? A avaliação está bem aí.”
Tul fez uma careta. “Eu adorei jogar ontem à noite com uma pessoa, foi divertido. Hoje, não vou ficar até tarde.”
Phawin revirou os olhos e desceu a barra de rolagem do aplicativo para encontrar o arquivo que seu amigo tinha acabado de mencionar. Quando viu que o arquivo ainda estava lá e ainda não havia expirado e consequentemente deletado, ele suspirou de alívio. “Certo, certo, achei. Da próxima vez, me envie por e-mail. Pelo LINE, é fácil de os arquivos serem deletados, não faço ideia do porquê” disse ele. Suas sobrancelhas se franziram ao aparecer uma nova mensagem. “Mas que... merda!!!”
Tanto Dean como Tul tiraram os olhos de seus celulares ao ouvirem seu amigo de cabelo dourado gritar e perguntaram “O que foi?”
“Meu Hia está aqui!”.
Phawin fez uma expressão de como se estivesse carregando todo o peso do mundo nas costas. Quando o seu irmão mais velho aparece, isso quer dizer que há algum problema. Quando não discutia com um cliente, precisava ficar furioso com alguma coisa para que pudesse verter esses sentimentos, o que não deixava Phawin de fora disso, sendo o irmão mais novo daquele que sempre foi como um tutor para seus irmãos. Quando viu Dean tentando fugir, ele arrastou o amigo para descer com ele. Assim que chegaram lá embaixo, ele viu o irmão mais velho balançando as pernas enquanto jogava no celular de forma tranquila.
“Hia!!”
“E aí, mano.”
Phudit Wanichkarnjanakul, ou Hia Wan, um rapaz de 26 anos de sorriso largo. Ele é alto e de pele clara de acordo com os padrões tailandeses. Rosto sem imperfeições e olhos acolhedores em óculos de armações douradas. Pode-se dizer que ele era, a uma primeira vista, a imagem de um irmão mais velho incrivelmente lindo.
Uma máscara que ele usava, a qual Win definia como ‘A mais enganadora mentira!’.
“Quanto tempo.” Hia Wan levantou-se e deu palmadinhas nos ombros do seu irmão mais novo.
“Que merda de ‘quanto tempo’ você está falando? Eu fui para casa na semana passada. Para você ter aparecido assim... não me diga que você discutiu com alguém... foi algum cliente?” O rapaz de cabelos dourados estreitou os olhos para ele, conhecendo bem o irmão mais velho.
“Não, não foi com um cliente.” Wan abraçou os ombros do irmão, não querendo soltá-los, como se soubesse que ele fugiria na primeira oportunidade.
“Ah, então brigou com quem?”.
“Alguém no jogo. Eu batalhei com ele em casa às 3 da manhã, a mãe então me proibiu de jogar. Vou passar a noite com você.”
“Nem pensar. Você quer passar a noite no meu quarto para ficar jogando, não é?” Phawin tentou empurrar o irmão, mas não deu certo.
Wan puxou a cabeça do irmão para baixo. Os olhos gentis estavam agora brilhando, cheios de planos ardilosos.
“Acabei de encontrei seu garoto.”
As sobrancelhas escuras franziram-se. Ele olhou para o irmão mais velho com olhos desconfiados.
“O nome dele é Team, certo? Ele parece travesso, mas na verdade é um bom e adorável garoto.”
“Como que você sabe qual deles é ele, Hia?”
O jovem rapaz afastou ligeiramente a borda dos óculos. “Quando ele te ligou, o rosto dele apareceu na tela. É assim que eu sei.”
Win quase bate com força na própria testa. Ele tirou uma foto de Team e a vinculou ao número do telefone dele também. Por isso, quando Team ligou para ele, a foto apareceu na tela.
“Me deixa passar a noite na.” Wan ergueu as sobrancelhas.
“Tá bom!” falou Phawin de forma áspera, irritado.
“Então... já vou indo.” Dean, que estava assistindo aos irmãos brigando entre si há um tempo, já não podia mais aguentar. Ele deu uma olhada em direção ao clube de culinária, ponderando se seria uma boa ideia ir atrás de Pharm.
“Você também vai passar a noite no meu dormitório.” Win se recusou a deixar o seu melhor amigo ir. “Team disse que hoje ele iria dormir com o Pharm. Você não precisa ficar se mostrando para o Nong, ok?”
“Então, vou para casa” rejeitou Dean prontamente. Porém, antes que ele pudesse fugir, seu pescoço foi rapidamente capturado pelo irmão do seu amigo.
“Pharm é aquele Nong do facebook que cozinha bem, não é?” Wan estreitou os olhos para seu júnior. “O sorriso dele é lindo...”.
O vice-presidente do clube de natação olhou para o presidente à sua frente, que não parecia nada contente. Os dois sabiam que se aquele Hia Wan tivesse um objetivo, ele garantiria que a vida dos dois não iria ser nada boa.
“Tudo bem, eu passo a noite.” Dean Rathanon suspirou, desde pequeno até a idade adulta, Hia Wan era o único para quem ele perdia. Nunca ganhou dele nas discussões, nem mesmo uma vez.
“Bom! Hoje eu vou jogar!” O rapaz de 26 anos sorriu como se tivesse esquecido que teria que trabalhar cedo na manhã seguinte.
(****)
O céu estava ficando escuro. No apartamento do estudante do primeiro ano e membro do clube de culinária, o dono do lugar não estava sozinho, mas acompanhado de um visitante barulhento.
Pharm balançou a cabeça, olhando para Team deitado na cama com uma expressão preguiçosa.
“Como que você pode pensar em passar a noite aqui?”.
Naquele dia, sem aviso prévio, Team havia dito que iria passar a noite no apartamento de Pharm. Além disso, ele tinha ido sem levar nada, nem mesmo uma muda de roupas. Ele pensava que teria de secar o uniforme primeiro.
Team virou-se de barriga para baixo. Ele observou o amigo caminhar pela cozinha, pegando ingredientes para preparar o jantar. Como poderia contar que ele parecia deprimido? Assim, não conseguiu evitar ficar preocupado.
“Tem uma coisa, na verdade, na qual eu preciso que você me ajude.”
Pharm ergueu as sobrancelhas, fechou a geladeira e voltou sua atenção para o amigo na cama. “Ajudar você em quê?”
Team estava um pouco hesitante “A co... zinhar.”
“Hã?” Por causa do som baixo e trêmulo estava difícil de entender.
“Eu quero aprender a cozinhar! Qualquer prato simples, entendeu?” disse a pessoa, desta vez, com o rosto quente. Ele rapidamente saltou para fora da cama, indo em direção à cozinha.
“Peraí, peraí, peraí!” gritou Pharm. “Onde está aquela pessoa que disse que nunca iria cozinhar na vida dela?” Ele se lembrou de que Team tinha explodido um ovo no forno micro-ondas, jurando depois que nunca mais se envolveria com a cozinha novamente.
“Ei, não. É apenas para caso de emergência. No momento, eu só consigo fazer macarrão instantâneo.”
Pharm fez uma cara cansada, para fazer macarrão instantâneo era preciso apenas colocar água quente e esperar por 3 minutos. Ou melhor, colocar em uma panela e acrescentar vegetais e carne.
“Bem, quer tentar fazer arroz frito? É fácil. Também tem porco... vamos fazer arroz frito com porco.” Quando um amigo quer tentar, ele está sempre pronto a ajudar.
“Está bem, deve ser fácil.” Team sorriu. É só adicionar uma colherada de arroz e de porco, fácil, fácil e voilà, prontinho.
O dono do apartamento estreita os olhos para o amigo com desconfiança. “Team, você sabe fazer arroz?”
“Oh!” Aquele que era bom apenas em comer fez uma expressão estranha como se tivesse acabado de se dar contar que ao se fazer arroz frito, precisaria de arroz!
Pharm abriu a geladeira, pegou uma vasilha de guardar alimento e entregou ao seu amigo. “Para fazer arroz frito é preferível, se possível, usar arroz velho guardado na geladeira. O arroz vai ficar bem seco e mais fácil de se fritar, sem estar úmido. Mas, caso não tenha, tudo bem, você pode fazer com arroz novo, mas que esteja um pouco seco.”
“...” Arroz velho, arroz novo, arroz seco, arroz úmido, parece que ele estava em um outro mundo. Team franziu as sobrancelhas, estressado. Só para se fazer arroz frito precisava de tanta coisa?
Pharm riu. Ele tocou as costas do amigo e o encorajou. “Aprenda aos poucos, logo, logo você vai saber por si só o que é bom e o que não é.”
Team olhou para o amigo com olhos admirados. É verdade. Força!
“Mas o intuito de você aprender é para cozinhar para alguém?”
BUM!
“Merda!”
“Hahaha”
A vasilha de guardar comida caiu e atingiu a lavadora de louça com um forte barulho. Os dois apressadamente apanharam-na para inspecioná-la. Suspiraram de alívio, a vasilha estava muito bem fechada. Se o arroz tivesse derramado, seria preciso esperar muito mais para cozinhar de novo.
“Eu já te falei, não foi? Que eu quero aprender para não acabar morrendo.”
Alguém que normalmente não tem interesse em ir a fundo em nada, naquele dia estava particularmente curioso. Isso deixou Team com vontade de acertar-lhe na cabeça com força.
“Morrer de quê? Geralmente, você me liga, e eu vi que há um monte de aplicativos para pedir comida também. Além disso, você quase não tem utensílios de cozinha.” Pharm estreitou os olhos enquanto sorria. “Ei, você está me escondendo alguma coisa, não está?”.
“Não estou escondendo nada!” esquivou-se Team com uma voz firme. Rapidamente, ele agarrou o pescoço do melhor amigo, esfregando a mão na cabeça dele como forma de distraí-lo. “Você vai me ensinar ou não?”
“Eu vou! Para de me provocar!”
A risada deles explodiu. Depois de um tempo, fumaça começou a subir. Aflito, Pharm apressou-se em abrir as janelas antes de que o alto alarme de incêndio começasse a soar no seu apartamento.
Team lavou a panela preta com uma cara igualmente escura. Desnecessário dizer, Hia dirá ‘seja você, seja você mesmo, não se force!’.
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Notas:
[1] Hia (เฮีย): o mesmo que Phi (irmão mais velho). A diferença é que Hia é de um dialeto usado por tailandeses de origem Chinesa.
[2] Dois pesos e duas medidas: expressão que significa “tratar uns com justiça e outros com injustiça, ter condutas diversas diante de situações idênticas, aplicar a lei ou a regra com mais ou menos rigor de acordo com a conveniência, etc”.
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